A doença cardíaca é a causa número um de mortalidade no mundo. Ela é mais frequente em pessoas mais velhas, mas casos em jovens têm crescido em ritmo alarmante.
Nesta edição, falo das possíveis causas para esse aumento e a importância da prevenção desta condição que tem alta chance de ser fatal.
Crescem casos de infarto em jovens
Nenhuma doença mata mais no Brasil e no mundo do que a cardiovascular. O ataque no coração, também chamado de infarto do miocárdio, é o tipo mais comum dela.
Entenda: ele ocorre quando o fluxo sanguíneo de uma das artérias que levam sangue ao coração é bloqueado, normalmente por entupimento —como gordura ou coágulo sanguíneo— ou, mais raramente, devido a alguma condição congênita.
O número de mortes relacionadas às doenças cardíacas no Brasil assusta: foram 400 mil vítimas no ano passado e 240 mil até agora em 2023, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia disponíveis aqui.
A maioria delas ocorre em indivíduos com mais de 65 anos. Alguns dados, porém, chamam atenção de médicos e cientistas:
Houve crescimento de casos em indivíduos mais jovens, na faixa de 20, 30 e 40 anos;
A alta observada de 2% ao ano, de 2000 a 2016, segundo a Sociedade Americana do Coração.
O que explica: o aumento de hábitos não saudáveis, como sedentarismo e tabagismo. No caso dos mais jovens, o excesso de sobrepeso e a obesidade, o colesterol e a pressão alta também elevam os riscos, afirma o chefe do serviço de cardiologia do Hospital São Lucas da PUCRS, Paulo Caramori.
Para piorar: esses fatores foram acentuados durante a pandemia, segundo levantamento recente do Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia).
Houve aumento de 9% para 17% (90% de crescimento) dos jovens na faixa de 18 a 24 anos com obesidade;
Excesso do consumo de álcool, tabagismo e sedentarismo também cresceram nesta faixa etária durante a pandemia.
A Covid em si também vira um fator de risco, já que a doença é inflamatória e pode causar danos no coração.
Sintomas
Em geral, o ataque cardíaco é evidenciado por uma dor forte, que pode ser como um aperto ou queimação semelhante à azia, localizada em qualquer região do peito (no meio do tórax ou parte alta do estômago).
Sim, mas… Há casos de pessoas que sentem sintomas diferentes, principalmente as mulheres. São eles: calafrios, fadiga, náuseas, tontura, falta de ar, dores em outros lugares do corpo, como mandíbulas, pescoço, costas e braços.
Estilo de vida
Prevenção: sim, pode parecer que médicos estão sempre “batendo na mesma tecla” quando falam de prevenção de doenças crônicas, mas o fato é que as formas de prevenir tanto diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares são as mesmas:
Prática de atividade física;
Dormir bem;
Alimentação equilibrada, com consumo elevado de frutas e legumes e evitar alimentos ricos em gordura, sódio e açúcar (como ultraprocessados);
Controlar a hipertensão arterial;
Reduzir o estresse;
Reduzir ou evitar o consumo abusivo de álcool e cigarro.
Informações G1
Foto: Reprodução
O presidente Lula (PT) sancionou a lei que autoriza a terapia com ozônio como tratamento complementar. Em texto publicado na edição de hoje do DOU (Diário Oficial da União), a lei de nº 14.648 determina que a terapia deve ser realizada por profissional de saúde com nível superior e inscrito no conselho de fiscalização.
Além disso, a ozonioterapia só deve ser aplicada por equipamento de produção de ozônio medicinal regularizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O paciente também deve ser informado pelo profissional responsável pelo tratamento que ele possui caráter complementar.
Ozônio e oxigênio. Consiste na aplicação de uma mistura dos gases oxigênio e ozônio medicinal, com o objetivo de proporcionar ação anti-inflamatória e analgésica, além de supostamente aumentar a quantidade de oxigênio no corpo.
Terapia vem sendo proposta como tratamento para as mais diversas condições, entre elas osteoporose, hérnia de disco, feridas crônicas, hepatite B e C, herpes-zóster, HIV-Aids, esclerose múltipla, câncer, problemas cardíacos, Alzheimer, doença de Lyme, entre outras.
As promessas falam em aplicações do gás ozônio através do ânus, da vagina e por via intravenosa, e que ajudariam na cura dessas doenças.
Não há comprovação científica para nenhum desses usos.
