Incidente ocorreu no Golfo de Omã
O maior navio da Marinha do Irã afundou após pegar fogo no Golfo de Omã, em circunstâncias pouco claras, segundo informaram agências de notícias iranianas.
O incêndio ocorreu na madrugada desta quarta-feira (2) e levou a embarcação a naufragar perto do porto de Jask, cerca de 1.270 quilômetros a sudeste de Teerã. Não há relatos de vítimas.
Equipes de bombeiros foram enviadas ao local para conter as chamas, mas não conseguiram salvar o navio de apoio Kharg, que leva o nome da ilha que serve como principal terminal de petróleo para o país do Oriente Médio. Imagens que circulam nas redes sociais mostram uma enorme nuvem de fumaça saindo da embarcação.
Autoridades iranianas não forneceram detalhes sobre as causas do incêndio. Segundo a Marinha, a embarcação havia partido para águas internacionais há alguns dias, para uma missão de treinamento.
Nos últimos meses, vários navios iranianos sofreram danos em incidentes suspeitos que as autoridades denunciaram como sabotagem por parte de Israel – embora neste caso, por enquanto, não haja acusações desse tipo.
Em abril passado, o cargueiro Saviz, que tinha como missão prestar apoio técnico e de abastecimento aos comandos iranianos no Mar Vermelho, foi alvo de uma explosão que, segundo alguns meios de comunicação semioficiais, foi provocada por uma mina naval.
Um mês antes, o navio porta-contêineres Shahre Kord também foi danificado por um objeto explosivo em águas internacionais do Mar Mediterrâneo, um incidente que Teerã classificou como “ato de sabotagem”.
Em 2020, durante um exercício de treinamento militar iraniano, um míssil atingiu por engano um navio da Marinha perto do porto de Jask, matando 19 marinheiros e ferindo 15. Já em 2018, um destroier da Marinha iraniana naufragou no Mar Cáspio.
O Kharg é um dos poucos navios da Marinha iraniana capazes de reabastecer outras embarcações, além de transportar carga pesada e servir como porta-helicópteros. O navio de guerra, construído na Grã-Bretanha e lançado em 1977, passou a ser usado pelo Irã em 1984, após longas negociações que se seguiram à Revolução Islâmica de 1979.
*Estadão