O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o julgamento de réus do 8 de janeiro, nesta segunda-feira, 2. Dessa forma, Mendonça provocou uma reviravolta em uma estratégia interna da Corte: a de acelerar os julgamentos no plenário virtual.
Mendonça pediu destaque (para transferir a discussão ao plenário físico) em dois processos: o de Jupira Rodrigues e Nilma Lacerda.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, disse que vai discutir com os demais ministros a possibilidade de devolver às Turmas o julgamento das ações penais.
Dessa forma, os casos dos réus pelo 8 de janeiro iriam para a Primeira Turma, da qual pertence o relator, Alexandre de Moraes. Mendonça e Nunes Marques não integram esse grupo. Portanto, ficariam excluídos de decidir sobre o tema.
Nessa hipótese, os processos seriam analisados, exclusivamente, por Moraes, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, todos com votos no sentido de condenar os presos. Nunes Marques e Mendonça têm sido os únicos a divergir da maioria, sentenciando manifestantes a penas menores, absolvendo-os de crimes e optando pelo regime aberto.
Barroso deu as declarações durante uma entrevista coletiva na sede do STF, na sexta-feira 29.
Informações Revista Oeste
Foto: Reprodução/Redes sociais.
Domingos Brazão (foto), conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, negou neste domingo (1º) envolvimento na morte de Marielle Franco e Anderson Gomes.
O inquérito que apura os assassinatos saiu do Rio e foi enviado ao Superior Tribunal de Justiça. Segundo o jornal O Globo, o motivo é o surgimento de novas suspeitas sobre Brazão.
“É um desrespeito com a minha família e com a de Marielle. A quem pode interessar isso? Essa insistência? A verdade vai aparecer. Essa é a pergunta que precisa ser respondida. Isso já foi superado”, disse Brazão ao jornal carioca.
Em março, a Justiça do Rio rejeitou denúncia contra o ex-deputado estadual pelo crime de obstrução de Justiça na investigação. Brazão voltou à mira após a delação premiada do ex-PM Élcio Queiroz.
O Antagonista
Fraude na Amazônia: empresas usam terras públicas como se fossem particulares para vender créditos de carbono a multinacionais
Toda atividade humana depende de recursos da natureza. E aquelas que usam combustíveis fósseis ou desmatam, além de extrair, ainda devolvem para a atmosfera gases de efeito estufa (GEE) que provocam aquecimento global e eventos climáticos extremos.
É consenso entre os cientistas que o mundo precisa reduzir e eliminar as fontes que emitem esses gases, sobretudo dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O).
Plantio de mudas para ampliar área florestal é estratégia para sequestrar carbono; regulamentação mercado de créditos de carbono no Brasil está em debate no Senado. — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
Para os casos em que isso não é possível agora, os créditos de carbono surgiram como uma forma de compensar as emissões de GEE: empresas ou países que conseguem deixar de despejar gases de efeito estufa na atmosfera vendem esse serviço prestado. Em geral, cada unidade de crédito de carbono é igual a uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) ou seu equivalente em outros gases que deixou de ser emitida.
Abaixo, neste texto, você vai saber em detalhes:
Em 2022, segundo a Agência Internacional de Energia, o mundo bateu um novo recorde com a emissão de 36,8 bilhões de toneladas de gases do efeito estufa. Essa poluição acontece por meio de atividades industriais, uso de combustíveis fósseis (como gasolina e diesel), queima de carvão para geração de energia elétrica, criação de animais para pecuária, além de desmatamentos e queimadas, entre outros.
O acúmulo de gases do efeito estufa na atmosfera já levou a um aumento de 1,1ºC na temperatura média do planeta, na comparação com as temperaturas pré-industriais. Esse aquecimento vem provocando as chamadas mudanças climáticas: subida do nível do mar e aumento da frequência e intensidade de eventos extremos estão entre as consequências.
