Tia de Almog Meir Jan, de 21 anos, disse que após receber uma ligação do Exército informando sobre o resgate, dirigiu até a casa do irmão para dar a notícia, mas o entrou morto.
Almog Meir Jan, um dos reféns resgatados pelo Exército de Israel em Gaza, abraça familiar. — Foto: Exército de Israel via REUTERS
O pai de um dos quatro reféns resgatados pelo Exército de Israel na Faixa de Gaza neste sábado (8) morreu horas antes de poder receber o filho em casa. Almog Meir Jan, de 21 anos, estava sob poder do Hamas há 8 meses.
Segundo o jornal “Times of Israel“, a tia de Almog, Dina Jan, disse que após receber uma ligação do Exército informando sobre o resgate, dirigiu até a casa do irmão Yossi Jan para dar a notícia, mas o entrou morto.
“Dirigi como um louca, bati, ‘Yossi, Yossi, Yossi’ e nada. Não obtive resposta. A porta da casa dele estava aberta e eu o vi dormindo na sala. Gritei ‘Yossi’ para ele e ele não me respondeu. Eu vi a cor da pele dele, toquei nele, mas ele estava morto”, disse Dina à emissora pública Kan.
Dina Jan afirmou que Yossi era muito ligado ao filho, e ficou “grudado à televisão” durante os oito meses de sequestro em busca de qualquer informação.
“Meu irmão morreu de tristeza e não conseguiu ver o filho retornar. Na noite anterior ao retorno de Almog, o coração do meu irmão parou.”
Forças de segurança israelenses libertaram quatro reféns que estavam na Faixa de Gaza
A operação para resgatar os sequestrados foi “complexa e difícil”, segundo o porta-voz do Exército israelense, Daniel Haagari. Os quatro reféns, de acordo com Israel, estavam em dois cativeiros separados no centro de Nuseirat, um campo de refugiados palestinos no centro da Faixa de Gaza.
Além de Almog Meir Jan, os outros três resgatados no sábado foram Noa Argamani, de 26 anos; Andrey Kozlov, de 27 anos; e Shlomi Ziv, de 40 anos.
Após o resgate, as brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, disseram que outros sequestrados foram mortos durante a incursão israelense para libertar os quatro reféns. Um soldado israelense também foi morto durante a operação.
No mesmo local onde o resgate foi feito, em Nuseirat, 247 palestinos também morreram durante incursões feitas pelo Exército israelense, segundo o Hamas.
Ainda há cerca de 130 pessoas, entre os sequestrados pelo Hamas na invasão a Israel em 7 de outubro, sob poder do grupo.
O governo de Israel não havia comentado a afirmação do Hamas de que outros reféns foram mortos até a última atualização desta reportagem.
O campo de refugiados de Nuseirat, onde o resgate foi feito, é uma das regiões mais populosas da Faixa de Gaza, e abriga famílias de palestinos que foram retiradas de territórios após a criação do Estado de Israel, em 1948.
O vice-chefe da Jihad Islâmica palestina, Mohammad Al-Hindi, afirmou que a operação de Israel deste sábado não afetará as negociações para um acordo de cessar-fogo que estão em andamento entre o governo israelense e o Hamas.
Informações G1