‘Terran 1’ foi lançado para voo orbital no fim da noite desta quarta-feira (22), sem cargas. Este é o primeiro foguete 3D a fazer uma operação do tipo, segundo a empresa responsável pela missão.
Lançamento do Terran 1 no Cabo Canaveral, na Flórida — Foto: Relativity Space/AFP
Um foguete produzido por meio de uma impressora 3D foi lançado no fim da noite desta quarta-feira (22), nos Estados Unidos. No entanto, de acordo com a AFP, o foguete falhou antes de alcançar a órbita terrestre devido a uma anomalia. A estrutura não transportava cargas.
O “Terran 1” foi desenvolvido pela empresa americana Relativity Space. A companhia informa que este é o primeiro foguete feito por impressão 3D lançado.
A anomalia aconteceu durante uma separação entre os dois estágios do foguete, menos de cinco minutos após o lançamento.
Mesmo com a falha, a empresa comemorou o feito por considerar que é possível o lançamento de foguetes feitos a partir de impressão 3D. Dados do lançamento e voo também serão analisados.
“Hoje é uma grande vitória, com muitas estreias históricas”, publicou a empresa em uma rede social. “Avaliaremos os dados do voo e forneceremos atualizações públicas nos próximos dias”, concluiu.
O lançamento foi feito do Cabo Canaveral, na Flórida, e transmitido ao vivo pelas redes sociais. Outras duas tentativas de lançamento foram feitas nas últimas semanas, mas acabaram adiadas.
Mesmo com capacidade para transportar até 1.250 kg, o foguete foi lançado sem carga, em uma missão com o objetivo de coletar dados e demostrar como um foguete impresso em 3D poderia suportar a decolagem e um voo espacial, informou a AFP.
Com 33 metros de altura e 9 toneladas, o Terran 1 foi 85% impresso em 3D. Ao todo, o foguete tinha dez motores, sendo nove no primeiro estágio e um único no segundo. Cerca de US$ 12 milhões foram investidos na missão.
Segundo a empresa, os motores também foram impressos em 3D e usaram oxigênio e gás natural para propulsão.
A Relativity Space espera produzir no futuro o Terran R, que poderá auxiliar em missões entre a Terra, a Lua e Marte. A empresa disse que a tecnologia empenhada pode trazer missões espaciais mais acessíveis ao mercado.
Terran 1 foi lançado nos EUA, mas missão falhou antes de atingir órbita — Foto: Relativity Space/Reprodução
Informações G1
O FBI e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos investigam a empresa chinesa ByteDance, responsável pelo TikTok, por suposto uso do aplicativo para espionar jornalistas norte-americanos.
A investigação estaria sendo conduzida pela Seção de Fraude do Departamento de Justiça junto à procuradoria do Distrito Leste da Virgínia. Os órgãos solicitaram informações à ByteDance sobre o acesso de funcionários do TikTok à localização e a dados privados de usuários. Em dezembro, a empresa admitiu que havia acessado impropriamente dados de jornalistas dos EUA. As informações são da revista Forbes.
Paralelamente, segundo a reportagem, o FBI também estaria conduzindo investigações para apurar práticas de vigilância indevida do aplicativo.
Questionada pela Forbes, a ByteDance negou que continuasse com a prática.“Condenamos veementemente as ações dos indivíduos envolvidos e eles não são mais empregados da ByteDance. Nossa investigação interna ainda está em andamento e cooperaremos com quaisquer investigações oficiais quando forem trazidas a nós”, disse uma porta-voz da empresa.
O TikTok –aplicativo focado em vídeos curtos– tornou-se alvo recente de uma desconfiança disseminada entre autoridades governamentais do Ocidente. O Canadá, a Comissão Europeia e os Estados Unidos já determinaram a exclusão do app de aparelhos oficiais por risco de roubo de dados sensíveis.
As restrições levaram o TikTok a considerar uma separação formal da ByteDance para se adequar às exigências para permanecer nos EUA, onde tem mais de 100 milhões de usuários ativos. O não cumprimento da exigência pode levar a Casa Branca a banir o serviço do país.
A segurança da rede social está sendo auditada pelo Comitê de Investimentos Estrangeiros dos EUA, ligado ao Departamento do Tesouro. A empresa chinesa tem concordado em implementar melhorias relacionadas à privacidade de dados e tempo de uso.
