Agência Brasil- O governo de São Paulo anunciou hoje (23) o envio de 3,9 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.
Hoje (23), será enviado lote com 1,2 milhão de doses e, amanhã (24), serão entregues mais 900 mil frascos da vacina. Até domingo (28), serão liberados mais três lotes de 600 mil doses – previstas para envio nos dias 25, 26 e 28 de fevereiro.
De 5 de fevereiro a 5 de março, o governo paulista estima entregar 5,6 milhões de doses ao PNI, 65% a mais que o volume previsto inicialmente.
“No início de março, o Instituto Butantan vai disponibilizar mais 1,7 milhão de vacinas para a imunização do país, estando previstas remessas de 600 mil doses no dia 2; 500 mil, no dia 4 e 600 mil, no dia 5”, disse o governo de São Paulo, em nota.
As doses enviadas hoje fazem parte do lote de imunizantes envasados no Butantan com o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) enviado pela Sinovac Life Science, da China. O instituto já entregou 90% de todas as vacinas usadas na rede pública do país e criou uma força-tarefa para envasar, em ritmo acelerado, doses para a entrega ao PNI.
O estado de São Paulo ultrapassou a marca de 2 milhões de vacinas aplicadas contra covid-19, às 18h17 do último domingo (21).
Na manhã desta terça-feira, o Vacinômetro apontava 2.070.040 imunizações no estado de São Paulo, sendo 1.665.803 da primeira dose e outras 407.237 para a segunda dose.
Por Danillo Lisboa, psicólogo, doutorando e pesquisador do Laboratório de Processos de Subjetivação em Saúde da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP
Tem se tornado um jargão da atualidade a ideia de que todo mundo precisa de um psicólogo. Entre amigos, colegas e familiares, a necessidade de um acompanhamento psicológico tem sido posta à mesa das mais diferentes formas, geralmente, justificadas a partir de outros jargões, como: “Todo mundo tem um trauma a tratar”, “ninguém é 100%”, “todo mundo tem, nem que seja alguma coisinha, para falar para o psicólogo”. Mas será mesmo verdade que todo mundo precisa de um profissional da Psicologia? É claro que não. Ainda assim, por que estamos nos habituando com tanta tranquilidade a afirmar que “todo mundo precisa de um psicólogo”?
Com a ampliação do número de profissionais da Psicologia no Brasil, o uso corrente dessa ideia pode ter contribuído para aumentar a procura de pessoas pela clínica psicológica, especialmente, com a redução de preconceitos entre aqueles que acreditavam que psicólogo seria um profissional específico para pessoas enlouquecidas. Porém, o efeito colateral desse senso comum de que “todo mundo precisa de um psicólogo” tem revelado alguns prejuízos para a própria Psicologia, sobretudo, pelo raciocínio evidente de que: se todo mundo precisa, ninguém precisa.
Vejamos, se, ao invés do profissional psicólogo, afirmássemos: “Todo mundo precisa de um advogado”, quais efeitos isso teria? Seria um completo absurdo, isso porque, se todo mundo precisasse de um advogado, o que estaria em falha não seriam os direitos individuais, mas o próprio sistema de garantias de direitos. Uma outra situação se aplica ao caso da Medicina, se, de repente, afirmássemos: “Todo mundo precisa de um médico”, estaríamos revelando muito mais a ausência de saneamento básico, os problemas bacteriológicos, de saúde pública, virais, epidemiológicos, nutricionais, entre outros, do que de fato enaltecendo as contribuições da Medicina. No caso da Psicologia, o que parece é que, ao sustentar o jargão “todo mundo precisa de um psicólogo”, alguns profissionais se enveredam pelo canto da sereia generalizante que puxa cada vez mais a profissão para o fundo do oceano.
