O governo da Espanha anunciou que o Prêmio Nacional de Tourada não será entregue neste ano. A medida, encabeçada pelo Ministério da Cultura, gerou reações diversas entre os apoiadores do espetáculo e defensores dos direitos dos animais.
Instituído em 2011, o prêmio de € 30 mil (R$ 163 mil) aos vencedores não será mais distribuído, seguindo o governo da Espanha.
Figuras proeminentes, como Enrique Ponz e Julian Lopez, conhecido como “El Juli”, já foram agraciadas com o prêmio anteriormente.
A prática da tourada, que historicamente cativa uma parcela de seguidores na Espanha, enfrenta um declínio de interesse — em especial entre os jovens, conforme indicam pesquisas recentes.
O ministro da Cultura, Ernest Urtasun, enfatizou que a preocupação com o bem-estar animal tem ganhado relevância na sociedade contemporânea.
Com base em dados que revelam uma diminuição significativa na audiência de espetáculos taurinos, o ministério considerou inapropriado manter um prêmio que recompensa uma prática considerada uma maneira de abuso animal.
Em resposta à mobilização contrária à tourada, o Partido Popular (PP) prometeu restabelecer o prêmio caso retorne ao poder.
“As touradas são uma atividade da Espanha que faz parte da cultura, das tradições, da nossa própria identidade como povo”, criticou o porta-voz parlamentar do PP, Miguel Tellado. “A supressão do prémio mostra o sectarismo daqueles que nos governam.”
Em contrapartida, o presidente da Fundação de Toro de Lidia, Victorino Martín, acusou Urtasun de agir de maneira discriminatória por motivações ideológicas. O debate em torno da tourada segue acalorado, com diferentes perspectivas sobre a decisão ministerial e seus impactos culturais e sociais.
Enquanto isso, autoridades locais, como Emiliano García-Page, presidente de Castilla-La Mancha, planejam criar prêmios alternativos para a prática taurina em suas regiões. O objetivo é ganhar alcance nacional e internacional.
Informações Revista Oeste