A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, rejeitou a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de realizar novas eleições no país. Ela classificou a sugestão do petista como uma “falta de respeito”.
“A eleição já aconteceu”, respondeu Machado ao ser questionada por jornalistas chilenos e argentinos sobre a ideia de Lula para resolver o impasse político no país.
“Eu pergunto: vamos para uma segunda eleição e, se não gostarem do resultado, iremos para uma terceira, quarta, quinta?”, questionou. “Até que o presidente Nicolás Maduro goste dos resultados? Vocês aceitariam isso em seus países, que, se o resultado não for satisfatório, repitam a eleição?”
“Nós participamos da eleição seguindo as regras da tirania”, acrescentou. “Muitos me disseram que éramos loucos, que correríamos riscos e que haveria uma fraude monumental que não poderíamos provar. Algumas pessoas foram mortas ou estão hoje presas, escondidas ou tiveram que fugir do país.”
Ela prosseguiu: “Não reconhecer o que aconteceu em 28 de julho, para mim, é uma falta de respeito com os venezuelanos, que deram tudo de si e expressaram sua soberania popular.”
Lula sugeriu a repetição das eleições durante uma entrevista à rádio T FM, do Paraná, e disse que ligaria para o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.
“Se [Maduro] tiver bom senso, ele poderia fazer uma conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições, estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral suprapartidário, que participe todo mundo, e deixar que entrem olheiros do mundo inteiro para ver as eleições”, disse Lula.
Há dois dias, fontes do governo brasileiro informaram ao jornal Valor Econômicoque o Itamaraty estava considerando propor novas eleições na Venezuela.
Também nesta quinta-feira, 15, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, apoiou a ideia de novas eleições no país. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Maduro foi reeleito com 52% dos votos, mas as atas eleitorais não foram divulgadas. O órgão alega que o sistema foi hackeado.
A oposição venezuelana afirma ter vencido as eleições com base na contagem das atas eleitorais, que teriam obtido por meio de representantes em cada local de votação.
Informações Revista Oeste
Foto: Federico PARRA / AFP
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, declarou com firmeza que Edmundo González assumirá a presidência da Venezuela no dia 10 de janeiro. A afirmação foi feita durante uma entrevista transmitida por uma emissora local nesta segunda-feira, dia 12. Essa declaração surge em meio a pressões para desafiar o resultado das eleições presidenciais que reelegeram Nicolás Maduro no dia 28 de julho.
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, Nicolás Maduro venceu o pleito com 52%dos votos, mas as atas que comprovam os resultados não foram divulgadas. O órgão eleitoral alegou que o sistema foi alvo de um ataque hacker, justificando a ausência das atas.
Enquanto a oposição alega que Edmundo González conquistou 67% dos votos e apresenta um site com cópias de mais de 80% das atas digitalizadas como prova, o resultado é questionado internacionalmente. Países como os Estados Unidos, a União Europeia, e várias nações latino-americanas, incluindo o Brasil, a Colômbia e o México, têm pressionado por um acordo entre as partes envolvidas.
Edmundo González é um político venezuelano com uma longa trajetória de oposição ao governo. Sua carreira é marcada pela defesa da democracia e pelos constantes enfrentamentos com o governo vigente. Caso assuma a presidência em janeiro, enfrentará o desafio de estabilizar um país marcado por crises econômicas e políticas intensas.
Se González de fato assumir a presidência, será interessante observar quais medidas ele implementará para reverter a atual situação do país. Entre as expectativas para o novo governo, podemos destacar:
Além disso, González terá que lidar com a tensão interna e a oposição de apoiadores de Maduro, que representam uma parte significativa da população. A união nacional será um dos maiores desafios para o novo governo.
A comunidade internacional está dividida em relação à situação venezuelana. Por um lado, há países que apoiam a oposição e querem ver mudanças na liderança do país. Por outro, existem aqueles que seguem mantendo relações diplomáticas com o governo de Maduro.
Os desdobramentos futuros dependerão das ações tomadas por González tanto internamente quanto em suas relações exteriores. A expectativa é que ele trabalhe em prol de um governo democrático e estável, conquistando a confiança tanto do povo venezuelano quanto da comunidade global.
Essa transição de poder, se confirmada, representa um momento crucial na história da Venezuela. O mundo estará atento para ver os próximos passos de Edmundo González e como ele irá navegar por esses tempos turbulentos.
