Duas pessoas morreram semanas depois que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA alertaram para a interrupção imediata de uma marca popular de colírio. Uma pessoa havia perdido a vida em decorrência do uso do medicamento. Até 14 de março, 68 pessoas em 16 Estados norte-americanos foram diagnosticadas com infecções causadas por uma cepa rara altamente resistente a antibióticos. A responsável por matar e cegar as pessoas é a bactéria Pseudomonas aeruginosa.
Oito pessoas perderam a visão, e quatro pacientes tiveram de remover cirurgicamente um dos olhos. A maioria dos infectados pela bactéria havia se automedicado com o colírio EzriCare Artificial Tears, produzido por uma empresa farmacêutica indiana, a Global Pharma. A bactéria é capaz de prosperar em qualquer lugar, desde combustível de aviação até água destilada.
Um senhor de 72 anos apresentou uma infecção contínua e perda extrema de visão no olho direito. Mesmo com o uso sistemático de antibióticos, a infecção do paciente permaneceu. Em Miami, uma mulher de 68 anos teve de remover o olho direito, infectado em setembro do ano passado; ela havia comprado o tal colírio, a fim de se livrar de uma irritação causada pelo uso de lentes de contato. Os distribuidores da EzriCare nos EUA afirmaram que darão prioridade à retirada do produto do mercado.
Em tom alarmista, os especialistas disseram que bolsões de patógenos se espalharão rapidamente à medida em que as viagens internacionais aumentarem. A bactéria presente no colírio poderá se espalhar facilmente, sobretudo nos EUA.
Informações Revista Oeste
Cientistas britânicos estão desenvolvendo o que chamam de nariz “vegano” para pessoas que perderam o membro, seja por acidente ou câncer, e precisam de reconstrução. Impresso em 3D o membro é feito de polpa de madeira macia e ácido hialurônico.
— O hidrogel de nanocelulose é basicamente polpa de madeira macia. E o ácido hialurônico, encontrado em muitos cremes para a pele e preenchimentos faciais, é produzido a partir de bactérias. Ambos são veganos — explica o cirurgião criador do nariz artificial, Thomas Jovic, da Swansea University Medical School.
Após os produtos serem mesclados, um catalisador biológico é acrescentado para que a mistura chegue à consistência correta. Em seguida, células de cartilagem do próprio paciente são retiradas, multiplicadas em laboratório e acrescentadas à solução. A técnica também pode ser usada para reconstruir orelhas danificadas.
— A medicina regenerativa é o futuro. Não é algo tão simples, porque o grande desafio é encontrar culturas de células que tenham aderência naquele tipo de pele e não seja rejeitado pelo corpo. Hoje, as cirurgias envolvendo a reconstrução, ainda envolve extrair cartilagem das costelas do paciente, o que resulta em várias operações invasivas — diz o cirurgião plástico especialista em rinoplastia e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Alexandre Piassi.
Os cientistas britânicos afirmam que o próximo passo é verificar se o material não provoca reações imunológicas e, depois, iniciar os testes em animais.
Créditos: O Globo.
Quando começou a passar mal, a professora Elizangela Santana, 42, não desconfiava que poderia ter algum problema cardíaco. Pelas suas características —mulher magra e com hábitos saudáveis— isso também nem passou pela cabeça dos médicos com quem ela se consultava no Recife, onde mora.
A VivaBem, Eliz conta a saga de mais de 10 anos até ser, finalmente, diagnosticada e receber um tratamento adequado.
“Comecei a passar mal com uns 15 anos, tinha taquicardia (aumento da frequência cardíaca) e arritmia (alteração nos ritmos dos batimentos). Meus dedos e lábios ficavam roxos, tinha uma ânsia de morte, como se eu fosse desmaiar. Não sabia do que se tratava.
Buscava a emergência do SUS e sempre era diagnosticada com ansiedade. Nem desconfiava que não era isso.none
Algumas vezes, fui medicada com ansiolíticos mais conhecidos, como Diazepam e Clonazepam, e outros de que nem lembro o nome. Fui convivendo com isso.
Sempre que buscava um médico, contava o histórico e me passavam esses remédios ou algum para dormir — mas eu nunca tive problemas com sono, sempre dormi muito bem. Se jogar um travesseiro no chão, eu durmo, pode estar o barulho que estiver.
