O ex-candidato a presidente da Venezuela, Edmundo González, visitou nesta segunda-feira, 6, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O encontro ocorreu em Washington e marcou mais uma etapa na estratégia de González de voltar ao seu país natal e retirar o ditador Nicolás Maduro do poder.
Depois de parte da comunidade internacional reconhecê-lo como o verdadeiro vencedor das eleições em julho de 2024, González se aproxima agora de Biden com um objetivo claro. Ele busca principalmente apoio do democrata para reforçar a interlocução com países vizinhos à Venezuela e influentes na América do Sul, como Brasil e Colômbia.
Além de Biden, González se encontrou com Mike Waltz, assessor de Segurança Nacional do presidente eleito Donald Trump. Ou seja, uma peça importante do novo governo que toma posse no próximo dia 20 e ainda não tem uma agenda definida sobre o desconfortável cenário político de Caracas.
Líderes opositores a Nicolás Maduro acreditam que Trump não irá hesitar no aprofundamento de sanções contra a ditadura. Setores mais comedidos trabalham com a hipótese de uma busca de diálogo entre Trump e Maduro. Dessa forma, o republicano teria mais chances de tentar neutralizar dois grandes problemas que seriam originários da Venezuela: o tráfico de drogas e o crescente fluxo de imigrantes.
Em comunicado oficial, o governo de Joe Biden disse que “a campanha vitoriosa de González merece honras com um processo de transferência pacífica do poder nos ritos democráticos”. Mike Waltz, no entanto, evitou comentários públicos sobre o encontro.
A ditadura chavista, por sua vez, respondeu, em nota, com acusações. Disse que os EUA promovem mais uma “ingerência imperialista na América Latina” e que o governo Biden está “mergulhado em descrédito”. Na próxima sexta-feira, 10, Maduro espera oficializar sua posse para um mandato de mais seis anos.
González, que vive em exílio em Madri desde setembro de 2024, chegou a Washington na noite de domingo, 5. Antes, passou por Argentina e Uruguai. Ele também conversou, por vídeo, com o presidente do Paraguai, Santiago Peña. O diálogo, aliás, resultou no rompimento da Venezuela de relações diplomáticas com Assunção.
O governo de Peña deu 48 horas para que os diplomatas venezuelanos deixem o país. Foi a sua gestão a responsável por retomar relações com Caracas em 2023, na expectativa de que o regime cumprisse o Acordo de Barbados, feito para eleições transparentes, livres e democráticas. Maduro ignorou o acordo. Peña é hoje mais um dos líderes que exaltam a posição de González como presidente eleito.
Informações Revista Oeste