Desde 2015, dezenas de países se comprometem, por meio do Acordo de Paris, a reduzir suas emissões, a fim de evitar que a temperatura média do planeta ultrapasse, até o fim deste século, 2ºC de aquecimento na comparação com as temperaturas pré-industriais — o que agravaria ainda mais os efeitos das mudanças climáticas.
Em 2021, um estudo apontou o Brasil como o quarto maior emissor histórico (principalmente por causa do desmatamento), atrás apenas de Estados Unidos, China e Rússia.
É nesse contexto que empresas também vem publicando suas próprias metas para chegar à neutralidade de carbono ou ao chamado “carbono zero”, ou seja: zerar as emissões geradas por suas operações. O dióxido de carbono é o principal gás do efeito estufa.
No Brasil, 77% das 80 principais empresas já publicaram alguma meta de corte de emissões, segundo a consultoria McKinsey. A redução pode ser alcançada pela descarbonização das operações, por exemplo, adotando a eletrificação de alguns processos ou tecnologias menos emissoras. Essas medidas são parte da chamada transição energética.
Mas empresas de muitos setores — como aviação, mineração e transporte — ainda não conseguem optar totalmente por esse caminho e recorrem aos créditos de carbono para fazer a compensação.
O crédito de carbono funciona como um mecanismo de transferência de recursos que visa promover ações para enfrentar o aquecimento global e atingir as metas de reduções de emissões. Como já mencionado, um crédito de carbono equivale a uma tonelada de dióxido de carbono.
O valor de cada crédito depende do mercado no qual ele é negociado: regulado ou voluntário.
Em ambos os casos, os créditos, por sua vez, são gerados a partir de diferentes tipos de projetos, como de energia renovável, gestão de resíduos sólidos, reflorestamento ou de redução do desmatamento.
Os mercados de carbono estão em forte expansão. A estimativa da consultoria McKinsey é de que a demanda por créditos aumente 15 vezes até 2030, saltando de US$ 1 bilhão em 2021 para um mercado de pelo menos US$ 50 bilhões na próxima década.
No mercado voluntário, diferentes atores se relacionam:
A principal certificadora usada no mercado voluntário é a Verra, uma organização sem fins lucrativos com sede nos Estados Unidos responsável pela metodologia que calcula quantos créditos de carbono um determinado projeto pode gerar, a chamada “Verified Carbon Standard (VCS)”.
Em 2021, segundo um relatório do Banco Mundial, 62% de todos os créditos gerados no mundo eram do tipo VCS, emitidos pela Verra. Outros 9% foram emitidos pela Gold Standard, outra certificadora sem fins lucrativos, com sede na Suíça.
Ao longo dos últimos anos, os setores que mais têm gerado créditos de carbono no mercado voluntário são o de energia e o chamado AFOLU (Agricultura, Floresta e Ooutros Usos do solo).
Os projetos voltados especificamente para florestas também são conhecidos pela sigla REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal).
Segundo um estudo do Observatório de Bioeconomia da FGV, entre 2019 e 2021, projetos de crédito de energia aumentaram em 2,5 vezes a geração de créditos de carbono. Já os projetos de carbono florestal do tipo REDD+ quase quadruplicaram o número de créditos gerados no mesmo período.
Os projetos REDD+ são os mais comuns no Brasil, por causa das vastas áreas de florestas nativas no território ameaçadas pelo desmatamento. Em 2021, quase 75% das emissões de gases de efeito estufa do país foram relacionadas ao uso do solo: 49% provenientes do desmatamento e 25% da agropecuária.
Segundo um levantamento do escritório de advocacia Hernandez Lerner & Miranda Advocacia em Direitos Humanos, até janeiro de 2023, a maioria dos projetos localizados no Brasil e em diferentes estágios de registro na Verra eram do setor de floresta, agricultura e outros usos do solo: 87 em um total de 190 iniciativas.
Projetos de redução do desmatamento geram créditos por evitarem as emissões que seriam causadas em caso de derrubada da floresta. Quando a floresta é desmatada, o carbono armazenado nas plantas, árvores e no solo é liberado para a atmosfera. Preservada, a floresta também absorve carbono por meio do processo de fotossíntese das plantas.