A China rejeita as acusações e alega que o governo norte-americano “espalha desinformação”, não apresenta evidências concretas de ilegalidades e difama o TikTok para prejudicar o produto de um concorrente de fora dos EUA.
“A China sempre acredita que a segurança de dados não deve ser usada como uma ferramenta para abusar do conceito de segurança nacional e do poder do Estado para prejudicar empresas estrangeiras”, disse o porta-voz da chancelaria chinesa, Wang Wenbin, na 5ª feira (16.mar).
Créditos: Poder360.
Equipamentos usados para acessar filmes, séries e canais por assinatura devem ser homologados pela agência reguladora
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) lançou em seu site uma seção com os aparelhos de smart TV box homologados, para evitar o chamado “gatonet”, em que são usados equipamentos clandestinos. Segundo a agência, o objetivo é auxiliar o consumidor na compra de modelos que dão acesso a filmes, séries e canais por assinatura que sejam legalizados. Para acessar a lista, basta entrar no portal da Anatel.
“Ao adquirir um TV box ou outro produto de telecomunicações, é importante que o consumidor verifique se o equipamento tem a marca da Anatel e o número do Certificado de Homologação correspondente ao modelo do produto”, alerta a agência reguladora em nota.
Outra maneira de identificar se um TV box é irregular, de acordo com a Anatel, é verificar se o anúncio do produto informa que ele permite acesso livre e irrestrito (sem autenticação) a uma grande quantidade de canais, jogos ao vivo e outros programas.
“Esse é um grande indicativo de que o aparelho é um TV box não homologado (pirata), mesmo que ele contenha algum selo ou código de homologação, pois, nesses casos, pode ser falsificado”, acrescenta a nota.
Em fevereiro, a Anatel lançou plano para bloquear os aparelhos piratas, estimados entre 5 milhões e 7 milhões conectados atualmente no Brasil.
De acordo com a instituição, desde 2018, 1.439.134 decodificadores piratas foram apreendidos em parceria com instituições como a Receita Federal e a Polícia Federal. O valor total estimado desses produtos é de quase R$ 400 milhões.
Estudos de engenharia reversa realizados pela Anatel nos últimos anos identificaram vulnerabilidades em equipamentos de TV box não homologados.
Foi constatada a presença de malware — um software malicioso — capaz de permitir que criminosos assumam o controle do TV box para a captura de dados e informações dos usuários, como registros financeiros ou arquivos e fotos que estejam armazenados em dispositivos que compartilhem a mesma rede.
Equipamentos de telecomunicações precisam de homologação da Anatel para ser comercializados e utilizados no Brasil. O processo de avaliação da conformidade e homologação busca garantir padrões mínimos de qualidade e segurança.
Aparelhos não homologados destinados à recepção de sinais de TV a cabo ou de vídeo sob demanda podem acessar conteúdos protegidos por direitos autorais, o que é crime. Tanto a comercialização quanto a utilização de produtos para telecomunicações irregulares são passíveis de sanções administrativas que podem ir de advertência a multa, além da apreensão dos equipamentos.
Informações TBN
Paraíso de conteúdo ameno, como vídeos curtos, dancinhas virais e memes, o TikTok vem enfrentando sérias restrições ao seu funcionamento no mundo todo. Na última terça-feira (7), parlamentares norte-americanos apresentaram um projeto de lei, apoiado pela Casa Branca, que permite banir aplicativos como a rede social chinesa.
Já barrado na administração federal dos EUA, o TikTok teve seu uso restringido no fim de fevereiro na Europa e do Canadá. Ao todo, 32 países, ao menos, impõem alguma limitação ao app.
Com mais de 1 bilhão de usuários ativos diariamente, marca superada no segundo semestre de 2022, o TikTok enfrenta o ceticismo por um só motivo: segurança digital. O Parlamento Europeu, por exemplo, afirmou que se preocupa com “a proteção de dados e o acesso a informações por terceiros”.
O receio principal está na origem do TikTok. Por ser de propriedade da empresa chinesa ByteDance, alguns governos ocidentais suspeitam de que ele seja usado por autoridades chinesas para coletar informações. Outra tese é a de que o app espalha narrativas a favor da China e informações falsas.
Rede social ou máquina de coletar dados?
Um estudo feito pela empresa californiana de segurança empresarial Proofpoint ajuda a responder a questão. Ele mostrou que, de forma geral, o TikTok não exige mais permissões do que outras plataformas, como o Facebook ou o Twitter.