A Psicologia, enquanto ciência da subjetividade, precisa pôr em evidência as razões que sustentam os discursos engendrados no tecido sociocultural, a fim de tornar claro que na afirmação rotineira de que “todo mundo precisa de um psicólogo” há muito mais conteúdo dito do que gostaríamos de ouvir. Nas entrelinhas desse jargão, estamos também dizendo que todo mundo está adoecido psiquicamente e que, na atualidade, ninguém tem condições de ter saúde mental. A denúncia é importantíssima para compreendermos o nosso tempo, e é uma ilusão o psicólogo achar que ele detém a resposta que “todo mundo precisa” para resolver os males dessa era obcecada pelo desempenho e pela autoexploração. Aqui reside o canto da sereia que muitos profissionais têm preferido escutar.
Em parte, a ideia ingênua contida no jargão “todo mundo precisa de um psicólogo” encontra sustentação na cultura contemporânea do autoempreendedorismo, que convoca profissionais a criarem nichos de mercado a qualquer custo, e, também, no modelo biomédico presente no campo da saúde. Esse modelo, historicamente, tem privilegiado uma compreensão dos fenômenos de saúde-doença dentro de uma lógica individualizante, intrapsíquica, neuronal e biológica, isentando fatores sociais, políticos e culturais de questionamento, o que distancia a análise e correlações entre fenômenos sociais e necessidades clínicas.
Por isso, neste contexto, o mal-estar, por mais coletivo que seja, passa a ser visto como individual e cada um que procure um psicólogo de confiança para se “tratar”. É a lógica da clínica intrapsíquica e individualizante em sua capacidade pura de desconectar a necessidade existente do contexto em que ela surge, como se fosse possível uma doença surgir fora do contexto que a produz. Ao desconsiderar o contexto, o risco de culpabilizar o indivíduo por manifestar na pele os problemas de uma época pode ser ampliado.
Por isso, é preciso seriamente se perguntar: por que, hoje, todo mundo precisaria de um psicólogo? As contas não fecham. Ou a nossa sociedade está produzindo pessoas adoecidas psiquicamente ou estamos banalizando a potência de contribuição que a Psicologia poderia dar para o desenvolvimento de pessoas mais conscientes de si, de suas histórias e de suas possibilidades de transformação. E essas hipóteses podem atuar conjuntamente. No passado, no contexto educacional, a Pedagogia foi banalizada e usurpada por setores que buscaram minar suas importantes contribuições para a emancipação de pessoas. Agora, a Psicologia parece viver um processo muito semelhante de destituição de suas potências a partir da lógica de que “todo mundo precisa de psicólogo”, fenômeno que revela uma imposição determinista capaz de fazer ruir a própria subjetividade que a profissão almeja alcançar.
É preciso que os profissionais da Psicologia resistam ao canto da sereia de generalizar comportamentos passíveis de intervenção psicológica, como fazem os adeptos das fórmulas mágicas e receitas para tudo, e sustentem a subjetividade como eixo direcionador de suas intervenções, garantindo que cada pessoa alcance um reconhecimento pessoal do porquê procurar um psicólogo. Sem formular minimamente essa questão, nenhum processo terapêutico se inicia. Sem isso, é muito provável que a clínica da Psicologia caminhe para se tornar mais uma modinha do momento: “Porque todo mundo precisa”.
É claro que diferentes pessoas podem se beneficiar do acompanhamento psicológico com um profissional e isso pode vir a ser uma ajuda muito importante para a compreensão de si mesmo e para o movimento construtivo e reconstrutivo de questões subjetivas, feito que coloca a psicoterapia como um instrumento fundamental para o amadurecimento humano e uma grande contribuição para o desenvolvimento da saúde. Porém, se a lógica da atualidade é que todo mundo precisa de uma psicoterapia, estamos muito mais próximos da revelação do modo de funcionamento social do nosso tempo, cuja ênfase recai sobre o indivíduo, do que propriamente do papel potencial da psicoterapia para o desenvolvimento humano.
Se, diante da evidência de que o mundo não vai bem e de que as pessoas estão adoecendo psiquicamente, a cultura contemporânea tem adotado a estratégia de enfiar nos consultórios psicológicos, ou no de outras especialidades, os adoecidos que este tempo produz, justificando que “todo mundo precisa”, não estamos agindo na raiz do problema, apenas individualizando questões através dos compartimentos dos consultórios. Se é esse o anseio da atualidade na busca pela clínica psicológica, é preciso que os próprios profissionais da Psicologia, na honestidade da clínica, frustrem-no, contribuindo para que as questões individuais passem a ser comunitárias. Como afirmou o psicólogo Gilberto Safra (USP), muito do que as crescentes demandas clínicas da atualidade têm revelado é a urgente necessidade de reerguer um mundo comum onde o rosto humano possa ser reconhecido.