“Efeito placebo”. Em entrevista a VivaBem em julho, Leonardo Tessler, físico, professor da Unicamp e divulgador científico, explicou que, segundo estudos feitos pela agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), os efeitos causados pela terapia não são maiores do que os provocados por qualquer placebo.
Apesar disso, a prática está na lista das Práticas Integrativas e Complementares do SUS, que oferece outros tratamentos alternativos e sem eficácia comprovada, como “imposição de mãos” e “constelação familiar”.
Ela também chegou até a ser cogitada para o tratamento da covid-19. Em agosto de 2020, o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), anunciou que a cidade faria parte de um estudo para utilizar a procedimento por via retal no tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus.
Procedimento experimental. Segundo o CFM (Conselho Federal de Medicina), “trata-se de procedimento ainda experimental, cuja aplicação clínica não está liberada, devendo ocorrer apenas em ambiente de estudos científicos”.
Terapia auxiliar. Já a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizava o uso da terapia só como auxiliar para alguns procedimentos odontológicos e estéticos. Segundo o órgão, “não há, até o momento, nenhuma evidência científica significativa de que haja outras aplicações médicas”.
Gás tóxico. A FDA, equivalente nos EUA à Anvisa, reiterou em 2006 que, quando inalado, o ozônio é um gás tóxico não indicado para uso médico.
Reconhecido? Enquanto isso, a Aboz (Associação Brasileira de Ozonioterapia), afirma que o procedimento médico é reconhecido em mais de 50 países, sendo oferecido, inclusive, no sistema público de saúde de Portugal, Espanha, Itália, Turquia, China e Rússia.
Informações UOL
Reconhecida pelo Conselho Federal de Fisioterapia (COFFITO), a Fisioterapia Uroginecológica desempenha um papel crucial na prevenção e reabilitação de disfunções relacionadas ao assoalho pélvico. Os músculos desta região têm a responsabilidade de controlar a urina e as fezes, sustentar órgãos pélvicos como bexiga, útero e reto, além de contribuir para o desempenho das atividades sexuais. A Fundação Hospitalar de Feira de Santana implementou esse serviço no Hospital Inácia Pinto dos Santos, o Hospital da Mulher, tornando-o pioneiro no estado ao oferecer essa especialidade através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo Gilberte Lucas, diretora-presidente da Fundação Hospitalar de Feira de Santana, esta conquista é um marco para a saúde pública municipal, contribuindo significativamente para o fortalecimento da área e da profissão.
“Introduzimos esse serviço em 2021 para as mulheres que utilizam o Sistema Único de Saúde. Com uma equipe de 22 profissionais, prestamos atendimento especializado em diversas áreas da unidade hospitalar, desde a UTI Neonatal até o atendimento ambulatorial”, destacou Gilberte Lucas.
Entre janeiro e junho de 2023, foram realizados 424 atendimentos especializados em fisioterapia pélvica. O tratamento foca no fortalecimento do assoalho pélvico e é realizado no Ambulatório do Hospital da Mulher. Cada consulta tem aproximadamente 40 minutos de duração e deve ser agendada previamente no ambulatório do hospital.
Segundo a fisioterapeuta pélvica Déborah Santos de Oliveira Gomes, os benefícios da fisioterapia pélvica são inúmeros.
“Nós trabalhamos na coordenação motora das pacientes, utilizando exercícios de respiração para tratar dificuldades relacionadas à incontinência urinária. Nosso objetivo é conscientizar sobre a funcionalidade dessa musculatura, que pode se enfraquecer e levar a um prolapso”, afirma.
A equipe multiprofissional, composta por fisioterapeutas pélvicos, uroginecologistas, ginecologistas e obstetras, orienta as gestantes desde sua chegada à emergência sobre a importância da fisioterapia pélvica.
Déborah ressalta a importância das mãos nas massagens de estímulo da musculatura do assoalho pélvico e menciona diversos recursos utilizados para enriquecer o tratamento.
“Eu trabalho em clínicas particulares como fisioterapeuta e posso afirmar que o serviço oferecido aqui no HIPS é de excelente qualidade. O consultório do HIPS está equipado com tudo o que um profissional de fisioterapia pélvica precisa para prestar um atendimento de excelência. Utilizamos vários recursos, como a bola suíça, mini bands, thera bands, cama elástica para exercícios de agachamento, cone vaginal, aparelho de eletroestimulação, manipulação com sonda, dilatadores vaginais para mulheres que sentem dor durante a relação sexual, entre outros equipamentos”, destaca.