Tomava esses remédios e percebia que eles me paralisavam. Isso me fazia ter dificuldades em dar continuidade ao tratamento. Eu sempre fui ativa, elétrica, então não me sentia bem. Por isso, embora a prescrição fosse de uso contínuo, passei a tomá-los apenas quando tinha os sintomas.
Na juventude, passei a tomar anticoncepcional e eles agravaram o meu problema — que, eu ainda não sabia, mas eram cardíacos.
Um belo dia passei mal, fui para a emergência, e o médico aferiu a minha pressão. Ela sempre foi normal, mais para baixa. Nunca tive hipertensão. E ele notou que, embora minha pressão estivesse normal, eu realmente estava com arritmia.
Isso acendeu um alerta nele, que pediu um eletrocardiograma. Com esse exame, ele constatou que eu tinha uma disfunção cardiológica: escreveu PVM (referência a prolapso da válvula mitral) e um ponto de interrogação. Ali, fui orientada a buscar um cardiologista.
Um especialista me pediu exames mais específicos, como o ecocardiograma (uma espécie de ultrassom do coração). Ele constatou que eu tinha PVM.
Até esse diagnóstico preciso passaram-se cerca de 12 anos. Foram mais de 10 anos de diagnóstico erradonone
Me assustei porque, apesar de ter problemas de coração na família — minha mãe tinha angina e faleceu com um AVC e meu pai infartou —, eu nunca imaginava que seria diagnosticada com algum problema.
Era muito jovem e não levei isso a sério. Não tomava o betabloqueador (medicamento que ajuda a controlar o sistema cardiovascular) e só usava o remédio quando sentia crises de muita arritmia.
Depois do diagnóstico, passei a frequentar a área cardiológica do Procape (Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco), referência na especialidade.
Hoje, já me trato lá há mais de 12 anos e minha médica é especialista em válvulas. Sou acompanhada anualmente, faço vários exames. Sei que algumas pessoas passam por cirurgia, mas meu caso é leve e não preciso.
No ano retrasado, fiz um exame para detectar se eu tinha apneia do sono, porque estava com dificuldades para respirar e acordava sufocada. Isso foi constatado e ela mudou meu betabloqueador.
Hoje, sou dependente total desse remédio e não passo mais de 24 horas sem tomá-lo, porque volto a passar mal.
Pelo meu estilo de vida, é difícil um médico chegar em um diagnóstico assim. Sou magra, não bebo, não fumo, durmo bem. Sempre tive alimentação regrada porque gosto muito de frutas, verduras e grãos.
Realmente gosto de ser saudável. Evito refrigerantes, tomo mais suco. Há um ano e meio entrei na academia por recomendação médica para aumentar a massa muscular e fortalecer o coração. Hoje, levo a vida mais normal possível.
Quando você chega em um médico, geralmente ele analisa o que vê na frente dele —e só associa problemas cardíacos a pessoas obesas ou com diabetes, hipertensão, colesterol alto… Eu não tinha nada dessas características que ele buscavanone
Para a gente, que é mulher, tudo é histeria ou ansiedade. Fui diagnosticada por sorte e hoje tenho um tratamento adequado. Se não fosse o médico da emergência, talvez eu não estivesse contando essa história hoje.”
Segundo a cardiologista Maria Cristina Almeida, do Departamento de Cardiologia da Mulher da SBC (Sociedade Brasileira e Cardiologia), casos de demora no diagnóstico de mulheres —como ocorreu com Elizangela— não são isolados. E isso acontece por diversos fatores:
Na mulher, as doenças podem se manifestar de forma diferente. Não é uma dor característica. Pode ser um mal-estar, fadiga, angústia. E isso pode levar ao erro do diagnóstico. As mulheres têm mais chances de ter essas manifestações atípicas
Maria Cristina Almeidanone
Para Maria Cristina Almeida, é importante analisar o perfil da paciente para além do seu histórico cardiovascular.
Fatores como menopausa, depressão, contexto socioeconômico e até mesmo violência doméstica são fatores de risco para doenças do coração no caso delas.
Além disso, as comorbidades já conhecidas, como obesidade, hipertensão e tabagismo, têm ainda mais impactos no corpo da mulher do que do homem — o que potencializa ainda mais os riscos de doenças cardiovasculares nas mulheres.
Outra questão a se combater, segundo ela, é o fato de que muitas queixas femininas são menosprezadas e atribuídas unicamente a fatores emocionais. As médicas mulheres, segundo a cardiologista, costumam ter maior sensibilidade para identificar essas diferenças.