O espaço de uma clínica profissional especializada, cercada pela segurança de um consultório planejado e estruturado, não isentará ninguém de ver o mundo, pelo contrário, deve ampliar esse olhar. O mal-estar contemporâneo, mais do que nunca, vai além da individualidade historicamente privilegiada na compreensão dos fenômenos psicológicos e de saúde, e nos revela aspectos comunitários fundamentais para que o ser humano possa ter saúde. O mal-estar contemporâneo não poderá ser enfrentado transformando a clínica da Psicologia em lugar desmedido para todo mundo, pois é o mundo que precisa voltar a ofertar a hospitalidade necessária para que o ser se torne humano.
Ao invés de afirmar que “todo mundo precisa” de um determinado tipo de profissional/especialidade, poderíamos encaminhar nossos esforços para afirmar que todo mundo precisa de saúde e saúde mental para viver, utilizando conceitos mais amplos que nos coloquem em relação com o mundo comum em que vivemos, reivindicando que a Psicologia e os demais campos do conhecimento reconheçam que, na oferta de cuidado e saúde, o mundo comum é sempre maior do que a clínica de qualquer especialidade.
Jornal da USP
Agência Brasil- O Ministério da Saúde dispensou o uso de licitação para compra das vacinas Covaxin, da Índia, e Sputnik V, da Rússia. O objetivo é dar mais agilidade ao processo de aquisição desses imunizantes.
A compra ainda depende da aprovação para uso emergencial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No total, serão disponibilizadas para a população 10 milhões de doses da Sputnik V e 20 milhões da Covaxin.
As entregas devem começar em março e deverão seguir o seguinte cronograma:
Sputtnik V
Março: 400 mil
Abril: 2 milhões
Maio: 7,6 milhões
Total: 10 milhões de doses
Covaxin
Março: 8 milhões
Abril: 8 milhões
Maio: 4 milhões
Total: 20 milhões de doses.
O investimento previsto é de R$ 639,6 milhões na vacina russa e R$ 1,614 bilhão na vacina da Índia.
Total das aquisições deve custar quase R$ 2 bilhões
O Ministério da Saúde publicou neste sábado (20), em edição extra do Diário Oficial da União, a dispensa de licitação para a compra das vacinas contra Covid-19 Sputnik V e Covaxin. Os textos informam que as aquisições terão o custo de R$ 693,6 milhões para o imunizante da Rússia e de R$ 1,614 bilhão para a vacina indiana.
Na prática, isso autoriza a compra das vacinas, mas, de acordo com fontes do governo, o ministério colocou a condição de só realizar o pagamento se houver autorização de uso emergencial ou registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A dispensa de licitação foi autorizada pela Medida Provisória 1.026, que trouxe medidas excepcionais relativas à aquisição de vacinas, insumos, bens e serviços de logística destinados à vacinação contra o novo coronavírus. As publicações no DOU não especificam o volume de doses contratadas. Pelo cronograma do ministério, serão entregues a partir de março 20 milhões de doses da Covaxin e 10 milhões da Sputnik V.
Ambas as vacinas, porém, nem sequer estão sob análise de uso emergencial na Anvisa. A agência ainda aguarda dados de segurança e eficácia para começar esta avaliação. A agência chegou a devolver um pedido de uso emergencial da Sputnik V pela falta de informações básicas.
O laboratório União Química também pretende fabricar as doses da Sputnik V no Brasil, mas ainda não tem as certificações exigidas para isso. De acordo com fontes do governo federal, a preparação da fábrica para produzir este imunizante pode levar até seis meses.