No mercado voluntário, para calcular quanto carbono deixa de ser emitido e, portanto, quantos créditos são gerados, esse tipo de projeto compara dois cenários:
A diferença entre esses dois cenários é a chamada “adicionalidade do projeto”, critério crucial para que um determinado projeto possa gerar créditos de carbono. Quanto maior a adicionalidade do projeto, mais créditos ele gera.
Uma característica dos projetos de redução de desmatamento é a longa duração: eles oscilam entre 22 e 44 anos — enquanto os demais tipos são mais curtos, entre cinco e dez anos.
No caso dos projetos em Portel, por exemplo, as iniciativas propõem gerar créditos ao longo de 30 até 41 anos, nos períodos de 2009 a 2048, 2016 a 2045, 2018 a 2048 e 2019 a 2058.
Essa longevidade impõe vários riscos de incertezas futuras, segundo o escritório Hernandez Lerner & Miranda Advocacia em Direitos Humanos, como “mudanças no cenário político, flutuações de mercado e situações que podem colocar em questão a implementação e sucesso do projeto, como por exemplo desmatamento, queimadas ou eventos extremos e imprevisíveis”.
Esses riscos impõe a necessidade de monitoramento e verificação constantes, o que pode incidir nos custos do projeto.
A lógica por trás de projetos do tipo REDD+ é oferecer uma alternativa econômica para que as florestas ao redor do mundo valham mais preservadas do que derrubadas ou degradadas por atividades como extração de madeira, agricultura e pecuária.
No esforço global contra a crise climática, a vantagem da conservação florestal é dupla: florestas em pé não só deixam de ser emissoras dos gases do efeito estufa, como são sequestradoras do gás carbônico já emitido (as plantas absorvem gás carbônico no processo de fotossíntese e liberação gás oxigênio).
Isso sem nem entrar no fato de que as florestas ao redor do mundo são a casa de dezenas de povos, além de milhares de espécies de plantas, animais e fungos, trazem inúmeros benefícios (da manutenção da biodiversidade e do regime de chuvas à promoção da qualidade do ar), além de possuírem valores culturais, sociais e espirituais que são intangíveis e imensuráveis.
No mercado regulado e no âmbito do programa específico da ONU para REDD+, iniciativas do tipo precisam cumprir uma série de obrigações não apenas ambientais, mas também sociais, como garantir que as comunidades locais sejam consultadas e participem dos projetos.
Também precisam respeitar os direitos e os conhecimentos de comunidades tradicionais, como povos indígenas. Além de terem mecanismos claros de governança e de repartição dos benefícios dos projetos com os moradores locais.
No mercado voluntário, a consulta às comunidades tradicionais também é necessária em países como o Brasil, que é signatário da Convenção Nº 169 da Organização Internacional do Trabalho.
Muitos projetos também procuram programas de registro adicionais para atestar que geram outros benefícios sociais e ambientais para além da redução de emissões, é o caso do programa CCBS, que emite créditos de carbono para projetos que incluem, entre outros, conservação da biodiversidade e desenvolvimento comunitário. O CCBS também exige a participação e o benefício das comunidades locais.
Proteção dos direitos dos povos e comunidades tradicionais
No Brasil, o Ministério Público Federal, em conjunto com o Ministério Público do Estado do Pará, publicou, em julho, uma nota técnica com orientações para a proteção dos direitos dos povos e comunidades tradicionais no mercado de carbono. Os órgãos recomendam que:
Recentemente, vários estudos científicos e investigações jornalísticas vem apontando falhas em projetos de crédito de carbono de redução do desmatamento negociados no mercado voluntário.
Uma investigação do jornal britânico “The Guardian”, em parceria com a revista alemã “Die Zeit”, a organização SourceMaterial e baseada em três estudos científicos, concluiu que 94% dos créditos comercializados por projetos ativos e registrados pela Verra não representaram reduções reais de emissões de gases do efeito estufa.