Em aparelhos Android, a lista de permissões inclui:
No iOS não é muito diferente e o app pede os seguintes acessos:
A Proofpoint não encontrou qualquer evidência de que o TikTok abusa das permissões concedidas. Ainda assim, diz a empresa, deve ser tratado com o mesmo cuidado dispensado a outras redes sociais. O único ponto que causou estranheza foi o acesso à localização, pois o perfil dos usuários ou a timeline do app não parecem usar o recurso.
Outro que compartilha da posição de que o TikTok não faz mais do que outras redes sociais é o britânico Marcus Hutchins, pesquisador de segurança digital e ex-hacker, que se notabilizou por impedir o ataque do ramsonware WannaCry em 2017.
Para ele, o ponto de preocupação parece mais quem pode usufruir dos dados comercialmente. “Quase todas as redes sociais fazem dinheiro vendendo dados dos seus usuários para empresas fazerem suas propagandas. São dados que a China poderia facilmente adquirir”, diz.
Segundo Hutchins, a verdadeira controvérsia de segurança do app é o monitoramento da área de transferência do celular — o espaço da memória que guarda temporariamente dados copiados para serem colados em seguida. De tempos em tempos, o TikTok envia o conteúdo dessa área para os servidores do app.
Sem convencer muito, o TikTok diz fazer isso para evitar difusão de spam e mensagens em massa. O problema, segue Hutchins, é que essa área armazena todo tipo de dado, de textos com informações críticas -de senhas a dados bancários— até fotos —sabe aquele nude que você copiou para mandar para o contatinho?
Por outro lado, o TikTok só faz isso quando o app está aberto e não copia dados com contexto. Por exemplo: senhas copiadas não indicam onde são usadas. “É bastante improvável que essa função seja usada para espionagem”, diz Hutchins em seu site.
Sobre a possível “doutrinação” chinesa pelo app, Hutchins lembra que são redes como Twitter e o Facebook as usadas para espalhar discursos de ódio, teorias da conspiração e para agentes estrangeiros influenciarem o debate público de determinados locais.
Informações Tilt UOL
Nesta quinta-feira (2), o Banco Central concedeu autorização ao WhatsApp para oferecer aos usuários a opção de realizar pagamentos com cartões de crédito, débito e pré-pago. Com essa novidade, será possível realizar pagamentos dentro do aplicativo para empresas cadastradas no serviço.
Entretanto, a funcionalidade não estará imediatamente disponível para todos os usuários. O WhatsApp deverá comunicar a implementação do recurso com, no mínimo, 30 dias de antecedência a todos os seus parceiros, respeitando os “princípios regulatórios relacionados aos aspectos concorrenciais e de não discriminação”, segundo o BC.
Anteriormente, o Banco Central havia barrado o lançamento dessa versão do recurso, impedindo as parceiras Mastercard e Visa de disponibilizá-lo no WhatsApp. Até então, o aplicativo só permitia transferências entre pessoas físicas.
A decisão do BC foi celebrada por Mark Zuckerberg, presidente-executivo da Meta, controladora do WhatsApp, que escreveu em seu perfil no Instagram que as pessoas poderão pagar pequenas empresas diretamente no aplicativo. O chefe do WhatsApp para a América Latina, Guilherme Horn, anunciou que o pagamento de produtos e serviços em uma conversa usando cartões Mastercard e Visa será liberado em breve.
Informações TBN
Já se perguntou se alguém está bisbilhotando suas conversas privadas no WhatsApp? Essa dúvida pode ser respondida mais facilmente do que você imagina. Especialistas reuniram sete maneiras de descobrir se suas conversas foram violadas, já que os smartphones modernos permitem o controle de muitas atividades no dispositivo.
Uma das configurações possíveis em um celular é ter acesso ao tempo de uso da tela. Além de analisar o tempo geral, é possível ver em qual aplicativo foi usado e por quanto tempo. Dessa forma, é possível perceber se alguém bisbilhotou qualquer aplicativo. Por exemplo, se o WhatsApp foi usado por uma hora enquanto você ainda estava dormindo.
Caso você receba notificações de uso de dados mais cedo do que o normal no mês, isso pode ser um indício de uso sem o seu conhecimento. Se esse tipo de aviso sobre seu limite de dados aparecer e você não reconhecer o uso, alguém pode estar realizando uma espionagem bastante séria.
