Mortes de pessoas acima de 60 anos com esquema vacinal completo já supera as de quem tomou só primeira dose no estado do Rio
O número de óbitos em idosos com esquema vacinal completo aumentou no estado do Rio, segundo gráfico divulgado pela Secretaria estadual de Saúde com base em dados do sistema da Subsecretaria de Vigilância em Saúde. A partir da 22ª semana epidemiológica de início de sintomas, a quantidade de mortes de quem já tomou as duas doses da vacina fica maior do que o número de pessoas com apenas a primeira dose.
Embora as últimas duas semanas epidemiológicas (29ª e 30ª) do gráfico mostrem uma leve diminuição no número de mortes, o secretário estadual de Saúde do Rio, Alexandre Chieppe, ressalta que as projeções são uma tendência:
— É uma tendência, um sinal de alerta. O óbito em pessoas vacinadas cai com uma dose e depois os óbitos em pessoas com duas doses têm um aumento discreto recente. A gente chega a duas conclusões: o fator de risco para adoecimento é a idade e o fato de ter duas doses nas últimas projeções já mostra um enfraquecimento da proteção.
Apesar do aumento, o secretário ressaltou que é importante destacar a eficácia da vacinação:
— (O gráfico) mostra a eficácia da vacina. Esse aumento (no número de óbitos) pode já sinalizar tendência de queda de proteção, mas não há dúvida nenhuma de que a vacina se mostrou extremamente eficaz.
Com os dados, Chieppe sinalizou a possibilidade da aplicação de uma terceira dose. O discurso se assemelha à Prefeitura do Rio, que vai testar o reforço em idosos. Mas, diferentemente da gestão municipal, o secretário estadual disse que vai seguir as diretrizes do Ministério da Saúde:
— O gráfico indica uma possibilidade (de terceira dose). A Secretaria estadual de Saúde está preocupada com a situação vacinal dos idosos, está juntando informações para fornecer ao Ministério da Saúde, mas a tomada de decisão, no nosso entendimento, deve ser do ministério. A gente vem apresentando esses dados e fazendo conversa via Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).
O governo federal ainda não definiu o início da aplicação de mais uma dose de reforço em idosos. Nesta quinta-feira, em entrevista ao programa “Voz do Brasil”, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que uma terceira dose no país só após 75% da população ter tomado as duas doses:
— É provável que haja necessidade de uma terceira dose, mas só vamos avançar na terceira dose quando houver a população vacinada com as duas doses. Falei que 75% da população brasileira em outubro estaria vacinada com a segunda dose. Então, esse seria mais ou menos o prazo, mas espero também dados de uma pesquisa que o Ministério da Saúde encomendou para tomar a melhor decisão, baseada em evidências.
Informações Revista Exame