Segundo o levantamento da Confederação Nacional do Comércio, 12% dos entrevistados admitiram que não vão ter condições de pagar suas dívidas – é o maior nível de toda a série histórica da pesquisa, que começou em 2010.
Inadimplência cresce em agosto e atinge 30% dos brasileiros, aponta CNC
Em agosto, 30% dos brasileiros estavam com alguma dívida atrasada, apontam dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) nesta segunda-feira (4). O número representa quase meio ponto percentual a mais que em julho.
Outro indicativo aponta que esse cenário dificilmente deve mudar: 12% dos entrevistados admitiram que não vão ter condições de pagar suas dívidas. É o maior nível de toda a série histórica da pesquisa, que começou em 2010. Em agosto do ano passado, esse número era de pouco mais de 10%, por exemplo.
Uma das economistas da CNC, responsável pela pesquisa, aponta os juros altos como a principal causa dessa grande inadimplência.
“A gente viu a Selic começar a cair, mas os juros de mercado ainda seguem em patamar muito alto. Quando a gente olha os juros do cartão de crédito, por exemplo, são juros altíssimos. A gente está falando de algo em torno de 15% ao mês e mais de 440% ao ano no rotativo. Então, isso é que tem levado essas pessoas a apontarem uma maior dificuldade para pagar suas dívidas”, diz Izis Ferreira, economista.
Inadimplência — Foto: Reprodução
Enquanto a inadimplência aumentou, o endividamento, por outro lado, caiu quase um ponto percentual em agosto na comparação com julho (78,1%). Ficou em 77,4%.
A inadimplência é quando a pessoa tem uma ou mais dívidas já vencidas que não foram pagas. Já o endividamento acontece quando o consumidor tem algum compromisso em aberto, que ainda vai ser pago. Por exemplo, uma compra no cartão de crédito, um financiamento, boletos, um empréstimo, uma compra parcelada no comércio e por aí vai.
Essa queda do endividamento significa que as pessoas podem estar comprando ou se arriscando menos na hora de comprometer uma parte da renda.
A economista reforça que o consumidor precisa mesmo agir com cautela.
“É muito prudente as pessoas serem um pouco mais cuidadosas em contratar crédito, em se endividar, porque o custo dessa dívida ainda é muito alto. É necessário que esse consumidor tenha uma cautela e, quando for inevitável dele usar essa dívida, aí, sim, ele se programe e busque a melhor opção diante das opções”, explica.
Os principais tipos de dívida são: disparado, o cartão de crédito, com mais de 85% do total. Em um distante segundo lugar, aparecem as dívidas com as parcelas de carnês, que correspondem a 17% da causa de endividamento dos brasileiros.
Informações G1