Informações TBN
Sob o controle do ditador Nicolás Maduro, o Legislativo da Venezuela quer regular as redes sociais no país. Para colocar seu plano em prática, a Assembleia Nacional pretende reformar uma lei que frequentemente usa contra opositores. O regime acusa plataformas como Twitter/X e WhatsApp de conspirarem contra Maduro.
Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia e figura central do chavismo, anunciou a reforma na segunda-feira 12. A iniciativa faz parte de um pacote que inclui também uma lei para regular ONGs e outra para “punir o fascismo”.
A decisão surge dias depois de Maduro intensificar ataques a plataformas como Twitter/X, WhatsApp e TikTok. Acusado de fraude eleitoral, o ditador é pressionado pela oposição e está isolado diplomaticamente. Com isso, ele aumentou as críticas às redes sociais, acusando-as de conspirar para um golpe de Estado.
Na última quinta-feira, 8, Maduro chegou a bloquear o Twitter/X no país por dez dias, alegando que o proprietário da plataforma, Elon Musk, seria coordenador de supostos ataques cibernéticos contra instituições venezuelanas.
“A Venezuela precisa regulamentar o funcionamento das redes sociais”, declarou Jorge Rodríguez, presidente da assembleia.
Ele avisou que “vamos nos dedicar nesse período de sessões à tarefa de aprovar um pacote de leis que [Maduro] solicitou para poder defender a nossa população das expressões de ódio social, do terrorismo e da disseminação de ideias fascistas e de ideias de ódio nas redes sociais.”
Neste vídeo, Maduro afirma que o imperialismo tecnológico está “atacando a Venezuela” e “ameaça as famílias do país”:
A Assembleia Nacional já aprovou em primeira discussão uma lei que regulamenta o financiamento das ONGs, frequentes alvos de ataques do governo. Uma outra lei visa a tornar partidos ilegais e multar empresas, organizações ou veículos de comunicação que financiem atividades ou divulguem informações que incitem aquilo que o regime classifique como “fascismo”.
“Muitas ONGs servem de fachada para o financiamento de atos terroristas”, afirmou Rodríguez, sem apresentar provas. “Vamos revisar a lei contra o ódio para incorporar os elementos relacionados à propagação de ódio nas redes sociais.
Informações Revista Oeste
O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández negou ter cometido violência física contra sua ex-mulher, Fabiola Yáñez. No entanto, ele admitiu que houve “discussões veementes” quando eles ainda formavam um casal. Fabiola o acusa de “agressão física e mental”.
Em entrevista ao jornal espanhol El País, Fernández comentou as frequentes discussões com Fabiola durante os quatro anos em que viveram na residência presidencial de Olivos. Contudo, o político negou ter agredido fisicamente a mãe de seu filho mais novo.
“Estou sendo acusado de algo que não fiz”, defendeu-se. “Eu não bati em Fabíola. Nunca bati em mulher (…) Vi as fotos na mídia, mas ainda não tive acesso à causa. Eles nunca chegaram ao meu conhecimento de forma alguma. O que vou fazer é esperar, ir ao tribunal e deixar a Justiça governar”, disse ele.
Fernández acrescentou que ele e Fabiola, “como todo casal”, tiveram discussões, sendo algumas “mais veementes” e outras “menos veementes”.
“Preciso saber do que ela está falando, pois com esse critério eu também poderia dizer a mesma coisa.”
No dia 6, após a denúncia de violência doméstica se tornar pública, Fernández publicou uma mensagem na rede social X:
“A verdade dos fatos é outra, e só vou dizer que é falso, que aquilo de que vocês agora me acusam nunca aconteceu”.
Ele acrescentou que, pela integridade sua, dos seus filhos e também da própria Fabíola, ele não faria declarações à mídia. “Mas, isso sim, levarei à Justiça as provas e os depoimentos que revelarão o que realmente aconteceu.”
Informações Revista Oeste
O ex-presidente da Costa Rica Óscar Arias, ganhador do Nobel da Paz por negociações de paz na América Central, afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está errado em relação à crise na Venezuela. Em entrevistaao jornal Folha de S.Paulo, ele diz que é perda de tempo esperar que o ditador Nicolás Maduro apresente as atas eleitorais.
“Eu esperava que um democrata como Lula, que perdeu eleições e reconheceu suas derrotas, tivesse ligado e dito: ‘Maduro, você perdeu, reconheça a derrota e saia do poder’”, disse Arias à Folha.