O principal problema encontrado pela investigação é a distorção do chamado cenário linha base. Os projetos analisados estariam superestimando esse cenário para aumentar a adicionalidade de seus projetos e, assim, gerar mais créditos. A Verra defendeu sua metodologia e refutou a abordagem usada pelos estudos.
Em julho, pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, revisaram estudos empíricos que abarcam mais de 2 mil projetos de créditos de carbono de vários setores no mercado voluntário e concluíram que apenas 12% do volume total de créditos gerados representou reduções reais de emissões.
Para se ter uma noção de grandeza: essa lacuna entre o quanto os projetos dizem evitar de emissões e as emissões realmente reduzidas por eles corresponde a quase o dobro do emitido anualmente pela Alemanha. No caso dos projetos do tipo REDD+, apenas 25% dos créditos gerados corresponderam a emissões realmente evitadas.
“O nosso estudo dá mais apoio ao encontrado pelo Guardian no sentido de que existem sérias questões sobre a verdadeira adicionalidade desses projetos voluntários de carbono florestal”, disse ao g1 o professor da Universidade de Cambridge Andreas Kontoleon, co-autor do estudo e de uma das pesquisas que embasou a reportagem do jornal britânico.
Para Kontoleon, nem todos os projetos do setor de floresta são problemáticos e as novas pesquisas devem ajudar a compreender o que torna uma iniciativa bem-sucedida.
“Como economista, eu não sou ideologicamente contra a esse tipo de projeto de compensação [de emissões]. Pelo contrário, eu sou a favor de soluções de mercado para combater as mudanças climáticas. Nós só precisamos descobrir quais que estão funcionando e ficar com essas”, afirmou ele.
Além da dúvida sobre o verdadeiro impacto dessas iniciativas na redução de emissões, muitos projetos vêm sendo denunciados por ameaças a povos indígenas e comunidades locais.
Várias reportagens no Brasil e no mundo trouxeram à tona denúncias de assédio e coação contra essas comunidades, falta de transparência nas negociações, acirramento de conflitos fundiários, ameaças aos modos de vida tradicional e de expulsão.
Para Juliana Miranda, do escritório de advocacia Hernandez Lerner & Miranda Advocacia em Direitos Humanos que analisou o cenário do mercado voluntário, é importante não generalizar. Ela lembra que, como em qualquer mercado, há bons atores e maus atores também no mercado de crédito de carbono.
Em setembro, foi apresentada a versão mais recente de um projeto de lei que pretende regulamentar o mercado de crédito de carbono no Brasil, criando o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE).
Senado retoma discussão do projeto que regulamenta mercado de créditos de carbono no Brasil
Pela proposta, em análise pelo Senado e construído em conjunto com o Executivo, projetos no mercado voluntário terão que ter metodologias credenciadas pelo órgão gestor do SBCE, além de serem mensurados e verificados por uma entidade independente.
O texto também tem um capítulo específico para tratar do mercado de carbono voluntário em áreas de comunidades tradicionais — caso dos projetos em Portel — e prevê a obrigatoriedade do consentimento das comunidades “resultante de consulta livre, prévia e informada”, além de “definição de regra para a repartição justa e equitativa” e gestão participativa dos eventuais ganhos da comercialização dos créditos.
A autora do substitutivo mais recente é a senadora Leila Barros (PDT-DF), relatora do projeto de lei nº 412, de 2022. O texto está sob análise da Comissão de Meio Ambiente do Senado. No último dia 27, a votação do texto na comissão foi adiada.
(Abaixo, veja reportagem do Globo Rural sobre o mercado de carbono)
Informações G1
Foto: Ricardo-Stuckert/Divulgação.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o presidente que mais pediu “regime de urgência constitucional” a projetos de lei enviados ao Congresso Nacional.
Em nove meses, o petista recorreu mais ao mecanismo que seus antecessores nos primeiros doze meses de mandato. O levantamento não considera o ex-presidente Michel Temer (MDB), que assumiu o governo em meio ao processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT).
