O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, falou pela primeira vez depois da reação negativa do mercado com as propostas de alteração no estatuto da empresa.
Nesta terça-feira 24, Prates reiterou que a empresa continuará cumprindo a Lei das Estatais.
“A mudança não exonera a Petrobras de seguir a lei”, disse o presidente da companhia. “Pelo contrário, deixa claro que, independentemente de qual seja o contorno da legislação, a Petrobras seguirá.”
As alterações consistem na retirada do estatuto da regra que proíbe a indicação de pessoas politicamente expostas para cargos no conselho da petrolífera, que é de capital misto — tendo o governo federal como principal acionista, mas com ativos sendo negociados na Bolsa de Valores do Brasil, a B3.
A regra foi criada com a Lei das Estatais, e visa evitar intervenções políticas na empresa, em detrimento de decisões técnicas.
Segundo o presidente, a comunicação da decisão poderia ter sido melhor. A política de remuneração, também envolvida no entendimento de risco do mercado, “continua igual à política divulgada anteriormente”.
“Entendemos até que poderíamos ter comunicado melhor a proposta”, afirmou Prates. “Não pelo que foi feito, mas pelo seu impacto real que, nesse caso, é nulo. Ou seja, se a Lei das Estatais mudar, se o entendimento do STF mudar, a Petrobras seguirá o que for definido”, diz o presidente da companhia.
Quando questionado sobre a política de remuneração dos acionistas, ele afirmou que a fórmula de distribuição de 45% de caixa livre permanece mantida.
“A reserva a ser criada, se a proposta do conselho for aprovada pelos acionistas, apenas a torna exequível, apenas cria mais uma opção de retenção de lucros com objetivo de garantir a sustentabilidade econômica da empresa e a efetividade da política de remuneração ao acionista”, afirmou Prates.
O alegado erro na comunicação custou à companhia estatal perdas de 6,03% no pregão de segunda-feira 23. Ações ordinárias e preferenciais tiveram destaques negativos do Ibovespa, principal índice da B3.
A Petrobras, sob gestão de Prates, perdeu neste episódio mais de R$ 32,3 bilhões em valor de mercado. Então senador pelo PT do Rio Grande do Norte, Prates assumiu a presidência da companhia, por indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro.
Informações Revista Oeste