A eficácia da Sputnik V é de 91,6%, segundo dados publicados na The Lancet. A Anvisa, porém, tem feito cobranças reiteradas à União Química para que o detalhamento destas informações, além daquelas que tratam de segurança do produto, sejam entregues.
A vacina da Índia está em uso emergencial no seu país de origem, mas tem dados de eficácia ainda desconhecidos. A Covaxin é fabricada pela Bharat Biotech, representada no Brasil pela Precisa Medicamentos.
Informações Pleno News/Estadão
Uma notícia inusitada vinda da China chamou a atenção nos últimos dias: autoridades locais anunciaram que iriam começar a usar o swab anal para diagnosticar a covid-19.
Em resumo, o método consiste em introduzir no ânus uma haste flexível para colher amostras de material orgânico, que depois serão analisados em laboratório para detectar (ou não) a presença do coronavírus.
Atualmente, o padrão é fazer o swab nasal, em que a haste é colocada no nariz e na boca para coletar amostras lá do fundo da garganta.
De acordo com especialistas chineses, o novo exame teria uma precisão maior, traria resultados mais confiáveis e seria particularmente útil em algumas situações especiais.
Mas o que a ciência diz sobre o assunto? E como os testes que diagnosticam a covid-19 evoluíram nos últimos meses?
A ideia de fazer testes laboratoriais pelo ânus não é particularmente nova.
Exames de fezes e colonoscopia, por exemplo, são métodos valiosíssimos para o diagnóstico de uma série de doenças — de infecções gastrointestinais ao câncer colorretal.
Até mesmo no contexto da covid-19 o assunto não é uma novidade absoluta.
“Já sabemos há algum tempo que o intestino poderia funcionar como um santuário do coronavírus, como acontece com outras doenças virais. Ele poderia escapar do nariz e dos pulmões, ficaria em algumas regiões do sistema digestivo e seria eliminado pelas fezes”, raciocina o infectologista Celso Granato, diretor clínico do Grupo Fleury.
Ainda nos primeiros meses de pandemia, os médicos notaram que a doença não se limitava aos sintomas respiratórios e muitos pacientes apresentavam incômodos gastrointestinais, como cólicas e diarreia.
Portanto, do ponto de vista das características da enfermidade, pensar num swab anal não é tão estranho assim — apesar de não existir nenhuma evidência contundente até o momento mostrando que ele seria superior ou traria resultados melhores do que a análise feita pelo nariz e pela garganta.
Se os testes pelo ânus são aprovados na análise técnica, eles emperram em questões como comodidade, praticidade e conveniência.
“Há uma série de restrições de natureza cultural, de foro íntimo. Um exame desses envolve expor a própria genitália e a região anal, que são bastante sensíveis”, aponta o infecologista e epidemiologista Fernando Bellissimo Rodrigues, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).
Na própria China, o swab anal será usado por enquanto em situações muito específicas.
Segundo uma reportagem da Forbes, testes desse tipo estão sendo aplicados em passageiros que desembarcam no aeroporto de Pequim e em alguns centros de quarentena.
Há notícias de que um grupo de mil crianças e professores também precisaram fazer o exame depois que foram expostos ao coronavírus.
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil apontam que o método também poderia ser válido em pacientes com diarreia como sintoma principal ou em pessoas que apresentam alguma dificuldade para a coleta pelo nariz e pela garganta.
Mas essa não é a única novidade no mundo do diagnóstico da covid-19: nos últimos meses, o conhecimento e a tecnologia avançaram bastante e hoje trazem uma série de opções diferentes que facilitam a vida de pacientes e profissionais da saúde.
De forma geral, os exames para covid-19 são divididos em dois grandes grupos: os testes virais e os de anticorpos.
O primeiro detecta o agente infeccioso (ou pedacinhos dele) e permite saber se a pessoa está com a doença “ativa” em seu organismo.
Já os testes de anticorpos medem a resposta do sistema imunológico e indicam se o indivíduo já teve a doença no passado — falaremos sobre eles em detalhes mais adiante.
De acordo com as principais diretrizes nacionais e internacionais, o método principal para diagnóstico do coronavírus continua a ser aquele conhecido pela sigla RT-PCR.