Ela compartilha uma experiência única de sua especialização com as pacientes, visando destacar a importância do serviço de fisioterapia pélvica oferecido pelo Hospital da Mulher.
“Foi uma experiência extremamente positiva quando participei do Congresso Nacional de Fisioterapia Pélvica, onde se enfatizou a falta de cobertura dessa especialidade nos serviços públicos. Eu destaquei que, em Feira de Santana, o Hospital da Mulher oferece fisioterapia pélvica gratuitamente para as mulheres“, enfatizou.
Para Evani Almeida Santos de Oliveira, 65 anos e moradora do bairro Cidade Nova, esse tratamento tem sido fundamental para melhorar sua qualidade de vida.
“Eu tinha um problema sério de incontinência urinária que me impedia de sair de casa. Minha vida social estava comprometida, mas agora, depois do tratamento, me sinto como uma nova mulher”, compartilha emocionada.
Ontem (5) foi celebrado o Dia Nacional da Saúde. Em Feira de Santana, as sete policlínicas municipais oferecem mais de 26 atendimentos de consultas especializadas para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Entre as especialidades mais procuradas estão cardiologia, gastroenterologia, neurologia e angiologista.
As unidades também disponibilizam os exames de ecocardiograma transtorácico, holter, mapa, preventivo – papanicolau, ultrassonografia, ultrassonografia com doppler colorido de vasos e endoscopia digestiva alta. Além dos procedimentos de cirurgia geral.
Vale lembrar que durante o primeiro semestre deste ano, as UPAs e policlínicas realizaram mais de um milhão de atendimentos, incluindo procedimentos, exames e consultas.
Na avaliação de Vera Lucia Galindo, coordenadora-geral das UPAs e Policlínicas Municipais, os números representam a eficiência dos atendimentos através da descentralização de consultas com especialistas e exames de média e alta complexidade.
“É um trabalho coletivo que mantém a taxa de resolutividade positiva, garantindo aos pacientes a melhor qualidade na oferta dos serviços de saúde”, destacou.
Para ser atendido é necessário agendamento prévio nas Unidades de Saúde da Família (USFs) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dos bairros – via Central Municipal de Regulação (CMR).
A Central de Regulação é o setor que permite o acesso dos usuários do SUS a realização de consultas, exames e procedimentos especializados. Através do setor é possível o equilíbrio e oferta da demanda de serviços de saúde.
Dor de cabeça intensa, mucosas amareladas, febre alta e hemorragias são alguns dos principais sintomas que a febre amarela pode causar. O vírus é transmitido pela picada de mosquitos infectados, e a melhor maneira de proteção é a vacinação.Somente neste ano, a Prefeitura de Feira de Santana, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), aplicou 8.934 doses da vacina contra a febre amarela. O imunizante é destinado para as pessoas entre nove meses e 59 anos de idade.Vale lembrar que a vacina não é indicada para gestantes, mulheres que estejam amamentando, pessoas imunodeficientes, como os pacientes com HIV ou outras doenças genéticas congênitas e quem tem alergia a ovo.”O imunizante está disponível durante todo o ano nas unidades de saúde para que todos possam ser imunizados. A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença, por isso, é imprescindível garantir a proteção o quanto antes, diminuindo o risco da doença em humanos”, alerta Carlita Correia, coordenadora da Vigilância Epidemiológica.Aqueles que estão com a caderneta de vacinação desatualizada podem ir até as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Saúde da Família (USFs) para receber a vacina. Para isso, é necessário apresentar documento de identidade e cartão SUS.
Foto: iStock/aquaArts studio.
Cerca de 2 milhões de brasileiros sofrem com a demência, uma condição que engloba diversas deteriorações progressivas no cérebro. Entre as variantes mais comuns está a demência vascular, que ocorre quando as artérias cerebrais são danificadas ou bloqueadas, afetando o suprimento adequado de oxigênio para o cérebro.
Essas mudanças graves no fluxo sanguíneo podem resultar em hemorragias (derrames) ou obstruções (isquemias), levando à morte de células cerebrais.
Os fatores de risco associados à demência vascular estão principalmente ligados a condições que afetam os vasos sanguíneos e o fluxo cerebral, incluindo hipertensão, diabetes, níveis elevados de colesterol, aterosclerose, obesidade e tabagismo.
