A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (10) a Operação Bellum, que tem como objetivo apurar supostas fraudes na compra de respiradores pulmonares pelo governo do Pará para ajudar no combate ao coronavírus. A operação foi determinada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) com base em pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).
São 23 mandados de busca e apreensão no Pará e em mais cinco estados (RJ, MG, SP, SC, ES) e no Distrito Federal. Segundo a PF, a compra dos respiradores custou ao estado do Pará R$ 50,4 milhões.
São alvos de busca o governador Helder Barbalho (MDB) e o presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame. Além deles, outras onze pessoas são alvos nesta quarta – são sócios da empresa investigada e servidores públicos estaduais:
-Persifal de Jesus Pontes – chefe da Casa Civil
-René de Oliveira e Sousa Júnior – secretário de Fazenda
-Leonardo Maia Nascimento – assessor do gabinete do Governador
-Peter Cassol Silveira – secretário adjunto de gestão administrativa da secretaria de saúde
-Cintia de Santana Andrade Teixeira – diretora do departamento de administração e serviço da Sespa
-Celso Mansueto Miranda de Oliveira Vaz – servidor da secretaria de Saúde
-Ana Lúcia de Lima Alves – gerente de compras da secretaria de Saúde
-Wilton dos Santos Teixeira – auditor da Receita Federal
-Erick Bill Vidigal – servidor do Conselho Nacional do MP e ex-integrante da Comissão de Ética Pública da Presidência
-André Felipe de Oliveira da Silva – empresário da empresa SKN do Brasil
-Glauco Octaviano Guerra – vinculado à MHS Produtos e Serviços LTDA ME
Helder é o 2º governador alvo de operação da PF sobre contratos relacionados ao combate ao coronavírus. O primeiro foi o governador Wilson Witzel, do RJ, também alvo de buscas em maio. Dias antes, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), apoiadora de Bolsonaro, afirmou a uma rádio que haveria operações. No dia que houve operação no Rio, o presidente Jair Bolsonaro disse “vai ter mais, enquanto eu for presidente, vai ter mais”.
As buscas foram realizadas nas residências dos investigados, em empresas e, também, no palácio dos despachos, do governo, e nas secretarias de estado de Saúde, Fazenda e Casa Civil do Pará. Foram apreendidos mais de R$ 700 mil na casa do secretário adjunto de gestão administrativa da secretaria de Saúde.
O governo estadual disse que verba foi ressarcida e Helder Barbalho nega ser amigo do empresário e disse que não sabia que respiradores não funcionavam.
Fonte: G1