Segundo dados compilados pela CNN, com base no Portal da Legislação, desde janeiro, Lula pediu urgência a oito projetos de lei. Não é praxe que o recurso seja usado com frequência.
No fim do primeiro semestre, porém, o governo fechou um acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para enviar mais projetos de lei em regime de urgência constitucional e menos medidas provisórias (MPs), que deverão ser editadas apenas em casos excepcionais.
De perfil centralizador, Lira gosta de costurar acordos. Como MPs têm força de lei e passam a valer assim que publicadas no Diário Oficial da União (DOU), os atos foram vistos como um “atropelo” do governo aos parlamentares, sobretudo em um cenário em que Lula tentava construir uma base de apoio no Congresso.
Em todo 2019, por exemplo, Jair Bolsonaro (PL) recorreu à urgência constitucional a projetos de lei em cinco ocasiões.
Entre as propostas, estava a que autoriza o ensino domiciliar (homeschooling) no Brasil. Por se tratar de um tema polêmico, na época, o governo recuou e cancelou o pedido de urgência.
Dilma usou o mecanismo três e quatro vezes, respectivamente, no primeiro ano de seus dois mandatos. Um dos projetos tratava da atuação de organizações terroristas. A proposta foi aprovada pelo Congresso e sancionada pela petista.
Nos nove primeiros meses deste mês, Lula bateu o próprio recorde e superou os 12 primeiros meses de seus dois mandatos com a quantidade de pedidos de urgências constitucionais.
Quando foi eleito para comandar o Palácio do Planalto pela primeira vez, em 2003, o petista não recorreu ao mecanismo em nenhuma ocasião nos 12 meses iniciais do mandato.
Já no primeiro ano do segundo mandato, Lula pediu urgência a quatro projetos, entre eles o que institui um regime de previdência complementar para os servidores públicos federais titulares de cargo efetivo, que foi aprovado pelo Congresso.
A urgência constitucional é utilizada para apressar a tramitação e a votação de matérias no Parlamento. Na prática, o regime dispensa prazos e formalidades regimentais, devendo ser votado em até 45 dias.
Caso o período não seja respeitado, o texto passa a trancar a pauta da Câmara ou do Senado, a depender da Casa onde o texto estiver tramitando. Ou seja, nenhum outro projeto de lei pode ser votado até que a proposta em urgência constitucional seja analisada pelo plenário.
O Palácio do Planalto chegou a enfrentar dificuldades para aprovar medidas de interesse do governo no primeiro semestre do ano, o que fez com que algumas medidas provisórias perdessem a validade.
Para se tornar lei em definitivo, MPs precisam ser aprovadas pelo Congresso em até 120 dias para não caducarem.
Também houve casos em que o governo chegou a cancelar MPs e reenviar os conteúdos dos atos em formato de projetos de lei. É o caso do texto que institui o “Pacto Nacional pela Retomada de Obras na Educação”, focado em retomar as obras paradas na educação básica pelo país. O projeto foi aprovado pela Câmara e ainda precisa do aval do Senado.
Outro exemplo é o programa Desenrola, criado para a renegociação de dívidas, que foi publicado como MP, mas está sendo discutido como projeto de lei. Já aprovado pela Câmara, a expectativa é que o Senado vote o texto na próxima segunda-feira (2).
O mesmo ocorreu com a proposta que estabelece regras para as apostas esportivas online, que passou a tramitar como projeto depois do governo abrir mão da MP. O tema foi aprovado pelos deputados e ainda precisa ser analisado pelos senadores.
Para Nauê Bernardo Azevedo, cientista político e advogado, a frequência com que Lula tem recorrido ao mecanismo demonstra a falta de uma base consolidada no Congresso e um sinal de que o Parlamento quer participar mais das negociações.
“O Congresso deseja ser ativo dentro do governo. […] Quando há um número tão grande de medidas provisórias caducando e sendo convertidas em projetos, isso indica que há dificuldades na articulação. E aí é preciso fazer o manejo com esses projetos de lei com urgência constitucional”, disse.