Se o seu bisbilhoteiro for descuidado, é possível analisar o histórico de internet, que apesar de ser fácil de limpar, pode ser esquecido. A partir do histórico de navegação do celular, é possível descobrir o responsável pela espionagem.
Outra maneira óbvia de revelar que alguém está mexendo no seu telefone é por meio de mensagens exibidas como lidas, mas que você mesmo não clicou nelas. O WhatsApp é um dos aplicativos que mostram de forma clara quando uma mensagem foi lida. Esta é uma forma infalível de capturar espiões, já que para examinar mensagens é necessário abrir algumas ainda não lidas, e não há uma forma de desler alguma delas.
É possível que um espião tenha uma conversa inteira usando o dispositivo e depois a exclua, deixando você sem saber. Mas caso você receba mensagens de texto estranhas ou ofensivas, podem ser respostas para essa conversa excluída e mais provas de jogo sujo.
Outra alternativa é verificar o carrossel de aplicativos, que provavelmente será esquecido por um bisbilhoteiro habilidoso, que se lembraria de excluir o histórico da Internet ou qualquer bate-papo que tenha tido. Em um iPhone, você pode acessar o recurso deslizando de baixo para cima e segurando o dedo no centro da tela. Dessa forma, o carrossel mostrará quais aplicativos foram usados recentemente e em qual ordem. Para que isso seja eficaz, é importante que você saiba qual aplicativo usou na última vez que você o desligou.
Caso a desconfiança seja muito grande, você também pode ficar de olho na duração da bateria. Essa é uma maneira bem direta de verificar se alguém está utilizando o seu celular. Uma bateria esgotando rapidamente sem que você use o dispositivo pode ser um sinal. Apesar disso, não é uma prova conclusiva, já que pode significar apenas um desgaste da bateria.
Informações TBN
Os usuários do aplicativo Meu Correios precisam atualizar a senha. Uma falha técnica nesta semana permitiu o acesso indevido aos números de telefones vinculados aos números do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) dos clientes.
Em nota, os Correios informaram que resolveram o problema e comunicou o incidente à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). Mesmo assim, orienta a atualização das senhas por prevenção.
“Tão logo a situação foi identificada, foi realizada a comunicação à Autoridade Nacional de Proteção de Dados – ANPD e novas medidas de segurança foram adotadas para assegurar a privacidade dos dados pessoais no referido aplicativo. De forma preventiva, os clientes que utilizam o aplicativo foram orientados a atualizarem as senhas de acesso”, destacou o comunicado.
A estatal não informou o número de usuários atingidos nem a brecha técnica que levou à exposição dos dados. Os Correios afirmaram apenas que outros aplicativos da empresa, como Portal Correios, Rastreamento, Busca Cep, Busca Agência e Pré-Postagem, não foram afetados e estão funcionando normalmente.
“Os Correios reafirmam o compromisso em garantir a confiabilidade de seus canais digitais e a segurança das informações, para promover a melhor experiência aos clientes e ao comércio eletrônico nacional e internacional”, destaca a nota.
A empresa informou ter colocado à disposição os canais oficiais de atendimento para tirar dúvidas. Os clientes podem ligar para os telefones 3003-0100(capitais e regiões metropolitanas), 0800-725-0100(para todo o Brasil) ou entrar no site www.correios.com.br e conversar pelo chat ou pelo canal Fale Conosco.
Informações Agência Brasil
As big techs deram início a onda de demissões de colaboradores no Brasil. De acordo com a informação publicada no site Layoffs Brasil, cerca de 170 pessoas foram demitidas pelo Google e Yahoo entre a quinta e sexta-feira, 10.
Só o Google, que anunciou no mês passado a demissão de 12 mil pessoas globalmente, equivalente a 6% da sua força de trabalho, demitiu 90 colaboradores no Brasil. Segundo o Layoffs Brasil, dentre as equipes mais afetadas está a da computação em nuvem. Esta foi a segunda rodada de demissões do Google no Brasil em 12 meses.
Já o Yahoo está dispensando 20% da sua força global de trabalho — sendo 80 no Brasil. A empresa encerrou a área de publicidade e negócios. As dispensas acontecem em um momento de queda nas receitas publicitárias, com a economia americana ameaçada de entrar em recessão.
