O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que, no governo, “eventualmente tem fogo amigo”. Segundo ele, as tensões políticas com o Congresso no começo da atual gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) eram “previsíveis e naturais”, mas houve um “processo de distensionamento” na relação entre os Poderes.
“Na política não tem vácuo. Como existia um completo vazio de governança de gestão do Executivo, esse espaço foi ocupado por muitos outros atores institucionais. Na medida em que o governo passa a existir, a ocupar o seu devido lugar, as coisas vão se acomodando”, declarou em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo (16.jul.2023). Questionado sobre “intrigas” no Palácio do Planalto, respondeu: “Eu não nego que eventualmente tem fogo amigo, gente que planta notícias”.
Rui Costa disse que esse “fogo amigo” não foi algo que vivenciou como governador da Bahia. “Você via muito mais unidade e time jogando, do que eventualmente, às vezes, se percebe aqui. O que mais me incomoda é a inverdade e a mentira”, afirmou, acrescentando: “é um negócio que a mim me incomoda profundamente, essa era da fake news, da notícia plantada, porque a velocidade da informação é muito grande”.
Sobre a relação com o Congresso, o ministro declarou que conseguirá a partir de agora “abrir a agenda” para interlocução com congressistas. “Mas, se for para discutir assuntos que não são da minha parte, da articulação política, não tem condição”, disse.
“A ênfase do presidente foi, desde o início, pedir que eu me concentrasse na gestão de governo e que resistisse ao máximo para não entrar na articulação política. Humanamente não tem como fazer as duas coisas”, afirmou.
Ele disse que não pretende participar da articulação política. “Se, eventualmente, em reuniões de coordenação, o presidente solicita opinião, eu posso eventualmente dar. Mas eu não faço e não farei essa articulação”, declarou.
Segundo Costa, a aprovação de medidas econômicas no Congresso foi simbólica. “Houve um processo de distensionamento. Muita reunião, muito café, muito almoço, muito jantar, e isso vai ajudando a distensionar. Houve a diminuição também de intrigas, de fofocas, de disse me disse. Até dissuadir disso, leva um tempinho”, declarou.
Sobre eventuais mudanças na composição do governo, ele afirmou ser “indevido” que ministros façam especulações. “Isso fragiliza o governo. Se cada ministro ficar dando palpite não dará certo”, disse, acrescentando: “As composições e mudanças, o presidente fará. E quando ele fizer, troca um diretor de empresa, um superintendente, um ministro, e acabou. A vida segue e o governo segue”.
Rui Consta falou das prioridades do governo no 2º semestre. A número 1, segundo ele, é o lançamento do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). “Estamos trabalhando com a perspectiva de R$ 60 bilhões por ano, fora concessões e PPPs [parcerias público-privadas]”, afirmou.
Informações Poder 360