A coleta acontece por meio do swab nasal, em que a haste flexível raspa o fundo da garganta para colher o material que será analisado no laboratório.
“Sabemos que essa região costuma ter a maior concentração de vírus em infecções respiratórias e é relativamente fácil de acessar pelo nariz e pela boca”, explica o virologista José Eduardo Levi, da rede de laboratórios Dasa.
O RT-PCR é o exame que possui atualmente a melhor sensibilidade entre as opções disponíveis.
Isso significa que ele é capaz de identificar, entre as pessoas com suspeita de estarem infectadas, aquelas que realmente estão doentes.
Na prática, o método deixa “escapar” poucos casos de covid-19, o que dá uma grande confiança em seus resultados.
Mas, apesar da alta confiabilidade, essa opção apresenta algumas desvantagens.
A primeira delas é a demora para obter os resultados.
O RT-PCR também requer equipamentos, reagentes e profissionais especializados, o que torna todo o processo mais custoso.
Por fim, não dá pra ignorar o fato de a coleta ser incômoda — quem já precisou fazer sabe que o swab nasal não é nada agradável.
Avanços da ciência permitiram a criação de testes mais rápidos e baratos para detectar o coronavírus. Mas eles ainda não são superiores ao RT-PCRImagem: ANDREW MILLIGAN/GETTY IMAGES
Foi pra resolver alguns desses pontos fracos do RT-PCR que outros três tipos de exames surgiram e já estão disponíveis em alguns laboratórios.
Eles também avaliam a presença do vírus no organismo e podem ajudar a fazer o diagnóstico da covid-19.
Uma opção relativamente recente é o exame de saliva. Em vez de cutucar o fundo do nariz com uma haste flexível, a premissa aqui é cuspir num recipiente e esse material é analisado.
“Isso representa um avanço, particularmente para aquelas pessoas que necessitam repetir os testes com regularidade”, destaca Granato, que também é professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Depois de colhida, a saliva também passa pelo laboratório onde acontece aquele processo de busca por pedacinhos genéticos do coronavírus pela mesma tecnologia do RT-PCR.
Outra inovação dos últimos meses é o teste LAMP, disponível em locais como farmácias, estações móveis e centros de diagnóstico.
Ele também é feito por swab nasal e vasculha a presença de pistas genéticas do vírus.
A diferença está no custo: como exige equipamentos menos rebuscados e possui menos etapas, essa metodologia é mais barata.
Por fim, a última novidade é o teste de antígeno, que também carece da coleta de material no fundo da garganta.
“Em vez de detectar o material genético, essa tecnologia vai procurar outros pedacinhos da estrutura do vírus”, diz Levi, que também é pesquisador do Instituto de Medicina Tropical da USP.
Mais uma vez, o ganho aqui está no preço mais baixo e na rapidez em obter um laudo positivo ou negativo.
Apesar de todas as facilidades, esse trio de exames não supera o RT-PCR naquilo que é mais essencial: a sensibilidade.
Em outras palavras, os testes de saliva, de antígeno e o LAMP são validados cientificamente e podem sim ser úteis numa série de situações.
Mas eles deixam escapar com mais frequência alguns resultados positivos de covid-19, o que pode fazer indivíduos infectados acharem que estão livres da doença.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) destaca quatro situações em que é necessário passar por um exame desses:
Uma recomendação que existia até uns tempos atrás era a de esperar pelo menos três dias de sintomas antes de fazer a coleta do material para análise — mas isso caiu por terra recentemente.
“Quando a pessoa procura um serviço de saúde com sinais sugestivos, ela deve ser submetida ao exame imediatamente. Não faz sentido algum pedir para que ela volte dali a alguns dias”, indica Rodrigues.
“Um retorno posterior só significaria dupla carga de trabalho das unidades assistenciais e um maior risco de contágio para o próprio paciente, se ele não estiver com covid-19, ou para todo mundo ao redor, se ele está realmente infectado”, completa o especialista.
