Tarek William Saab também questionou atas publicadas pela oposição e afirmou que Ministério Público está investigando o caso. Procurador classificou manifestações como atos terroristas.
Tarek William Saab, procurador da Venezuela, em 22 de janeiro de 2024 — Foto: Federico Parra / AFP
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusou a opositora María Corina Machado de ser responsável por arquitetar protestos que terminaram em mais de 20 mortes no país após as eleições presidenciais. Em uma entrevista publicada nesta segunda-feira (19), ele afirmou que Corina Machado pode ser indiciada por homicídio.
Saab foi entrevistado pelo jornal venezuelano “Últimas Notícias”. O procurador-geral afirmou que abriu uma investigação contra Corina Machado e outras pessoas da oposição, classificados por ele como membros da “extrema direita”.
Segundo Saab, as manifestações que aconteceram após o dia 28 de julho foram ações planejadas. Milhares de pessoas foram às ruas protestar contra Nicolás Maduro, que foi proclamado reeleito para um terceiro mandato presidencial pelas autoridades eleitorais.
A oposição alega que o candidato Edmundo González foi eleito por ampla vantagem, com base em dados das atas impressas pelas urnas eletrônicas. Até agora, o Conselho Nacional Eleitoral não publicou os resultados detalhados da eleição.
Para o procurador-geral da Venezuela, o país vive uma “guerra híbrida” com uma tentativa de golpe de Estado. Saab afirmou que existe uma escalada de pressões patrocinada pelos Estados Unidos desde 2017 para derrubar Maduro do poder.
Ele também afirmou que houve fraude nas primárias presidenciais de 2023, quando María Corina Machado foi eleita para ser o nome da oposição nas eleições. Ela acabou sendo impedida de concorrer pelas autoridades eleitorais no início deste ano.
“Hoje, os venezuelanos a responsabilizam por todas essas mortes, que foram assassinados em situações que não podem ser classificadas como protestos.”
Ao ser questionado se Corina Machado poderia ser acusada por homicídio, Saab afirmou que “a qualquer momento, qualquer um deles poderá ser responsabilizado como autor intelectual de todos esses acontecimentos”.
O chefe do Ministério Público também disse que abriu uma investigação para apurar a publicação das atas eleitorais pela oposição. Ele insinuou que os documentos possuem indícios de falsificação.
“É impossível em todas as atas dizer que o percentual foi de 60% a favor do candidato da oposição, 40% contra. Além disso, todas as assinaturas são idênticas, as atas são escaneadas, borradas. O efeito foi impactar a mente e justificar os protestos, entre aspas, porque são ações terroristas”, afirmou.
Informações TBN