No mês passado, a Amazon já tinha anunciado a demissão de 18 mil pessoas globalmente, também com reflexos no Brasil. A Microsoft demitiu 10 mil pessoas pelo mundo, enquanto a Meta, dona do Facebook e do Instagram, desligou 11 mil no final do ano passado e não descarta novos cortes este ano.
Revista Oeste
‘Status’ do WhatsApp ganha áudio, reações com emojis e recurso de privacidade — Foto: Divulgação/WhatsApp
O WhatsApp anunciou nesta terça-feira (7) um pacote de novos recursos para quem usa o Status. Nas próximas semanas, os usuários poderão reagir com emojis, postar áudios, selecionar quem pode visualizar o Status, entre outras novidades.
Confira todas elas a seguir:
O WhatsApp costuma liberar novos recursos aos poucos e, por isso, é possível que as novidades não estejam disponíveis para você assim que são anunciadas.
Uma boa prática para receber novos recursos é manter o aplicativo atualizado. Isso não garante que as mudanças aparecerão mais rapidamente, e sim que você terá uma versão mais recente, que está apta a receber a nova funcionalidade.
Veja como atualizar o WhatsApp:
Importante: se em vez de “Atualizar”, o botão estiver com a mensagem “Abrir”, o aplicativo já está na versão mais recente disponível.
Informações G1
Foto: Reprodução.
Durante a maior parte de 15 anos, o Google parecia uma força imparável, impulsionada pela força de seu mecanismo de busca online e negócios de publicidade digital. Mas ambos agora parecem cada vez mais vulneráveis.
Nesta semana, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou o Google de administrar um monopólio ilegal em seu negócio de publicidade online e pediu que partes dele fossem desmembradas. O caso ocorre alguns anos depois que o governo Trump entrou com uma ação semelhante contra o domínio da gigante da tecnologia em buscas.
O Google disse que o Departamento de Justiça está “reforçando um argumento falho” e que o processo mais recente “tenta escolher vencedores e perdedores no altamente competitivo setor de tecnologia de publicidade”. A informação é da CNN Brasil.
Se forem bem-sucedidos, no entanto, ambos os casos de grande sucesso podem derrubar um modelo de negócios que tornou o Google a empresa de publicidade mais poderosa da internet. Seria a vitória antitruste mais significativa contra uma gigante da tecnologia desde o caso do governo dos EUA com a Microsoft há mais de 20 anos.
Mas, embora os processos estejam no centro da máquina de receita do Google, eles podem levar anos para se desenrolar. Enquanto isso, duas outras questões espinhosas estão prestes a determinar o futuro do Google em um período de tempo potencialmente mais curto: a ascensão da inteligência artificial generativa e o que parece ser um declínio acelerado na participação de mercado de anúncios online do Google.
Poucos dias antes do processo do DOJ, o Google anunciou planos de demitir 12 mil funcionários em meio a uma desaceleração dramática no crescimento de sua receita e enquanto trabalha para reorientar seus esforços parcialmente em torno da IA.
Google há muito tempo é sinônimo de buscas online; foi uma das primeiras empresas de tecnologia moderna cujo nome se tornaria um verbo. Mas uma nova ameaça surgiu no final do ano passado, quando a OpenAI, uma empresa de pesquisa de inteligência artificial, lançou publicamente uma nova ferramenta viral de chatbot de IA chamada ChatGPT.
Os usuários do ChatGPT demonstraram a capacidade do bot de criar poesia, redigir documentos legais, escrever códigos e explicar ideias complexas, com pouco mais do que atender a um simples comando do usuário.
Treinado em uma vasta quantidade de dados online, o ChatGPT pode gerar respostas longas para perguntas abertas, embora seja suscetível a alguns erros, ou responder a perguntas simples – “Quem foi o 25º presidente dos Estados Unidos?” – que antes era necessário percorrer os resultados de pesquisa no Google para encontrar.
O ChatGPT é treinado em grandes quantidades de dados e usa isso para gerar respostas aos comandos do usuário.
Embora a tecnologia subjacente do ChatGPT já exista há algum tempo, o fato de que qualquer um pode criar uma conta e experimentar a ferramenta gerou muito entusiasmo pela IA generativa e tornou o potencial da tecnologia instantaneamente compreensível para milhões de uma forma que antes era apenas abstrata.
Também teria levado a administração do Google a declarar uma situação de “código vermelho” para seu negócio de busca.