Essa condição é a segunda forma mais comum de demência, ficando atrás apenas da doença de Alzheimer. Os sintomas da demência vascular podem variar dependendo da localização e da extensão dos danos cerebrais. Alguns dos sintomas comuns incluem:
O diagnóstico e tratamento da demência vascular devem ser realizados por profissionais de saúde qualificados, como neurologistas ou geriatras. Geralmente, o tratamento envolve o controle de fatores de risco, como pressão alta, colesterol elevado e diabetes, além de medidas para promover a saúde cardiovascular.
Fonte: Catraca Livre.
O juiz de direito Otávio Augusto de Oliveira Franco, 54, começou a ter crises de dores de cabeça intensas ainda na adolescência. Ao longo dos anos, ele passou por diversos médicos e recebeu todos os tipos de diagnósticos —de tumor no cérebro a doença nos rins.
Foi só aos 30 anos que ele finalmente descobriu o que tinha: cefaleia em salvas, uma doença neurológica que provoca a “pior dor que existe”. Popularmente, ela até ficou conhecida como “dor de cabeça suicida”, tamanha a dor que provoca. No depoimento a seguir, Franco conta como foi a sua jornada:
“Quando eu tinha 16 anos, acordei uma madrugada com uma dor de cabeça absurdamente forte, parecia que minha cabeça ia explodir. Fiquei assustado e lembro que chamei meus pais e pedi para me levarem ao hospital. Minha mãe me deu um remédio e falou para eu esperar um pouco, que logo ia passar. E de fato passou, depois de uma hora, uma hora e meia, mais ou menos, e eu voltei a dormir.
Um ou dois anos mais tarde, estava dirigindo na estrada quando tive novamente uma dor de cabeça muito intensa. Precisei parar o carro no acostamento e fiquei lá um tempo até melhorar.none
Na época, não associei o que aconteceu anteriormente, achei que eram casos isolados.
Só que, a partir daí, comecei a ter crises com mais frequência. Elas aconteciam quase sempre na mesma época do ano. Tinha de dois a três episódios de dor por dia durante 30 a 40 dias, mais ou menos.
E a dor de cabeça, além de ser alucinante, era acompanhada de lacrimejamento em um dos olhos e nariz escorrendo.
Procurei neurologistas e até oftalmologistas, otorrinolaringologistas e dentistas, e tive diversos diagnósticos: tumor no cérebro, sinusite, enxaqueca, doença no fígado, inflamação nos dentes…
Cada médico me passava um tratamento diferente, eu fazia e achava que adiantava. Mas, no ano seguinte, quando as dores recomeçavam, eu tentava a mesma coisa e, dessa vez, não funcionava.
Também fui várias vezes ao pronto-socorro e, em algumas delas, demoravam tanto para me atender que, quando chegava a minha vez, a dor até já tinha passado. Em outras, era atendido rapidamente, mas os medicamentos que me davam, mesmo sendo fortíssimos, não faziam efeito.
Passei anos da minha vida dessa forma: procurando especialistas variados, recebendo diagnósticos errados e tratando de forma incorreta. No fim das contas, não sabia o que tinha e, quando você sente uma dor como essa e não sabe a causa, isso gera um sofrimento gigantesco, mexe com o emocional.none
Tinha certeza de que era uma doença grave. Acreditava que iria morrer ou ficar com sequelas porque a veia da minha cabeça iria explodir. As crises que tenho são horríveis, uma coisa bem feia de se ver. Como a dor é excruciante, na hora, eu fico muito agitado. Já cheguei a me machucar por causa disso.
E, antigamente, tudo ficava ainda mais difícil porque as pessoas não me levavam muito a sério. Muita gente achava que eu estava fingindo ou que a dor não era tão forte quanto eu relatava. Comecei a me isolar, quase não saía socialmente e guardei o problema para mim, nem com a minha família eu dividia. Acabei desenvolvendo depressão e ansiedade.
Foi só no ano 2000, quando eu já tinha 30 anos, que finalmente descobri o que acontecia comigo. Eu estava assistindo a um programa de televisão e um médico começou a falar sobre dores de cabeça. Ao final, ele disse que havia um tipo, chamada cefaleia em salvas, que causava uma dor muito forte em apenas um dos lados da cabeça, durava algumas horas, o olho lacrimejava e o nariz escorria, justamente os meus sintomas.
Na hora em que escutei aquilo fiquei paralisado, chocado. No dia seguinte, acordei cedo e saí do interior de São Paulo, onde morava na época, e vim para a capital para ir a uma livraria. Comprei todos os livros que achei sobre o assunto para entender melhor.none
Depois, fui atrás de um médico especialista para confirmar o diagnóstico e fazer o tratamento certo.