Se ficar em dúvida de quando fazer o teste e qual dos tipos é o melhor para você, o ideal é buscar a orientação de um profissional de saúde, que poderá fazer uma avaliação e analisar os prós e contras antes de dar uma recomendação personalizada.
Os exames utilizados atualmente para o diagnóstico da doença não foram desenvolvidos para grandes rastreamentos populacionais, em que milhares de pessoas são testadas — mesmo aquelas que não se encaixam nos quatro critérios descritos acima.
O grande risco dessa estratégia é sofrer com uma alta taxa de resultados falso negativos, em que as pessoas estão infectadas com o vírus, mas ele não é detectado na análise laboratorial.
Hoje em dia, sabe-se que entre 40 e 50% das pessoas que pegam covid-19 não apresentam sintoma algum.
Se elas não tomarem os cuidados básicos (uso de máscaras, lavagem de mãos, distanciamento físico…), podem transmitir o vírus para outros e criar novas cadeias de transmissão.
Portanto, um resultado falso negativo pode reforçar uma falsa sensação de segurança, quando todo mundo deve seguir as recomendações para evitar uma proliferação ainda maior da pandemia.
Os especialistas também contra-indicam a realização dos testes como um salvo-conduto para se aglomerar em festas e outros eventos sociais.
“O resultado do exame é sempre um retrato até aquele momento. Nada garante que você se infecte alguns minutos ou dias depois”, reforça Levi.
Como comentamos no início da reportagem, os testes sorológicos (ou de anticorpos) são um segundo tipo disponível desde o primeiro semestre de 2020, quando a pandemia se alastrou para todos os continentes.
Realizados por meio de uma coleta de sangue, eles quantificam a produção de anticorpos conhecidos como IgA, IgG e IgM contra uma infecção pelo coronavírus.
Os anticorpos são substâncias produzidas pelo nosso sistema imunológico, que ajudam a neutralizar uma segunda invasão viral.
O problema é que essa reação de defesa do organismo demora um pouquinho para acontecer. Portanto, os testes sorológicos só dão um resultado válido dez dias ou mais após o início dos sintomas.
Eles não servem, então, para diagnosticar a doença ativa e tomar as medidas contra a covid-19, como uma quarentena ou um tratamento para os casos mais graves.
“Por essas razões, a utilidade desses testes é um pouco mais restrita. Eles podem ser valiosos, por exemplo, em inquéritos populacionais e estudos epidemiológicos que vão medir a porcentagem da população que já foi exposta ao vírus”, conta Rodrigues.
Os testes sorológicos permitem saber se você já teve a infecção no passado, mas não servem para realizar o diagnóstico de covid-19Imagem: CAVAN IMAGES/GETTY IMAGES
Apesar de indicarem quem já teve covid-19, um resultado positivo no exame sorológico não é passaporte para voltar à “vida normal”.
Em primeiro lugar, a ciência ainda não sabe quanto tempo dura a imunidade após um primeiro episódio da doença.
Apesar de todos os avanços, a metodologia dos anticorpos também não é 100% à prova de falhas e pode dar resultados “errados”.
Por fim, a detecção de novas variantes no Reino Unido, na África do Sul e em Manaus abre uma possibilidade de quadros de reinfecção que não podem ser ignorada.
As recomendações de distanciamento físico, uso de máscaras, lavagem de mãos e preferência por locais arejados e ventilados continuam essenciais para todo mundo.
Os exames de anticorpos também evoluíram bastante de uns tempos para cá.
“Uma coisa importante que aprendemos com a experiência é que não basta fazer um teste só, porque nenhum deles é capaz de identificar toda a gama de respostas imunológicas que o ser humano apresenta. É importante que as amostras passem por dois métodos diferentes para um resultado melhor”, informa Granato.
Um passo relevante nessa área é a chegada de métodos que avaliam os anticorpos neutralizantes.
“Eles nos certificam que o indivíduo tem anticorpos e que eles são realmente capazes de proteger contra o vírus”, explica Levi.
As opções disponíveis até então avaliam substâncias com o IgA, o IgG e o IgM, mas elas dão menos certeza sobre a efetividade da resposta imune diante de uma nova infecção quando comparadas aos tais anticorpos neutralizantes.