Ele discorda da declaração de Lula de que a oposição, ao contestar a vitória de Maduro anunciada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), deveria apenas entrar na Justiça. “Que Justiça na Venezuela?”, argumenta. “O Poder Judiciário na Venezuela não é autônomo, independente.”
Para Arias, “não há nenhuma dúvida” de que Maduro perdeu as eleições. “Para todo ditador, ainda mais quando se trata de um narcogoverno, é muito difícil reconhecer a derrota, porque ele sabe o que o espera”, afirmou ao jornal. “Um ditador não sabe se desapegar da cadeira presidencial, e um ditador ligado ao narcotráfico sabe menos ainda.”
Ele destaca que o regime de Maduro está fazendo “muito mal” aos venezuelanos. “Mais de 7 milhões de venezuelanos emigraram. Depois dessa eleição, vai aumentar ainda mais a migração.”
“A Venezuela é um Estado falido”, acrescenta. “É impossível recuperar a economia com Maduro no poder. Com essa eleição roubada, esse autogolpe, as coisas vão piorar ainda mais na Venezuela, e isso deveria preocupar todos os democratas do mundo.”
“É muito triste que líderes democratas fiquem quietos, não digam nada sobre essa fraude na eleição”, conclui.
Informações Revista Oeste
A brutal perseguição política não dá trégua na Venezuela. Além dos mortos nas recentes manifestações e dos milhares de detidos, a ditadura de Nicolás Maduro intensificou a repressão ao utilizar suas forças de segurança e grupos paramilitares para ameaçar e intimidar qualquer um que critique o fraude eleitoral ocorrido nas eleições presidenciais de 28 de julho.
Neste fim de semana, surgiram nas redes sociais imagens que mostram várias casas no bairro 23 de Janeiro, um dos mais tradicionais de Caracas, marcadas com um “X”. O objetivo é amedrontar a população e prevenir novas manifestações massivas contra o regime. Um morador local, que preferiu permanecer anônimo, relatou ao jornal El Nacional que as marcas indicam a presença de muitos opositores na área.
A advogada venezuelana e diretora do Instituto Casla, Tamara Suju, informou em suas redes sociais que o caso foi denunciado à Corte Penal Internacional (CPI), que já investiga Maduro e a liderança do regime chavista por crimes contra a humanidade na Venezuela. Segundo Suju, a “Operação Tun Tun” é uma referência ao som das batidas na porta, similar às operações nazistas de perseguição.
Desde 29 de julho, quando começaram as manifestações contra o fraude eleitoral, a comunidade internacional tem exigido reiteradamente ao regime de Maduro que cesse a violência e a perseguição contra a oposição política e a sociedade civil. Entretanto, a ditadura prosseguiu com suas ações repressivas.
De acordo com a ONG Foro Penal, que lidera a defesa dos presos políticos na Venezuela, até o sábado haviam sido registrados 1.303 arrestos verificados no contexto das manifestações pós-eleitorais. Desses, 170 são mulheres, 116 adolescentes, 14 indígenas e 16 pessoas com deficiência. Além disso, durante as protestas, houve episódios de violência e vandalismo, resultando em 24 civis mortos, segundo a ONG Provea.
A principal coalizão de oposição, a Plataforma Unitaria Democrática (PUD), denunciou que o regime está conduzindo uma perseguição política “a níveis desumanos”. Segundo a PUD, nos últimos dias, a repressão atingiu níveis críticos, com adolescentes, mulheres e homens sendo detidos por expressarem seu desejo de mudança.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, afirmou em comunicado que é urgente que as autoridades venezuelanas ponham fim imediatamente às detenções arbitrárias e à repressão contra membros da oposição e da sociedade civil. Borrell destacou que a crise venezuelana deve ser resolvida através do diálogo, transparência e respeito à soberania e à vontade do povo.
O candidato opositor Edmundo González Urrutia, que, segundo as atas da oposição, venceu as eleições com quase 67% dos votos, enviou uma mensagem direta ao ditador Maduro: “Faço um apelo em nome de todos os venezuelanos para que cesse a violência e as perseguições e libere imediatamente todos os compatriotas detidos arbitrariamente”.
O cenário na Venezuela permanece tenso e a comunidade internacional continua atenta, aguardando ações concretas que respeitem os direitos humanos e a vontade dos cidadãos expressa nas urnas.
Informações TBN
A Organização dos Estados Americanos (OEA) trabalha para apresentar, na próxima semana, uma nova resolução sobre a eleição na Venezuela. A iniciativa ocorre depois da reprovação de um texto anterior, que não conseguiu votos suficientes. O Brasil foi um dos 11 países que se abstiveram na votação.
Diplomatas do Itamaraty afirmam que os países membros da OEA devem ter a disposição de oferecer uma negociação. De acordo com os representantes brasileiros, isso não ocorreu no texto reprovado da semana passada.
O governo brasileiro afirma que o novo texto deve defender a transparência e a divulgação das atas eleitorais.
Além disso, o Itamaraty disse que deve haver um “equilíbrio” nas negociações entre a ditadura de Nicolás Maduro e a oposição. Com isso, o Brasil propõe uma solução institucional para o conflito.
Ainda de acordo com o órgão, o governo brasileiro vai apoiar uma nova resolução se, de fato, o documento “abordar essas preocupações que foram levantadas”. Colômbia e México apoiam essa mesma postura de negociação.
Os representantes brasileiros, no entanto, ainda não se juntaram aos países que denunciam fraude na eleição da Venezuela.
Segundo os diplomatas brasileiros, a resolução da semana passada foi rejeitada porque também houve “falta de sensibilidade e vontade de negociar com países que tinham diferentes sugestões”.
Entre as propostas da resolução rejeitada estavam a publicação imediata dos resultados da eleição presidencial em cada seção eleitoral e a verificação abrangente dos resultados na presença de observadores internacionais.
Enquanto a OEA não chega a um consenso sobre uma resolução para a Venezuela, o regime chavista sequestra e prende opositores que protestam contra a ditadura.
Os soldados do regime já prenderam mais de mil manifestantes. O ditador afirmou que os presos políticos do país “não vão receber perdão”.
Informações Revista Oeste
Os comandantes da Força Armada Nacional Bolivariana da Venezuela (FANB) declararam nesta terça-feira, dia 6, que permanecem absolutamente leais ao ditador Nicolás Maduro. A manifestação ocorreu um dia depois de o candidato de oposição Edmundo González apelar por apoio das forças armadas e das polícias, em comunicado público, no qual declarou ser o verdadeiro presidente eleitodo país.
O ex-diplomata afirma ter vencido as eleições presidenciais realizadas em 28 de julho, munido de parte das atas de votação. Ele foi reconhecido como vencedor pelos Estados Unidos e países latino-americanos como Argentina, Uruguai, Panamá e Peru.
Sob desconfiança interna e externa, o Conselho Nacional Eleitoral, órgão controlado pelo chavismo, declarou que Maduro foi reeleito. O órgão promoveu rapidamente uma cerimônia de diplomação do ditador.
O resultado, porém, passou a ser imediatamente contestado dentro e fora da Venezuela. Cobrado por denúncias de fraude e sem respaldo internacional, o regime não forneceu qualquer evidência do resultado da votação, o que é cobrado mesmo por governos ideologicamente próximos, como os de Brasil, Colômbia e México.
Uma semana depois, González pediu que militares e policiais se aliem ao povo, deixem de reprimir manifestações pacíficas e impeçam a atuação de destacamentos que atacam, torturam e matam em defesa da cúpula madurista. Ele também disse que o “novo governo oferece garantias aqueles que cumprem com seu dever constitucional”. “Membros da Força Armada e dos corpos policiais, atendam seus deveres institucionais, não reprimam o povo, acompanhê-lo.”
Ao longo desta terça-feira, um a um os generais comandantes das Regiões Estratégicas de Defesa Integral (Redi) responderam ao pedido de González. Eles vieram a público declarar que reconhecem a reeleição do chavista e que consideram que a oposição perdeu e estimula uma insurreição.
O regime organizou atos públicos em cada quartel das Redi pelo país. Os discursos dos oficiais foram veiculados pela rede de televisão oficialista Venezuelana de Televisão — VTV, na qual o próprio Maduro possui um programa.
Os generais fizeram referência direta à carta pública assinada por González e pela líder da oposição, María Corina Machado. Ele foi classificado pelos generais como “ex-candidato”; ela, como “fascista” e “ultradireitista”.
De acordo com os generais, ambos opositores lideraram grupos criminosos em manifestações e incitaram policiais e militares à “desobediência”. O procurador-geral Tarek William Saab, aliado de Maduro, abriu uma investigação contra González e Corina. O ditador pede que os dois sejam presos.
Os comandantes disseram que “rechaçam categoricamente qualquer ação conspiratória e desestabilizadora”. Além disso, pediram “máxima vigilância” aos militares, policiais e ao “poder comunitário” e movimentos sociais, uma referência aos coletivos chavistas, parte do aparato armado do regime.
Em paralelo, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, promoveu uma declaração em Caracas, também cercado de comandantes. Ele disse que os opositores desataram uma onda de terrorismo e querem promover no país um plano entreguista.
“A união cívico-militar-policial garante a paz. Unidos como nunca”, afirmou López. Ele leu um comunicado, depois republicado por Maduro, no qual a FANB e as polícias qualificam a proposta da oposição como “desesperada” e “sediciosa”.
Os militares são peça-chave no regime chavista e considerados um obstáculo para a remoção de Maduro do poder. Desde que chegou ao Palácio Miraflores, o chavismo promoveu mais de 2 mil generais — número sem paralelo no mundo —, realizou um alinhamento político e entregou a eles benesses remuneratórias e controles de diversos aparatos do Estado.
Revista Oeste, com informações da Agência Estado
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela confirmou na última sexta-feira (2/8) a reeleição do presidente Nicolás Maduro com 51,95% dos votos. No entanto, a vitória foi imediatamente contestada por setores da oposição e pela comunidade internacional.
O presidente do CNE, Elvis Amoroso, informou que entregou as atas eleitorais ao Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) do país na segunda-feira (5.ago.2024). Esta medida foi tomada após pedidos do TSJ, que está alinhado ao governo de Maduro, para averiguar possíveis irregularidades no processo eleitoral.
A oposição, liderada por Edmundo González Urrutia, do partido Plataforma Unitária Democrática (centro-direita), alega que o verdadeiro vencedor das eleições foi González, que teria obtido 67% dos votos, segundo um relatório do Centro Carter. González e outros opositores foram convocados a comparecer ao tribunal nesta quarta-feira (7.ago.2024) para prestar informações.
O Tribunal Supremo de Justiça solicitou diversos documentos ao CNE, entre eles a ata de escrutínio das mesas eleitorais e a ata de totalização final do processo eleitoral. A presidente do TSJ, Caryslia Rodríguez, confirmou a entrega dos documentos e afirmou que o tribunal irá investigar as acusações de fraude, um processo que pode levar até 15 dias.
Edmundo González Urrutia e outro candidatos da oposição não compareceram à última convocação do tribunal, que ocorreu na sexta-feira (2.ago.2024). Na ocasião, era esperado que os candidatos derrotados assinassem um termo de aceitação do resultado. A falta de resposta dos opositores apenas aumentou as suspeitas em torno da legitimidade do pleito.
Além disso, a acusação central da oposição gira em torno da alegação de que a eleição não foi realizada de maneira democrática, falhando em atender aos padrões internacionais. Esta afirmação é sustentada por um relatório da organização Centro Carter, que também destacou a falta de transparência e igualdade no processo eleitoral.
A situação política na Venezuela permanece tensa, com protestos e manifestações ocorrendo em várias cidades do país. Em Los Palos Grandes, manifestantes ergueram cartazes com a mensagem “Ganhamos”, contestando a vitória de Maduro.
A confirmação da reeleição de Nicolás Maduro pelo CNE, apesar de contestada, marca mais um capítulo na instável história política da Venezuela. Com investigações em curso e um cenário internacional desfavorável, o futuro político do país é incerto.
Maduro, que está no poder desde 2013, continua a comandar um regime autocrático, caracterizado por falta de garantias de liberdades fundamentais e restrições aos direitos humanos, conforme relatado por diversas organizações internacionais. A polêmica em torno de sua reeleição agrava ainda mais a crise socioeconômica e política do país, deixando a população venezuelana em um estado de constante incerteza.
Informações TBN
Candidato oposicionista do chavismo publicou um comunicado no qual pediu ainda aos militares que respeitem o resultado da eleição
O candidato da oposição da Venezuela, Edmundo González, proclamou-se o novo presidente do país, nesta segunda-feira, 5.
A mensagem veio pouco mais de uma semana depois da disputa contra Nicolás Maduro, na qual, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o ditador teve 51% dos votos, contra 44% de González. Atas obtidas pela oposição, contudo, mostram um resultado divergente: 67% para o oposicionista e 30% para o chavista. A agência de notícias AFP e o Centro Carter avalizaram o resultado em prol do ex-diplomata.