Informações Viva Bem UOL
Integrantes do Comitê contra a Tuberculose em Feira de Santana participaram da sessão da Câmara de Vereadores, nesta quinta-feira (23), para pedir mais apoio dos vereadores no combate à doença no município.
A ação do comitê também faz parte da comemoração pelo Dia Mundial da Tuberculose e visa chamar a atenção para os números da doença no município, o tratamento e também as necessidades enfrentadas pelos pacientes em situação de vulnerabilidade.
A enfermeira Yaná Guimarães, que é professora da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), chamou a atenção dos parlamentares para a suspensão do programa municipal de doação de cestas básicas a pacientes carentes diagnosticados com a tuberculose e que recebem tratamento na rede pública.
“Os pacientes em tratamento do controle da tuberculose, aqueles mais carentes, recebiam no passado uma cesta básica, porque a cura da doença não vem só com a medicação, precisa também de uma alimentação contínua. As medicações dão muita fome e precisa dessa associação. A tuberculose é uma doença que está diretamente relacionada à pobreza. Desde 2019, que os pacientes não estão recebendo as cestas e nós estamos aqui na Casa da Cidadania, porque os vereadores têm emendas impositivas e muitas vezes podem não estar direcionando essas emendas para as reais necessidades do município, que é a aquisição dessas cestas básicas para serem doadas aos pacientes de tuberculose em extrema carência e não têm condição de fazer o tratamento”, alertou Yaná Guimarães, em entrevista ao Acorda Cidade.
Ela informou que dentro do programa de tratamento da tuberculose existe hoje um total de 172 pacientes, e muitos deles precisam de apoio com a alimentação. “50% deles, mais ou menos, precisam dessa ajuda, porque senão não conseguem continuar o tratamento e a medicação é tomada diariamente”, ressaltou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
O uso prolongado de telas é um dos fatores de risco para a saúde da coluna, mostra estudo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e publicado na revista científica Healthcare.
Entre os fatores de risco está o uso de telas por mais de três horas por dia, a pouca distância entre o equipamento eletrônico e os olhos, a utilização na posição deitada de prono (de barriga para baixo) e na posição sentada. O foco do estudo foi a chamada dor no meio das costas (thoracic back pain, ou TSP).
Foram avaliados 1.628 estudantes de ambos os sexos entre 14 e 18 anos de idade, matriculados no primeiro e segundo ano do ensino médio no período diurno, na área urbana do município de Bauru (SP), que responderam a questionário entre março e junho de 2017.
Desses, 1.393 foram reavaliados em 2018. A pesquisa constatou que de todos os participantes, a prevalência de um ano foi de 38,4%, o que significa que os adolescentes relataram TSP tanto em 2017 quanto em 2018. A incidência em um ano foi de 10,1%; ou seja, não notificaram TSP em 2017, mas foram encaminhados como casos novos em 2018. As dores na coluna ocorrem mais nas meninas do que nos meninos.
– A diferença entre os sexos pode ser explicada pelo fato de as mulheres relatarem e procurarem mais apoio para dores musculoesqueléticas, estarem mais expostas a fatores físicos, psicossociais e de estrese, terem menos força do que os homens, apresentarem alterações hormonais resultantes da puberdade e baixos níveis de atividade física – diz um dos autores do artigo, Alberto de Vitta, doutor em educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com pós-doutorado em saúde pública pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu.
PUBERDADE PRECOCE
A puberdade é um estado natural do corpo humano que, por consequência de alterações hormonais, tende a se apresentar a partir dos 8 anos de idade em meninas e 9 anos em meninos.
Entretanto, as crianças estão entrando nessa fase cada vez mais cedo. Ganho de peso, consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e sedentarismo estão entre as principais causas. Mas, outro fator tem chamado a atenção dos pesquisadores.
De acordo com o resultado de uma pesquisa apresentada durante a 60ª Reunião Anual da Sociedade Europeia de Endocrinologia Pediátrica, a puberdade precoce pode estar sendo estimulada pela alta exposição às telas, como tablets e celulares.