Outra novidade que deve chegar nos próximos meses são os testes que avaliam a reação das células do sistema imunológico após um quadro de covid-19.
“Essa tecnologia analisa os glóbulos brancos, que em laboratório são estimulados com pedaços do coronavírus. Se essas células reagem, significa que há uma resposta imunológica mais completa”, projeta Levi.
Os especialistas entrevistados para essa reportagem sinalizam que a disponibilidade dos testes de covid-19 no país melhorou significativamente.
“No início, havia uma grande limitação, porque os insumos necessários nem chegavam até aqui”, lembra Granato.
Mas ainda há problemas na compra de substâncias essenciais para a realização do RT-PCR, por exemplo.
“Nós perdemos a oportunidade lá atrás de criar uma política de usar os testes para rastrear os primeiros casos positivos e isolá-los. Isso nunca foi feito de forma organizada no país”, lamenta Levi.
No início da pandemia, programas desse tipo foram implementados com enorme sucesso em países como Nova Zelândia e Coreia do Sul.
Informações Notícias UOL
Nas últimas 24h, Feira de Santana registrou mais 188 pacientes recuperados da Covid-19 e atingiu a marca de 23.215 curados da doença desde o início da epidemia, índice que representa 94,2% dos casos confirmados. Enquanto isso, 71 exames foram negativos e 41 positivos.
O boletim epidemiológico contabiliza ainda 69 pacientes internados no município e 975 casos ativos, ou seja, pessoas que ainda estão com a doença. A informação é da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde nesta sexta-feira (19).
Relatório sobre Covid-19 em Feira de Santana
NÚMEROS DESTA SEXTA-FEIRA
19 de fevereiro de 2021
Casos confirmados no dia: 41
Pacientes recuperados no dia: 188
Resultados negativos no dia: 71
Total de pacientes hospitalizados no município: 69
Óbito comunicado no dia: 0
A Secretaria de Saúde ressalta que a inclusão no boletim dos registros de óbito por Covid-19 é feita quando a declaração de óbito, ficha de notificação e resultado do exame positivo para a doença chegam à Vigilância Epidemiológica.
NÚMEROS TOTAIS
Total de pacientes ativos: 975
Total de casos confirmados no município: 24.643 (Período de 06 de março de 2020 a 19 de fevereiro de 2021)
Total de pacientes em isolamento domiciliar: 906
Total de recuperados no município: 23.215
Total de exames negativos: 35.652 (Período de 06 de março de 2020 a 19 de fevereiro de 2021)
Aguardando resultado do exame: 526
Total de óbitos: 453
INFORMAÇÕES TESTES RÁPIDOS
Total de testes rápidos realizados: 21.544 (Período de 06 de março de 2020 a 19 de fevereiro de 2021)
Resultado positivo: 3.852 (Período de 06 de março de 2020 a 19 de fevereiro de 2021)
Em isolamento domiciliar: 19
Resultado negativo: 17.692 (Período de 06 de março de 2020 a 19 de fevereiro de 2021)
O teste rápido isoladamente não confirma nem exclui completamente o diagnóstico para covid-19, devendo ser usado como um teste para auxílio diagnóstico, conforme a nota técnica COE Saúde Nº 54 de 08 de abril de 2020 (atualizada em 04/06/20).
Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana
Prefeito já estava em tratamento para câncer no sistema digestivo
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), voltou a fazer quimioterapia nesta quarta-feira (17) após descobrir um novo nódulo no fígado. A massa foi detectada durante um exame de controle.
Atualmente, Bruno Covas trata um câncer localizado na cárdia, que fica entre o estômago e o esôfago.
Segundo o boletim médico do Hospital Sírio-Libanês, o tucano está “bem disposto, alimentando-se bem e recuperando peso após período de radioterapia”. O relatório informa ainda que exames de imagem “evidenciaram sucesso da radioterapia no controle dos linfonodos, próximos ao estômago”.
Por causa do nódulo no fígado, a equipe médica que acompanha o prefeito preparou um tratamento que consiste em quatro sessões de 48 horas, com intervalos de 14 dias entre cada uma. Covas deve receber alta no dia 20 deste mês.