Lembro como se fosse hoje o alívio que senti por finalmente saber o que tinha e entender que não iria morrer ou ficar com sequelas. A partir dali, passei a lidar muito melhor com a minha condição e até a viver com mais tranquilidade, apesar da dor que a cefaleia em salvas provoca.
E, com a confirmação do problema, comecei a testar tratamentos. Um dos primeiros foi o oxigênio. Para mim, funciona bem quando começo a inalação nos primeiros minutos da dor; a maioria das crises passa rapidamente, em 10-15 minutos, e isso é ótimo quando você fica uma hora, uma hora e meia sentindo uma dor insuportável.
Nos dias que o oxigênio não resolve, tomo sumatriptano. Mas tem que ser injetável, e não em comprimido, porque precisa fazer efeito rápido. Eu aprendi a me autoaplicar. No começo foi bem difícil, assustador, mas agora estou acostumado.
Também entendi que precisava mudar os meus hábitos: controlar o estresse, praticar atividade física com frequência, dormir bem e não consumir bebida alcoólica, já que esses são gatilhos para as crises.
E, há dois anos, o meu médico me indicou um novo tratamento, com anticorpos monoclonais. Já usei algumas vezes, inclusive, na última crise que tive, em março deste ano. O problema é que esses medicamentos são bem caros —uma injeção custa cerca de R$ 1.200.
Além disso, durante quatro anos, fiz um tratamento preventivo com topiramato. Fiquei três anos sem ter crises, mas depois elas voltaram e isso me desanimou bastante. Parei de tomar e não quis retomar porque no começo esse remédio dá muitos efeitos colaterais, como alterações de memória.
Tentei várias outras coisas ao longo dos anos, como acupuntura, meditação e terapia. Tudo isso ajudou. A cefaleia em salvas ainda é uma doença desconhecida, não se sabe a causa e nem existe um remédio específico, então, é preciso fazer um combinado de coisas para amenizar a frequência e a intensidade das dores.none
Apesar de no geral eu conseguir conviver bem com a minha condição, têm alguns dias que são mais difíceis. Fico me perguntando por que tenho isso, o que fiz de errado. É horrível sentir dor, ainda mais uma dor como essa e, quando chega perto da época das crises, dá um pouco de desespero.
Mas procuro aprender o máximo possível sobre o problema e saber o que há de novo. Hoje, também faço parte da Abraces (Associação Brasileira de Cefaleia em Salvas e Enxaqueca): sou conselheiro.
O meu desejo é que a doença tenha mais visibilidade e seja compreendida por todos, tanto os pacientes, para que não passem anos sem saber o que têm, como aconteceu comigo, quanto os parentes e familiares, para que não minimizem o problema e entendam a importância do apoio.
Não acredito que vá surgir um medicamento milagroso em um futuro próximo, mas quero que as pessoas saibam que, ainda assim, há tratamentos eficazes e que garantem melhor qualidade de vida. Com as ferramentas que já temos disponível, dá para diminuir o sofrimento.”
A cefaleia em salvas é uma doença neurológica que afeta cerca de 300 mil pessoas no Brasil, a maioria homens entre 20 e 40 anos.
Ela é caracterizada por uma dor de cabeça lancinante e incapacitante —considerada a pior dor que existe—, localizada em apenas um dos lados da cabeça, na região da têmpora e/ou dos olhos.
Como explica o neurologista Antonio Eduardo Damin, professor da disciplina de neurologia nos cursos de medicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) e da Uninove, e que trata de vários pacientes com o problema, os episódios duram de 15 até 180 minutos, podem ocorrer de um até oito vezes no mesmo dia e são associados à sintomas autonômicos, do mesmo lado da cabeça, como lacrimejamento, vermelhidão nos olhos, obstrução nasal, coriza, queda da pálpebra e pupila contraída.
“O paciente não precisa ter todos esses, mas quase sempre tem mais de um. Outros aspectos da cefaleia em salvas são que ela é sazonal, o que significa que ocorre sempre na mesma época do ano e no mesmo horário —em grande parte das vezes no período noturno—, e persiste por um a três meses, o chamado período de salvas”, relata o médico.
Quem sofre com essa condição fica extremamente agitado durante as crises, andando de um lado para o outro sem parar.
Há, inclusive, relatos de pessoas que batem a cabeça na parede devido à intensidade da dor.