– Estudos mostram que a luz azul das telas diminui a produção de melatonina, hormônio relacionado ao ciclo do sono. A menor produção de melatonina pode ser um sinal para o corpo de que já está na hora de entrar na puberdade. Além disso, o ganho de peso e a ansiedade que podem estar associados ao excesso no uso de telas também alteram a produção de determinados hormônios como a leptina e a serotonina, que podem ocasionar a puberdade de forma precoce – explica a endocrinopediatra do Sabará Hospital Infantil, Paula Baccarini.
A especialista afirma que, devido ao isolamento durante o período pandêmico, as crianças passaram a se alimentar de forma menos saudável, gerando outros efeitos colaterais que também alteram os hormônios:
– O estresse e a ansiedade também são fatores que podem adiantar o início da puberdade, somados ao sedentarismo, à piora do padrão alimentar e ao ganho de peso – acrescenta.
ROTINA
O ideal é que a criança mantenha uma rotina com hábitos saudáveis de vida, com atividade física, sono adequado e alimentação natural, com consumo reduzido de produtos industrializados, o que naturalmente já reduz o tempo livre para uso de telas, aconselha a médica.
– É importante lembrar que a criança aprende com o exemplo dos pais. Então, é fundamental que o controle do tempo de tela seja de toda a família e não apenas da criança – completa.
Outras atividades podem ajudar a diminuir esse tempo.
– Criar rotinas como hábito de leitura, brincadeiras recreativas, jogos de tabuleiro, desenho, quebra-cabeças. Além disso, usar o fim de semana para reunir a família fora de casa, se possível em contato com o sol e a natureza podem ajudar – sugere a endocrinopediatra.
Caso os pais identifiquem sinais de puberdade precoce – como aparecimento do broto mamário, desenvolvimento de pelos pubianos, crescimento acelerado, acne, eles devem procurar um endocrinologista pediátrico para fazer o diagnóstico, identificar a causa e avaliar a necessidade de tratamento.
– O tratamento é indicado nos casos em que a puberdade ocorre precocemente ou evolui em ritmo muito acelerado, com risco de a primeira menstruação acontecer cedo ou de ocorrer parada do crescimento antes da idade prevista, com perspectiva da criança crescer menos do que a previsão genética. Consiste em um tratamento hormonal que bloqueia a produção desses hormônios associados ao desenvolvimento da puberdade – explica a especialista.
Uma vez iniciada a puberdade, não há como reverter o quadro, apenas tratar com o bloqueio puberal quando indicado, aponta a médica.
– Por isso, a importância do estabelecimento de hábitos saudáveis de vida durante a infância, como forma de tentar reduzir o risco de a puberdade ocorrer precocemente. Importante dizer que essas mudanças do hábito de vida também estão relacionadas à diminuição de outras condições, como a obesidade.
É considerada precoce a puberdade que surge antes dos 8 anos em meninas e dos 9 anos em meninos; e atrasada, a puberdade que tem início após os 13 anos em meninas e após os 14 anos, em meninos.
A médica considera o risco de adiantamento da menstruação e da parada precoce do crescimento, com prejuízo da altura final da criança, além dos riscos psicossociais associados à puberdade precoce. Se necessário, indicará tratamento para bloquear, por um tempo, o desenvolvimento puberal.
*Com informações da Agência Brasil
A Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana registrou um caso de morte por leptospirose – doença transmitida pela urina do rato – no último dia 1°. Trata-se de um homem de 55 anos, morador do bairro Limoeiro, que contraiu a doença em casa. Ele apresentou os primeiros sintomas em 15 de fevereiro deste ano e faleceu no Hospital Instituto Couto Maia.
Ao ter conhecimento do caso, a equipe de saúde da Vigilância Epidemiológica realizou imediatamente a notificação e a investigação, adotou as medidas de prevenção e controle na residência do paciente, além do rastreamento de casos suspeitos na região.
Vale destacar que os casos são registrados conforme a ficha de notificação, atestado de óbito e resultado positivo do exame chegam à Vigilância.
Com o intuito de alertar a população sobre os riscos da leptospirose, os agentes de endemias visitaram as residências dos moradores do bairro do Limoeiro para realização de controle e prevenção.
A doença é causada pela bactéria leptospira, que usa alguns animais como hospedeiros, principalmente roedores, e é transmitida para os seres humanos pela exposição direta ou indireta à urina desses animais, comuns após contato prolongado com águas contaminadas.
“A presença dos ratos gera agravos e consequências da leptospirose. Para evitar o crescimento desta doença, intensificamos as ações de intervenção química para controle de roedores, aliada às atividades educativas com os moradores.”, afirmou Carlita Correia, coordenadora da Vigilância Epidemiológica.
A coordenadora também reforça a necessidade de a população fazer a própria parte para garantir a redução da infestação dos roedores na localidade.
“As pessoas devem manter os terrenos baldios limpos e capinados. Evitar entulhos e acúmulo de objetos nos quintais e nas telhas. São algumas ações simples, mas de grande importância para combater a leptospirose”, destacou.
SECOM PMFS
Os casos de infecção pelo fungo Candida auris nos EUA quase dobraram em 2021. As notificações da doença passsaram de 756 para 1.471, aponta um relatório recente.
O fungo Candida auris visto do microscópio — Foto: GETTY IMAGES/BBC
A infecção por fungos da espécie Candida auris está se espalhando rapidamente e de forma “alarmante”, diz o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
Os casos nos EUA quase dobraram em 2021: passaram de 756 para 1.471, aponta o relatório da entidade.
Pessoas saudáveis não correm risco de ter complicações relacionadas ao fungo Candida auris, mas aquelas com sistema imunológico comprometido ou que usam dispositivos médicos, como ventiladores ou cateteres, podem sofrer com quadros mais graves ou até morrer.
Na maioria das infecções diagnosticadas em terras americanas, o fungo era resistente aos tratamentos disponíveis.
Por esse motivo, o CDC classifica a situação como uma “ameaça urgente relacionada à resistência antimicrobiana”. Muitos pacientes afetados estão em hospitais e lares de idosos.
Um em cada três indivíduos com infecções invasivas por Candida auris morre, mas pode ser difícil avaliar como esse fungo afeta pacientes vulneráveis, avalia a epidemiologista Meghan Lyman, principal autora do relatório do CDC.
A infecção foi relatada pela primeira vez nos EUA em 2016. O aumento mais rápido de casos aconteceu entre 2020 a 2021, de acordo com dados publicados no periódico especializado Annals of Internal Medicine.
Outro motivo de preocupação é o aumento de casos que se tornaram “resistentes às equinocandinas”, que é a classe de antifúngicos mais recomendada para o tratamento da infecção por Candida auris.
O CDC atribui o aumento à falta de medidas de prevenção nas unidades de saúde e às melhoras nos serviços de acompanhamento e diagnóstico de casos.
Outro fator que parece ter contribuído, segundo a entidade, foi o estresse ao sistema de saúde relacionado à pandemia de covid-19.
Lyman disse ao canal CBS News que o aumento de acometidos pela doença “enfatiza a necessidade de vigilância contínua, além de expandir a capacidade de laboratórios, criar testes de diagnóstico mais rápidos e criar programas de prevenção e controle de infecções”.
Outros países também têm visto um aumento nos casos de Candida auris.
No ano passado, a Organização Mundial da Saúde incluiu na lista de “patógenos fúngicos prioritários”.
No Brasil, já foram identificados ao menos três surtos de maior importância relacionados a esse micro-organismo nos últimos anos.
O mais recente deles aconteceu entre dezembro de 2021 e março de 2022 em um hospital de Recife, em Pernambuco. À época, nove indivíduos foram acometidos.
O episódio foi alvo de um estudo publicado no início de 2023 por cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).
Segundo os pesquisadores, a Candida auris “requer uma grande vigilância por sua alta capacidade de formar colônias e biofilmes, o que contribui para a disseminação do fungo”.
“A identificação rápida e precisa dessa espécie é essencial para gerenciar, controlar e prevenir infecções”, concluem os especialistas.
Informações BBC News
Mulheres que realizam o pré-natal nas unidades de saúde de Feira de Santana podem receber gratuitamente repelentes para proteção contra o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, Chikungunya e Zika – este último pode causar microcefalia nos bebês durante a gestação.
O equipamento de proteção é disponibilizado pelo Ministério da Saúde, por meio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e distribuído pela Prefeitura de Feira. No total, 1.680 unidades foram recebidas. Todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e de Saúde da Família (USF) estão sendo abastecidas com o item.
De acordo com Ana Carla Barbosa, Chefe da Atenção Básica, o uso do repelente é um item indispensável durante a gestação, pois protege a mãe e o bebê.
“O uso do repelente inibe a picada do mosquito, por isso é importante usar diariamente”, afirma.
