Cinco dias depois de assumir seu quinto mandato, o presidente russo, Vladimir Putin, implementou alterações importantes em seu governo. Ele demitiu o ministro da Defesa, Serguei Choigu, e o secretário do Conselho de Segurança, Nikolai Patruchev, ambos considerados seus aliados próximos. Andrei Belousov, um economista inexperiente no setor de defesa, foi nomeado como o novo chefe da área.
Tais mudanças chamam atenção devido ao momento crítico da invasão da Ucrânia pela Rússia. Recentemente, Moscou lançou uma nova ofensiva ao norte. Serguei Choigu, que ocupava o cargo havia 11 anos, foi visto ao lado de Putin no desfile do Dia da Vitória, evento no qual o presidente mencionou os riscos de um conflito global com o Ocidente.
Apesar de sua demissão, Choigu não foi completamente removido do círculo de influência, pois foi realocado para o lugar de Patruchev no Conselho de Segurança, um órgão consultivo importante liderado por Putin. O Kremlin confirmou essa mudança em um comunicado, que também reafirmou a posição de Valeri Gerasimov como chefe do Estado-Maior das Forças Armadas.
A nomeação de Belousov para liderar o Ministério da Defesa indica uma possível militarização da economia russa, que já elevou seus gastos com defesa para até 7% do Produto Interno Bruto.
Belousov, que anteriormente ocupava o cargo de vice-primeiro-ministro da área econômica, pode estar preparado para liderar o país em uma guerra prolongada, conforme os últimos discursos de Putin.
As críticas à gestão da guerra por Choigu e Gerasimov foram severas, especialmente após a retirada desastrosa das tropas russas de Kiev, em 2022. A manobra resultou em um ataque fracassado liderado pelo mercenário Ievguêni Prigojin, posteriormente morto em um atentado.
A reorganização do gabinete, que ainda inclui o discreto primeiro-ministro, Mikhail Michustin, ocorreu de forma inesperada e surpreendeu analistas. Mudanças semelhantes também aconteceram na Ucrânia, onde o ministro da Defesa e o chefe das Forças Armadas foram substituídos recentemente devido a crises no campo de batalha.
Cientistas políticos russos ainda estudam as implicações dessas alterações na administração de Putin.
Informações Revista Oeste