Até o momento, não se sabe o que exatamente causa a cefaleia em salvas. Segundo Damin, uma das teorias é que ela está relacionada com uma anomalia no hipotálamo, região do cérebro que controla o ciclo circadiano (processo biológico que leva cerca de 24 horas e regula diversas ações metabólicas influenciado pela presença ou ausência de luz).
“Também é possível que haja alguma alteração no nervo trigêmeo. Ele é relacionado à sensação de dor na cabeça e se comunica com o hipotálamo. Esse nervo produz uma substância chamada CGRP, que provoca a vasodilatação e isso, consequentemente, piora a dor”, diz o médico.
O diagnóstico da cefaleia em salvas é puramente clínico, feito pelo médico neurologista a partir das queixas do paciente e baseado em critérios determinados pela Classificação Internacional das Cefaleias, elaborado pela IHS (Internacional Headache Society ou Sociedade Internacional de Cefaleia, em tradução para o português).
A doença não tem cura, mas tem tratamento, focado tanto em evitar as crises quanto em interrompê-las quando acontecem.
Na terapia preventiva, são administrados diariamente medicamentos como anti-hipertensivos, estabilizadores de humor e até corticoides.
Já na fase aguda, que é quando o indivíduo está com dor, a indicação são fármacos de efeito rápido, que agem de 10 a 15 minutos, como os da classe dos triptanos de uso subcutâneo, e oxigênio.
Mais recentemente, os médicos também passaram a prescrever anticorpos monoclonais —o paciente toma uma injeção uma vez por mês para amenizar a frequência e a intensidade das dores.
Junto a isso, é fundamental que os pacientes adotem um estio de saudável, o que significa praticar atividade física com regularidade, ter uma dieta equilibrada, dormir bem, combater o estresse e não fumar e nem consumir bebidas alcoólicas e estimulantes.
“É realmente necessário mudar o comportamento, pois sabemos que alguns hábitos podem contribuir para as crises de cefaleias em salva. O que também ajuda bastante é psicoterapia. No geral, sempre encaminho meus pacientes para um tratamento multidisciplinar”, completa Damin.
Informações UOL
Episódios ocorrem quando cérebro acorda, mas corpo permanece temporariamente paralisado. Segundo especialista, alucinações aparecem quando paciente desperta durante sonhos.
Cama desarrumada em imagem ilustrativa — Foto: Reprodução/Unsplash
Acordar de um sono profundo, abrir os olhos, mas não conseguir se mover – nem mesmo emitir sons. O cenário que já parece um tanto desesperador fica ainda pior quando vem acompanhado de aparições estranhas das quais é impossível fugir.
Essas são as características da paralisia do sono, uma condição noturna na qual parte do cérebro acorda, mas o corpo permanece temporariamente paralisado (veja detalhes mais abaixo).
“O sono tem muitos estágios. Um deles é aquele que a gente sonha, chamado de sono REM. Uma das características desse estágio é a de paralisia muscular que as pessoas desenvolvem enquanto estão sonhando”, explica o professor da Universidade de Brasília (UnB) Nonato Rodrigues, especialista em medicina do sono.
Segundo o médico, algumas pessoas acordam durante o sono REM e, por isso, acabam pegando uma parte da paralisia. Nesse caso, episódios de alucinação também são comuns. O g1 conversou com algumas pessoas que passaram por esse tipo de vivência. Veja os relatos:
“Eu tenho paralisia do sono com uma certa frequência e é bem ruim às vezes, por causa das alucinações. Uma delas é um cachorro que tenta me atacar, tipo muito raivoso e grande. Quando ele vai atacar, eu consigo acordar. Outra é como se fossem as pessoas que eu conheço passando por mim e falando comigo, mas eu não conseguindo responder”, conta a professora Luiza Guedes.
“Eu lembro que, quando eu fui dormir, tinha uma toalha que estava estendida na porta, e ela [porta] estava entreaberta. No meio da noite essa toalha começou a virar uma coisa muito estranha e ficou se mexendo, tomando formas, às vezes de uma mão muito magra, às vezes de uma silhueta. Eu tinha a sensação de que essa coisa estava indo atrás do meu pai ou de mim, eu tentava pedir ajuda ou falar alguma coisa, mas era como se eu falasse para dentro”, relata a estudante Bianca Gabrielle.