Aos nove meses de gestação, Lucimara Pereira, de 31 anos, afirma que o usa o produto desde que descobriu a gravidez. “Já mantenho esse cuidado diário contra o mosquito, mantenho minha casa sempre limpa. Esse repelente vai ser importante para aumentar a prevenção para que eu possa ter uma gestação sem esse medo de contrair o Zika Vírus”, garante.
SECOM PMFS
O Ministério da Saúde vai retomar o antigo programa Mais Médicos, com atuação de outros profissionais da área de saúde como dentistas, enfermeiros e assistentes sociais nas equipes.
Rebatizado de Mais Saúde para o Brasil, o programa será lançado nesta segunda-feira (20), no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
– Além de ampliar o número de profissionais na saúde, [o programa] vai trabalhar para melhorar o SUS com investimentos para construção e reformas de Unidades Básicas, ampliando o atendimento no Brasil – disse pelo Twitter o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, neste sábado (18).
Na mesma publicação, Pimenta alegou que o programa, criado pela então presidente Dilma Rousseff, “chegou a ser responsável por 100% da atenção primária em 1.039 municípios, contratou mais de 18 mil profissionais e beneficiou 63 milhões de brasileiros.
Ele ainda acusou o governo anterior de “descaso”.
– O desmonte do programa, nos últimos anos, mostra o descaso que sofreu o SUS – acrescentou.
No novo formato, devem ser anunciados incentivos de permanência dos profissionais nos municípios.
*Agência Brasil
O Dia Mundial do Sono, celebrado em 2023 nesta sexta-feira (17), tem como tema “O sono é essencial para saúde”. A primeira comemoração da data ocorreu em 2008 a fim de chamar a atenção para a conscientização e promoção da saúde do sono.
Neste ano, o apelo global organizado pela Sociedade Mundial do Sono tem o objetivo de diminuir o peso que os problemas do sono provocam na sociedade, por meio da prevenção e do tratamento.
Neste dia, profissionais de diversas especialidades médicas de 70 países se organizaram para realizar atividades locais e nacionais que demonstrem que o sono é considerado pilar fundamental da saúde humana, tanto do corpo quanto da mente.
No Brasil, de 13 a 19 de março, profissionais de saúde estão participando de palestras, cursos e divulgação dentro de universidades. Já o público em geral tem à disposição informações online sobre a importância de dormir bem.
A Associação Brasileira do Sono (Absono), Associação Brasileira da Medicina do Sono (ABMS) e Associação Brasileira de Odontologia do Sono (Abros) lançaram, em conjunto, a Cartilha da Semana do Sono – 2023com explicações e dicas à sociedade.
A publicação mostra que é durante o sono que ocorrem as principais funções restauradoras, como reposição energética, hormonal, reconstituição de tecidos e sínteses de proteínas.
Existem mais de 100 distúrbios do sono. As três associações brasileiras associadas ao sono (Absono, ABMS e ABOS) afirmam que ter uma boa noite de sono vai contribuir para melhorar a qualidade de vida e pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares (arritmias e hipertensão arterial) e diabetes; manter o peso corporal saudável, evitando a obesidade; fortalecer o sistema imunológico; liberar hormônios; consolidar a memória, concentração e aprendizado; regular o humor, diminuir o risco de depressão e ansiedade; reduzir o estresse; diminuir o número de acidentes, como os de trabalho e de trânsito.
A fadiga causada pela privação do sono ou pelo sono de baixa qualidade pode sobrecarregar física, mental e emocionalmente, com alterações do humor. A psicóloga clínica comportamental e mestre em Medicina do Sono, Mônica Müller, explica a evolução dos quadros de má qualidade do sono, com quatro sintomas principais. “Na insônia inicial, a pessoa tem dificuldade para conciliar o sono. O segundo sintoma é a dificuldade de manutenção. O terceiro é a insônia terminal, com despertar precoce – o indivíduo acorda antes do horário desejado/programado e não consegue voltar a dormir. Por fim, o quarto sintoma é o sono não reparador, com queixas de fadiga, cansaço extremo, o que dificulta à pessoa funcionar [bem] durante o dia”.
O sono de baixa qualidade pode dificultar a atenção, concentração, memória, o aprendizado, planejamento, a tomada de decisão, o raciocínio lógico, a imaginação, criatividade e capacidade de reter novas informações.