VEJA O BOLETIM MÉDICO DE BRUNO COVAS
Informações Pleno News
O infectologista Gubio Soares, professor da Ufba, fez um alerta, em entrevista ao programa BNews Agora, na rádio Piatã FM, nesta quarta-feira (17), sobre o risco de colapso na saúde da Bahia por causa do aumento de casos do novo coronavírus.
“A população tem que entender o seguinte: temos 200 milhões de pessoas no Brasil, não vai ter vacina tão facilmente assim, porque o mundo inteiro quer vacina, e não temos garantia que as vacinas vão reduzir ou proteger a maioria das pessoas. […] Vai acontecer aqui na Bahia o que aconteceu em Manaus”, disse o infectologista.
Ainda segundo o professor, já é esperado que apareça novas mutações do coronavírus. “O vírus vai continuar procurando mutação, vai aparecer não só essa [do Reino Unido, na Bahia], como outra. É natural que o vírus faça isso porque quer sobreviver no hospedeiro”, disse.
Informações B News
O áudio foi desmentido pelo diretor do Hospital de Campanha
Um áudio circulou nas redes sociais nesta quarta-feira (17), falando que o sistema de saúde de Feira de Santana está em colapso, tendo 280 pessoas em espera por atendimento. A informação contida no áudio foi desmentida pelo diretor médico do Hospital de Campanha, Francisco Mota.
Segundo Francisco, a informação é falsa, já que a enfermaria está com 50% da capacidade de ocupação, a UTI está lotada, no entanto, ainda existem outros pontos de atendimento, como as Umidades de Pronto Atendimento (UPA).
Veja o vídeo em que o diretor explica a real situação da rede de saúde nesta quarta-feira (17):
Feira de Santana registra mais 193 casos positivos e 211 negativos da Covid-19, nas últimas 24h. Até agora são exatamente 22.580 pacientes recuperados, índice que representa 92,2% dos casos confirmados.
O boletim epidemiológico contabiliza ainda 64 pacientes internados no município e 1.443 casos ativos, ou seja, pessoas que ainda estão com a doença. O informativo também confirma mais duas mortes. A informação é da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde nesta quarta-feira (17).
Relatório sobre Covid-19 em Feira de Santana
NÚMEROS DESTA QUARTA-FEIRA
17 de fevereiro de 2021
Casos confirmados no dia: 193
Pacientes recuperados no dia: 0
Resultados negativos no dia: 211
Total de pacientes hospitalizados no município: 64
Óbitos comunicados no dia: 2
Datas dos óbitos: 18/09 e 14/02
A Secretaria de Saúde ressalta que a inclusão no boletim dos registros de óbito por Covid-19 é feita quando a declaração de óbito, ficha de notificação e resultado do exame positivo para a doença chegam à Vigilância Epidemiológica.
NÚMEROS TOTAIS
Total de pacientes ativos: 1.443
Total de casos confirmados no município: 24.473 (Período de 06 de março de 2020 a 17 de fevereiro de 2021)
Total de pacientes em isolamento domiciliar: 1.379
Total de recuperados no município: 22.580
Total de exames negativos: 35.366 (Período de 06 de março de 2020 a 17 de fevereiro de 2021)
Aguardando resultado do exame: 365
Total de óbitos: 450
INFORMAÇÕES TESTES RÁPIDOS
Total de testes rápidos realizados: 21.458 (Período de 06 de março de 2020 a 17 de fevereiro de 2021)
Resultado positivo: 3.837 (Período de 06 de março de 2020 a 17 de fevereiro de 2021)
Em isolamento domiciliar: 13
Resultado negativo: 17.621 (Período de 06 de março de 2020 a 17 de fevereiro de 2021)
O teste rápido isoladamente não confirma nem exclui completamente o diagnóstico para covid-19, devendo ser usado como um teste para auxílio diagnóstico, conforme a nota técnica COE Saúde Nº 54 de 08 de abril de 2020 (atualizada em 04/06/20).
Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana