A taxa de desemprego no país ficou em 8,6% no trimestre encerrado em fevereiro, informou hoje o IBGE.
A taxa de 8,6% representa aumento em relação aos 8,4% do trimestre encerrado em janeiro e aos 8,1% no trimestre encerrado em novembro.
Foi o pior resultado desde o trimestre encerrado em setembro (8,7%). Apesar do aumento, ainda é a menor taxa para o período (dezembro a fevereiro) desde 2015.
O número de brasileiros desempregados no trimestre foi de 9,2 milhões, 483 mil pessoas a mais que no trimestre anterior. Foi o primeiro aumento após seis trimestres consecutivos de quedas.
Resultado pode indicar fim da recuperação pós-pandemia. “Esse aumento da desocupação ocorreu após seis trimestres de quedas significativas seguidas, que foram muito influenciadas pela recuperação do trabalho no pós-pandemia. Voltar a ter crescimento da desocupação nesse período pode sinalizar o retorno à sazonalidade característica do mercado de trabalho”, explicou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Redução no número de ocupados. O número de brasileiros com trabalho (98,1 milhões) caiu 1,6% na comparação com o trimestre anterior (1,6 milhão de pessoas a menos).
Rendimento médio fica estável. Os trabalhadores ganharam em média R$ 2.853 no trimestre, o que representa estabilidade na comparação com o trimestre anterior (R$ 2.835). A massa de rendimentos total dos trabalhadores também ficou estável e foi estimada em R$ 275,5 bilhões.
Não houve aumento no número de ocupados em nenhuma atividade. As categorias que mais perderam postos no trimestre foram: empregado sem carteira no setor público (menos 457 mil), empregado sem carteira assinada no setor privado (menos 349 mil pessoas) e o trabalhador por conta própria com CNPJ (menos 330 mil).
Os economistas projetam um enfraquecimento do mercado de trabalho ao longo do ano e uma margem mais apertada para aumento dos rendimentos.
Projetamos que as condições do mercado de trabalho enfraquecerão gradualmente ao longo do ano. De acordo com as nossas previsões, a taxa de desemprego dessazonalizada atingirá 9% no final de 2023, após 8,2% no final de 2022. Por fim, antevemos taxa de desemprego média de 8,9% este ano, após 9,3% no ano passado
Rodolfo Margato, economista da XP.none
Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) são do governo federal. Os números se referem apenas a contratos regidos pela CLT, e são as próprias empresas que preenchem as informações em um sistema próprio.
Já a Pnad do IBGE é mais ampla, e compreende o mercado de trabalho informal. O levantamento é feito com entrevistadores, que perguntam sobre a situação de trabalho de uma amostra da população.
A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e no Distrito Federal.
Informações UOL