Com 23 anos de experiência no assunto, Mônica Müller tem percebido pacientes impactados pelo hábito nocivo da privação intencional do sono, provocado pelo acúmulo de tarefas. “São pessoas que trabalham até mais tarde, que utilizam a noite para fazer outras tarefas, que, muitas vezes, não conseguem se organizar durante o dia. Elas acabam se privando de sono, porque no dia seguinte precisam acordar cedo. Elas têm outros compromissos. Então, é preciso considerar que fadiga gera essa sobrecarga. E o sono de má qualidade, se é mantido durante muito tempo assim, vai repercutir negativamente no funcionamento tanto mental, quanto físico”.
Mônica detalha algumas consequências negativas dessa chamada síndrome do sono insuficiente. “São alterações do humor, em especial para pessoas que apresentam pré-disposição ou já têm transtornos psiquiátricos, sendo os carros- chefe a ansiedade e a depressão. Ela cita ainda o transtorno do humor bipolar, onde a privação de sono é extremamente danosa e pode desencadear episódios de mania. A fadiga e o cansaço extremo precisam ser evitados a todo custo.”
Mônica também fez uma associação direta de prejuízos cognitivos aos transtornos respiratórios, principalmente a apneia do sono, que é a interrupção da respiração por dez segundos ou mais durante a noite. O distúrbio é considerado grave e perigoso, pelo risco de óbito. “Nessa parada respiratória, a pessoa não tem uma boa oxigenação do sangue. Como consequência da dessaturação do oxigênio, acaba sendo levado gás carbônico ao cérebro. O prejuízo na circulação nessa área mata, literalmente, as células nervosas”.
Nesta semana, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) divulgou levantamento, realizado em fevereiro deste ano, que mostra que a baixa qualidade do sono representa 25% das queixas nos consultórios de otorrinolaringologia no Brasil. O mapeamento, feito com 430 médicos de todo o país, considerou os atendimentos realizados por esses especialistas entre 2020 e 2023.
Quase 94% das queixas recebidas pelos otorrinolaringologistas estão relacionadas a roncos e à apneia obstrutiva do sono. O coordenador do Departamento de Medicina do Sono da ABORL-CCF, Danilo Sguillar, considera o percentual bastante expressivo. “Mais de 930 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem da apneia obstrutiva do sono”. O médico enumera os efeitos nocivos da interrupção da respiração. “Além da parada respiratória, os sinais mais comuns desse problema são o ronco alto, a sonolência diurna e as alterações cardiovasculares e metabólicas como pressão arterial elevada, arritmia e diabetes.” Por isso, o ronco deve ser considerado sinal de existência de apneia.
A pesquisa da ABORL-CCF destaca que a faixa etária dos pacientes predominante está entre 40 e 65 anos de idade e há um predomínio (85,2%) do gênero masculino. As queixas em menor número aos otorrinolaringologistas são de insônia, bruxismo, sonolência excessiva e comportamentos como sonambulismo, terror noturno e pernas inquietas. Por isso, a categoria defende a boa respiração pelo nariz.
Durante a pandemia, o estudo revelou que a insônia ganhou destaque nos consultórios. Representou 47,7% das queixas, percentual maior que o das reclamações de ronco e apneia. O médico projeta um quadro de melhora. “Agora, as informações mais sólidas, a vacinação que vem ganhando cada vez mais projeção, com a quarta e quinta doses, fazem com que a gente crie mais confiança, uma relação de mais estabilidade e, obviamente, isso se reflete no nosso sono. Então, seguramente, os próximos meses, os próximos anos vão fazer com que essas queixas relacionadas a insônia, aos pesadelos vão perder destaque”.
Para quem já tem apneia, a otorrino especialista em Medicina do Sono em Brasília, Aliciane Mota, aconselha: “de forma geral, o paciente pode dormir de lado. A maioria se beneficia com o decúbito lateral, porque existe a apneia com um componente posicional. E quando você se coloca de barriga para cima, tende a ter mais apneia. Vale também levantar a cabeceira, não com travesseiro comum. Sugiro aqueles em formato triangular”.
Os especialistas explicam que a necessidade e o limite de horas de sono podem ser diferentes de pessoa para pessoa e são variáveis em cada fase da vida, conforme as alterações hormonais. Um recém-nascido, por exemplo, passa de 14 a 18 horas por dia dormindo, consideradas essenciais ao desenvolvimento, sobretudo, neurológico. Nas crianças, o sono contribui na liberação do hormônio do crescimento. Já a adolescência é caracterizada por uma situação passageira de mudança de padrão do sono. Nessa faixa etária, os adolescentes precisam dormir mais horas (de 8 a 10), com a tendência de dormir e acordar mais tarde. Em tese, os adultos necessitam, em média, de 8 horas de sono por dia. E com o avanço da idade, podem acordar mais vezes à noite e há maior propensão para dormir e acordar mais cedo. Durante o dia, os cochilos podem ser mais frequentes neste momento da vida.
O sono é dividido em duas fases: o sono não REM (Rapid Eyes Movement) e o sono REM. Os estágios do sono se alternam durante a noite. No sono não REM são quatro estágios:
1: Sono de transição: marcado pelo adormecimento. Nesta transição entre estar acordado e dormindo, há relaxamento dos músculos e pode ser caracterizado por cochilos;
2: Sono leve, com a diminuição dos ritmos cardíacos e respiratório e da temperatura corporal;
3: Sono intermediário: a atividade cerebral começa a diminuir e o corpo começa a entrar em um sono profundo;
4: Sono profundo: fundamental para o descanso do corpo, com a liberação de hormônios e recuperação de células e órgãos.
Após o quarto estágio, o corpo caminha para o sono REM, com atividade cerebral intensa. É a fase dos sonhos, fixação da memória e o descanso profundo, essencial para a recuperação e o acordar disposto.
Para dormir bem à noite, os médicos recomendam hábitos saudáveis de higiene do sono:
· ir para o quarto somente quando estiver sonolento (a), para não ‘fritar’ na cama;
· manter uma rotina regular de horários para deitar e se levantar;
· reduzir ruídos e manter o ambiente escuro à noite;
· se necessitar levantar no período noturno, usar lâmpadas adequadas nos ambientes, evitando a luz branca;
· manter a temperatura agradável no quarto;
· evitar o uso de medicamentos para o sono sempre prescrição médica;
· manter fora do quarto animais de estimação que podem atrapalhar o sono;
· cerca de duas horas antes de ir para a cama, evitar o uso de telas (TV, celular e computador);
· evitar alimentação pesada próximo ao horário de dormir;
· evitar o uso de bebidas alcóolicas e com cafeína, como café, chás preto, branco e mate, chocolate, guaraná e outros termogênicos;
· evitar alimentos com glicose
· praticar exercícios físicos regularmente, mas, evitá-los três a quatro horário de deitar;
· perder o excesso de peso corporal;
· não dormir em excesso durante o dia para acumular cansaço físico e mental para a noite
· não fumar;
Para quem já apresenta dificuldades para pegar no sono ou se manter dormindo:
· não permanecer muito tempo na cama acordado;
· ao acordar no meio da noite, evitar conferir o horário
· se tiver os pés frios, usar meias para dormir;
· não pensar em preocupações diárias ao se deitar;
· evitar discussões e polêmicas, no início da noite.
A otorrino Aliciane Mota aponta que diante dos transtornos do sono, em especial a apneia, é fundamental procurar com urgência a ajuda de um profissional com atuação em Medicina do Sono. “Procure um médico. Para o tratamento, ele vai precisar de outros colegas da área de saúde. Pode ser um fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo do sono, dentista. Então, há vários braços na área da saúde colaborando.”
A psicóloga Mônica Müller defende a análise individual de cada paciente. “Não significa que todas as pessoas vão receber as mesmas orientações. Cada um tem um ritmo próprio, uma necessidade de sono própria. O profissional específico do sono vai entender, durante o tratamento, quantas horas de sono aquela pessoa de fato precisa”.
E finaliza explicando o que é um tratamento exitoso: o paciente consegue ir para a cama com bastante sonolência, bastante cansaço para que durma rapidamente e mantenha o sono durante a noite toda. Ele vai se sentir, principalmente, reparado durante o dia. Ter disposição para fazer atividades é um termômetro bastante importante”.
Uma pesquisa global sobre hábitos e condições de sono em mais de dez países, feita pela ResMed em janeiro de 2023, com mais de 20 mil indivíduos, mostra que 49% dos brasileiros mantêm o hábito de usar telas para tentar adormecer, seguido pela prática da leitura (34 %) e do costume de passar tempo com um familiar ou animal de estimação (20%), antes de dormir.
Informações Agência Brasil