“Eu dormia em uma cama de casal, e acordei por alguns instantes, com o rosto virado pra porta do quarto, a porta estava aberta e uma mulher de vestido branco estava lá parada me olhando, toda ensanguentada. Lembro de só sentir meu corpo pesado e muito sono, então eu só aceitei. Ela veio até a minha cama, deitou nela e olhou fixamente pra mim com uma cara bem ‘do mal’. Fechei o olho pra tentar voltar a dormir e escutei respirações pesadas, mas no fim eu só dormi de novo”, conta o universitário João Victor Alves dos Santos.
“Fui para a cama tarde, por volta das 2h. Quando notei, estava com os olhos abertos, na posição de barriga para cima. Na hora que acordei, meu corpo estava super pesado, a qualquer momento parecia que iria entrar dentro da cama. Quando olhei pra porta, que era de vidro, tinha uma coisa que parecia uma silhueta do outro lado. Ela ficava se mexendo sem parar, e eu não conseguia nem fechar os olhos. A cada segundo que passava a figura ficava mais agitada, parecia que queria sair de lá. Eu tentei mexer os dedos da mão, tentando repetir na minha cabeça pra ficar calmo. Até que consegui mexer um pouco os dedos, e no segundo que meu dedo mexeu, a silhueta sumiu”, conta Lucas Adriano, professor da educação infantil.
“A pior paralisia que eu tive foi quando senti uma mão no meu ombro e ouvi claramente uma voz falar ‘vira pra ver quem é’. Eu não consegui me mexer e nem gritar, foi sufocante, só consegui acordar completamente depois de alguns minutos”, relata a estudante Joice Vitoria Rodrigues.
“Era final de tarde, eu peguei no sono na cama e aí tudo começou. Eu lembro muito de que parecia mesmo que estava acontecendo naquele momento, naquela hora, tudo muito real. Eu lembro de ver uns fantasmas verdes andando na minha casa. Eu achei mesmo que eram espíritos”, conta Mateus de Paula, recepcionista.
Fases do sono — Foto: Arte/G1
O sono é dividido em quatro fases: o sono superficial, o sono intermediário, o sono profundo e o sono REM (depois que adormecemos, demora-se de 70 a 120 minutos para entrar nesta fase). “REM” significa rapid eye movement, em inglês. Ou seja, movimentos oculares rápidos (veja ilustração acima).
É durante o sono REM que os sonhos acontecem. Uma das características desse estágio é a de paralisia muscular para que as pessoas não reproduzam os movimentos que acontecem no sonho.
“Imagine a seguinte situação: uma pessoa sonha que está montada num cavalo. Se não existisse a paralisia muscular nessa fase para ‘protegê-la’, ela poderia sair cavalgando sozinha pelo quarto”, explica o médico Nonato Rodrigues.
Segundo o médico, em algumas situações, a pessoa pode acordar no meio do sono REM e perceber que está paralisada. “E por que algumas veem alucinações? Por que também faz parte do sonho você ter imagens, como se fosse um filme na cabeça”, aponta o especialista.
Nonato Rodrigues diz que o que se faz, normalmente, é orientar o paciente para que ele se tranquilize em relação ao distúrbio. O fenômeno é normal e pode acontecer nos seguintes casos:
Existem técnicas que podem ser desenvolvidas pelo próprio paciente para que ele saia da paralisia. De acordo com o médico, tentar mexer os dedos das mãos e dos pés pode ajudar. “Outras pessoas preferem mexer primeiro os ombros”, diz o médico.
Informações G1
Nesta quinta-feira (3), enfermeiros que atuam nas unidades de saúde da atenção básica participaram de mais uma atualização sobre o manejo clínico e acompanhamento dos casos de pacientes com dengue. O evento, realizado no auditório Dr. João Batista Cerqueira, tem como objetivo preparar a equipe para evitar possíveis agravos da doença.
A enfermeira, Tayse Queiroz, que trabalha na Unidade Básica de Saúde- UBS Serraria Brasil, relata que não existe uma demanda grande de pacientes com suspeita, mas destaca que todos que procuram o local são atendidos, orientados e encaminhados para os pontos de coleta onde é feito o exame diagnóstico.
“Hoje, foi um momento de partilhar conhecimento e experiências, nos atualizando diante do cenário epidemiológico de Feira. Como a gente fica na ponta, temos um papel importante na identificação dos casos, na orientação da ingestão de água e dos sinais de alarme, nos quais o paciente deve procurar de forma imediata as unidades de urgência e emergência se perceber que está sentindo”, ressaltou Queiroz.