“Agora, cabe a todos nós respeitar a voz do povo”, disse González, em um comunicado. “Fizemos a nossa parte. Realizamos a mais formidável mobilização cívica para que a vitória eleitoral fosse inquestionável. É um triunfo obtido com enorme energia e firmeza.”
Conforme González, a oposição obteve 67% dos votos, enquanto Maduro ficou com 30%. “Essa é a expressão da vontade popular”, constatou o oposicionista. “Vencemos em todos os Estados do país e em quase todos os municípios. Todos os cidadãos são testemunhas desta realidade, incluindo os membros do Plano República.”
“A Venezuela e o mundo inteiro sabem que, nas eleições do dia 28 de julho, a nossa vitória foi esmagadora. Desde o mais humilde cidadão, testemunha, membro de assembleia de voto, oficial das Forças Armadas, polícia, até organizações internacionais e governos. Com as atas em mãos, o planeta viu e reconheceu o triunfo das forças democráticas.
Fizemos a nossa parte. Realizamos a mais formidável mobilização cívica para que a vitória eleitoral fosse inquestionável. É um triunfo obtido com enorme energia e firmeza, e o fizemos em paz. Obtivemos 67% dos votos, enquanto Nicolás Maduro obteve 30%. Essa é a expressão da vontade popular. Vencemos em todos os Estados do país e em quase todos os municípios. Todos os cidadãos são testemunhas desta realidade, incluindo os membros do Plano República.
No entanto, Maduro recusa-se a reconhecer que foi derrotado por todo o país e, em face de protestos legítimos, lançou uma ofensiva brutal contra líderes democráticos, testemunhas, membros das assembleias de voto e até contra o cidadão comum, com o absurdo propósito de querer esconder a verdade e, ao mesmo tempo, tentar encurralar os vencedores.
Apelamos à consciência dos militares e da polícia para que fiquem ao lado do povo e das suas próprias famílias. Com essa violação massiva dos direitos humanos, o alto-comando alinha-se com Maduro e os seus vis interesses. Enquanto você é representado por aquelas pessoas que foram votar, pelos seus colegas das Forças Armadas Nacionais, pelos seus familiares e amigos, cuja vontade foi manifestada no dia 28 de julho e você sabe.
Temos consciência de que em todas as componentes das Forças Armadas Nacionais está presente a decisão de não reprimir os cidadãos que exigem pacificamente os seus direitos e a vitória. Nós, venezuelanos, não somos inimigos da FAN. Com essa disposição, apelamos a que evitem as ações de grupos organizados pela liderança de Maduro, uma combinação de esquadrões militares e policiais e grupos armados fora do Estado, que espancam, torturam e também assassinam, sob a proteção do poder maligno que eles representam. Você pode e deve interromper essas ações imediatamente. Instamos-vos a evitar a violência do regime contra o povo e a respeitar os resultados das eleições de 28 de Julho. Maduro deu um golpe de Estado que contradiz toda a ordem constitucional e quer torná-los seus cúmplices.
Vocês sabes que temos provas irrefutáveis de vitória. O relatório do Centro Carter é devastador sobre as condições e o resultado eleitoral, enquanto Maduro tenta fabricar resultados quando, além disso, expirou o prazo legal para a sua publicação.
Membros das Forças Armadas e das forças policiais: cumpram os seus deveres institucionais, não reprimam o povo, acompanhem-no. Da mesma forma, pedimos a todos os venezuelanos que têm mães, pais, filhos, irmãos, companheiros membros das Forças Armadas Nacionais ou policiais, que exijam que não reprimam, que ignorem ordens ilegais e que reconheçam a Soberania Popular, expressa nas votações no domingo, 28 de julho.
O novo governo da República, eleito democraticamente pelo povo venezuelano, oferece garantias a quem cumpre o seu dever constitucional. Da mesma forma, ressalta que não haverá impunidade. Este é um compromisso que assumimos com cada um dos venezuelanos.
Vencemos esta eleição sem qualquer discussão. Foi uma avalanche eleitoral, cheia de energia e com uma organização cidadã admirável, pacífica, democrática e com resultados irreversíveis. Agora cabe a todos nós respeitar a voz do povo. A proclamação de Edmundo González Urrutía como presidente eleito da República procede imediatamente”.
Informações Revista Oeste