Lula ligou para Lira e agradeceu pela aprovação da reforma tributária, diz Padilha
O telefonema entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na manhã desta sexta-feira (7), mudou o clima na Câmara dos Deputados – e foi decisivo para avançar a votação da pauta econômica no Congresso.
Na ligação, além de elogiar a aprovação da reforma tributária, Lula deu sinal verde para a entrada do Centrão no governo.
Segundo um interlocutor, Lula disse ao presidente da Câmara que acolhe a ideia de consolidar o apoio dessas siglas à sua gestão.
No início da tarde, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, anunciou acordo entre Câmara e governo para votar o projeto que dá vantagem ao governo em empates no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf, onde tramitam recursos de processos da Receita Federal). O projeto foi aprovado horas depois.
Até esta quinta, e antes desse gesto de Lula, partidos como União Brasil, Republicanos e PP manifestavam forte resistência à votação do projeto, considerado prioritário pelo governo, e defendiam que o tema só fosse analisado em agosto.
Na prática, havia uma queda de braço instalada entre o Centrão e o Planalto.
Na quarta, líderes desses partidos apresentaram a Padilha novas demandas, que condicionariam a disposição das siglas de entrar no governo. A lista incluía:
Na conversa desta sexta com Lira, Lula não entrou em detalhes sobre a lista – mas sinalizou que quer, sim, esses partidos no governo.
A percepção no Planalto é de que a ampliação da base aliada no Congresso é fundamental para a governabilidade.
A partir de agora, começa uma intensa negociação nas próximas semanas para acomodar os representantes desses partidos na Esplanada.
Havia a expectativa de os deputados votarem também nesta sexta o projeto do novo arcabouço fiscal.
No entanto, em entrevista à GloboNews, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que a análise da proposta, que também é prioritária para o governo, ficará para agosto, após o recesso parlamentar.
A nova regra, se aprovada, substituirá o atual teto de gastos – que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior.
O chamado “arcabouço fiscal” já foi aprovado uma vez pela Câmara. Mas, como foi alterado no Senado, precisa passar por nova análise dos deputados. A medida, se aprovada, vai liberar o governo federal a realizar mais despesas.
Informações G1