Na avaliação da enfermeira do bairro Caseb I, Sheila Melo, o momento foi produtivo, uma vez que os profissionais saem confiantes para garantir um atendimento de qualidade à população. “A dengue é uma doença totalmente curável e que deve ser tratada com a hidratação, o aumento do consumo de água. Nosso intuito é facilitar as informações e orientar o paciente para que não sofra com complicações que poderiam ser evitadas”’ pontuou.
Conforme a enfermeira do Grupo Técnico- GT Arboviroses, Sandrea Costa, o momento faz parte de uma série de ações desenvolvidas, desde o início deste ano, para instruir os profissionais de saúde no atendimento adequado à população acometida pela dengue. “Esperemos que quem esteve presente torne-se multiplicador das informações repassadas e que todas as equipes sejam sensibilizadas para que a gente consiga prevenir, desse modo, novos óbitos”, frisou.
Quando procurar a unidade de saúde?
A recomendação da Vigilância Epidemiológica é que ao notar os sinais, procure a unidade de saúde mais próxima para receber orientações e fazer o exame. Em casos graves, o paciente deve procurar, de forma imediata, as UPAs e Policlínicas Municipais.
O exame para diagnóstico de arboviroses também está disponível no Ambulatório Municipal de Infectologia, localizado na Rua Professor Fernando São Paulo, nº 911, bairro São João. Para ter acesso, o paciente deve apresentar guia de solicitação, documento de identidade e cartão SUS.
A ejaculação precoce é uma das disfunções sexuais mais prevalentes: ela acomete 1 a cada 3 brasileiros acima de 18 anos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o primeiro medicamento específico para o problema com indicação em bula e uso sob demanda. Essa medicação já é usada em mais de 50 países.
Pessoas com ejaculação precoce normalmente chegam ao orgasmo em menos de um minuto. O tempo ejaculatório considerado normal, do momento da penetração até a ejaculação, é de três a seis minutos. A disfunção está, em muitos casos, relacionada à ansiedade.
Há dois tipos de ejaculação precoce, a primária, quando o paciente sofre com isso desde o primeiro relacionamento, e a secundária, quando ele passa a apresentar uma ejaculação mais rápida como efeito colateral a algum fator ocorrido, de fundo psicológico ou físico.
A dificuldade de manter uma relação sexual por mais tempo acaba trazendo prejuízos emocionais para o paciente, assim como problemas para o relacionamento.
Com o princípio ativo de cloridrato de dapoxetina (com o nome comercial de Prosoy, comercializado pela Farmoquímica), o remédio deve ser tomado de uma a três horas antes da relação sexual, por isso é considerado sob demanda. Antes da chegada do novo medicamento, as únicas alternativas de tratamento para a ejaculação precoce eram com o uso ansiolíticos e antidepressivos, por conta do fundo emocional do problema. Os fármacos eram de uso contínuo e demoravam quase 1 mês para começar a surtir algum efeito.
— A dapoxetina tem a capacidade de ativar os receptores seratoninérgicos, principalmente os agonistas destes receptores, tendo a capacidade de atrasar a ejaculação, porque ela estimula os receptores de serotonina 1A e isso faz com que aumente o limiar de excitação. Aumentando esse limiar de excitação, você prolonga o tempo até a ejaculação. Esse é um grande diferencial dessa medicação — explica o urologista Fernando Facio, membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), presidente da Latin American Society for Sexual Medicine (SLAMS) e membro internacional da American Urological Association (AUA).
O especialista destaca que o medicamento tem uma absorção mais rápida pelo organismo — por isso pode ser tomado algumas horas antes da relação sexual. E, da mesma forma que ele é rapidamente absorvido, também é eliminado do corpo.
— O paciente não fica com a medicação na circulação, o que não traz efeitos adversos maiores, como sonolência e outras consequências que os antidepressivos de uso contínuo podem causar.
O remédio deve ser prescrito por um médico e sua venda é controlada (tarja vermelha). Ele é vendido em comprimidos em dois tipos de dosagens: de 30 e 60mg. No entanto, a bula recomenda que o paciente comece com a dose de 30mg tome, no máximo, um comprimido a cada 24 horas.
Segundo o urologista, a dapoxetina não deve ser usada junto com antidepressivos de uso diário. Além disso, ele recomenda não ingerir álcool para evitar possíveis problemas. A dapoxetina pode causar queda de pressão ao se levantar (sintomas como tontura), principalmente em pacientes que fazem uso de remédio para hiperplasia prostática benigna.
— O mais interessante são as boas indicações do remédio, que não tem nenhuma interferência com o uso de alimentos — diz o médico.
Créditos: O Globo.