O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (6), após passar boa parte da sessão em forte alta. A moeda chegou a romper o patamar dos R$ 5,20, após dados do “payroll” (relatório sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos) virem muito acima do esperado.
No início da tarde, porém, com a reavaliação dos números por parte dos investidores, o dólar inverteu o sinal positivo e passou a cair.
Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, abriu em queda, mas também mudou de direção e fechou em alta.
Inicialmente, a impressão era de que um número muito alto de novas vagas de trabalho impactaria diretamente na inflação do país, e poderia levar Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) a manter os juros elevados por mais tempo na maior economia do mundo.
A possibilidade perdeu força porque salários de trabalhadores ficaram estáveis e a taxa de desemprego não caiu.
Veja abaixo o dia nos mercados
Ao final da sessão, a moeda norte-americana recuou 0,14%, cotada a R$ 5,1615. Veja mais cotações.
Na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 5,2207. O dólar não ficava acima do patamar dos R$ 5,20 desde março deste ano.
No dia anterior, o dólar fechou em alta de 0,32%, cotado a R$ 5,1524, no maior patamar em seis meses. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular:
Ibovespa
Já o Ibovespa, por sua vez, marcou alta de 0,78%, aos 114.170 pontos.
Na véspera, o índice fechou em baixa de 0,28%, aos 113.248 pontos. Com o resultado de hoje, passou a acumular:quedas de 1,92% na semana e no mês;alta de 4,19% no ano.
Com os juros americanos entre 5,25% e 5,50%, maior patamar em duas décadas, todas as notícias que reforcem a possibilidade de permanência das taxas em alto patamar geram estresse no mercado.
O Fed tem sinalizado que deve mantê-los elevados até que a inflação esteja controlada e de volta à meta, de 2%. Hoje, a inflação anual está perto de 3,7%.
Acontece que, nesta sexta-feira, a criação de vagas de emprego nos Estados Unidos aumentou em setembro e superou com força as expectativas do mercado. Foram abertas 336 mil novas vagas de empregos não-agrícolas no mês, enquanto as projeções apontavam para uma geração de 171 mil vagas.
Assim, a taxa de desemprego dos EUA permaneceu em um recorde de 18 meses de 3,8%.
O aumento maior do que o esperado ocorreu devido a questões de ajuste sazonal relacionadas ao retorno dos trabalhadores da educação após as férias de verão.
A divulgação dos números causou uma reação inicial negativa para os mercados. A leitura preliminar foi a de que mais empregos colocam mais dinheiro na mão da população, cenário que continua pressionando a inflação e, consequentemente torna mais difícil a tarefa do Fed de baixar suas taxas de juros no curto prazo.
G1