“O Google pode estar a apenas um ou dois anos da disrupção total. A IA eliminará a página de resultados do mecanismo de pesquisa, que é onde eles ganham a maior parte de seu dinheiro”, tuitou Paul Buchheit, um dos criadores do Gmail, no ano passado. “Mesmo que eles alcancem a IA, eles não podem implantá-la totalmente sem destruir a parte mais valiosa de seus negócios!”
Segundo o argumento, se mais usuários começarem a confiar na IA para suas necessidades de informação, isso poderá minar a publicidade de busca do Google, que faz parte de um segmento de negócios de US$ 149 bilhões da empresa. A cobertura da mídia sobre o ChatGPT dobrou nesse ponto, com alguns veículos colocando o ChatGPT contra o Google em testes frente a frente.
Existem algumas razões para duvidar que esse cenário de pesadelo possa acontecer para o Google.
Por um lado, o Google opera em uma escala muito diferente. Em novembro, o site do Google recebeu mais de 86 bilhões de visitas, ante menos de 300 milhões do ChatGPT, segundo o site de análise de tráfego SimilarWeb. O ChatGPT foi lançado publicamente no final de novembro.
Por outro lado, mesmo em um mundo onde o Google fornece respostas específicas geradas por IA às buscas do usuário, ele ainda pode analisar as consultas para fornecer publicidade de pesquisa, assim como faz hoje.
O Google tem seus próprios investimentos em inteligência artificial altamente sofisticada. Um de seus programas de bate-papo orientados por IA, o LaMDA, até se tornou um ponto de conflito no ano passado, depois que um engenheiro da empresa alegou que havia alcançado a sensibilidade. O Google contestou a reclamação e demitiu o engenheiro por violação da política da empresa.
O CEO da companhia, Sundar Pichai, disse aos funcionários que, embora o Google tenha recursos semelhantes ao ChatGPT, a empresa ainda não se comprometeu a fornecer respostas de pesquisa geradas por IA devido ao risco de fornecer informações imprecisas, o que pode ser prejudicial para o Google a longo prazo.
A postura da empresa destaca sua incrível influência, como o mecanismo de busca mais confiável do mundo, e um dos principais problemas da IA generativa: devido ao design de caixa preta da tecnologia, é virtualmente impossível descobrir como a tecnologia chegou a um resultado específico.
Para muitas pessoas, e por muitos anos, ser capaz de avaliar diferentes fontes de informação por conta própria pode superar a conveniência de receber uma única resposta.
Tudo isso ocorreu no contexto do que parece ser um declínio prolongado e plurianual na participação de mercado de publicidade online do Google. Sua posição em publicidade digital atingiu o pico em 2017 com 34,7% do mercado dos EUA, de acordo com estimativas de terceiros da indústria, e está a caminho de responder por 28,8% este ano.
O Google não é o único gigante da publicidade a experimentar essa tendência. Fatores pontuais como a pandemia e a guerra na Ucrânia, bem como o medo de uma recessão iminente, afetaram amplamente o setor de publicidade online.
Outros, como a Meta, dona do Facebook, têm sido particularmente suscetíveis a mudanças sistêmicas, como as atualizações de privacidade de aplicativos da Apple, que restringem a quantidade de informações que os profissionais de marketing podem acessar sobre os usuários do iOS.
Mas o declínio também ocorre quando o Google enfrenta uma nova concorrência no mercado. Rivais como Amazon, TikTok e até Apple atraem uma fatia crescente do bolo de publicidade digital.
Seja qual for a causa, o negócio de publicidade do Google, que ainda é enorme, parece enfrentar crescentes ventos contrários. E esses ventos contrários podem ser exacerbados se algumas das previsões sobre IA generativa acontecerem ou se os processos do Departamento de Justiça enfraquecerem o controle do Google sobre a publicidade digital.
Como parte do caso, o governo dos EUA pediu a um tribunal federal que cancelasse duas aquisições que supostamente ajudaram a consolidar o monopólio do Google em publicidade.
O desmantelamento da máquina de anúncios totalmente integrada do Google restaurará a concorrência e tornará mais difícil para a big tech extrair lucros de monopólio, segundo o governo dos EUA.
Este e outros processos antitruste – embora ameaçadores por si só – simplesmente aumentam a pressão sobre o dilema mais amplo que o Google enfrenta ao enfrentar uma nova era de mudanças tecnológicas potencialmente tumultuadas.
Créditos: CNN Brasil.