Segundo o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), “o grande número de pedidos de regimes de urgência é um fato positivo”. De acordo com ele, foi criado um “conceito” de evitar MPs para assuntos que podem ser discutidos por meio de um projeto de lei.
“Acredito que a medida em que se reduz o número de medidas provisórias é natural que se aumente o número de projetos que vão tramitar em regime de urgência. E tem a ver também com o restabelecimento do diálogo, da boa política, do entendimento, da busca da união e da construção do país”, afirmou.
CNN Brasil
Acelino Freitas, o Popó, revelou ter perdido R$ 1 milhão após cair em golpe de pirâmide com criptomoeda. O lutador lamentou a situação e disse ter sido ingênuo ao imaginar que teria retorno financeiro ao investir em uma empresa que parecia confiável. “Apanhei feio”, refletiu
Em entrevista ao Fantástico, da Globo, ele comentou sobre o negócio feito com a empresa Braiscompany, que é acusada de lesar outros investidores com a negociação de moedas virtuais na internet.
“Fui muito otário, muito besta, muito infantil, não existe rendimento de 8% em em qualquer lugar do mundo. Eu apanhei feio, mas esse cara ganhou muita gente por nocaute, muita gente está passando dificuldade e fome”, refletiu.
Popó admitiu ter ficado impressionado com as promessas do empresário responsável pela empresa que se apresenta como “especialista em criptomoedas”. “A forma que o cara olhava, as lives que ele fazia todo dia, o poder de convencimento de que a coisa era real”.
“Eu tirei R$ 1 milhão do meu bolso, consegui tirar em um mês [o rendimento], no segundo mês, ele [dinheiro] sumiu. Eu ganhei dinheiro tomando soco na cara, ganhar meu dinheiro não foi brincadeira”, completou o lutador. A reportagem tentou contato com a empresa citada por Popó, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.
No Twitter, a situação do lutador dividiu opiniões entre os internautas. “Popó, eu achei foi é muito pouco [risos], deveria ter perdido muito mais muito mesmo. Já ouviu falar da ganância? Pois é”, disparou o usuário Anderson.
“Gente? Até o Popó caiu nessa?”, reagiu Jhonny. “Passada que o Popó levou golpe”, comentou a usuária Audilene.
No ano passado, Sasha Meneghel e seu marido, João Figueiredo, foram vítimas de um golpe após investirem em criptomoedas. Os dois tiveram um prejuízo de R$ 1, 2 milhão ao se envolverem com o empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como sheik.
Segundo o jornal O Globo, a filha de Xuxa Meneghel e o companheiro conheceram o sheik durante um culto na igreja evangélica que costumam frequentar. Eles começaram investindo R$ 50 mil, mas depois, assinaram contratos que ultrapassavam R$ 1 milhão.
De acordo com a publicação, Valdevino é dono da Rental Coins, empresa que prometia rendimentos de até 8,5% em um esquema de locação de criptomoedas. Sem retorno após o investimento, Sasha e o marido resolveram entrar com um processo por dano moral e material, alegando terem sido vítimas de uma fraude.
Para o jornal, o acusado se defendeu e afirmou que as empresas de seu grupo estão passando por uma reestruturação, o que justificaria o atraso dos pagamentos de rendimentos prometidos aos investidores.
Ainda de acordo com o jornal O Globo, o sheik já foi sócio do pastor Silas Malafaia na empresa Alvox. Ao ter seu nome mencionado na reportagem, o religioso se revoltou e se manifestou por meio de um vídeo no YouTube.
“É uma empresa de marketing de relacionamentos, sustentada na venda de livros. Eu me associei a um camarada que tem mais de 130 empresas, empresas reais. Ele foi meu sócio nessa empresa. Enquanto ele investiu nessa empresa aqui no Brasil, não teve nenhuma reclamação de que ele teria deixado de pagar alguém. Quando ele deixou de pagar, eu caí fora. Eu nunca fui sócio de empresa de criptomoeda”, reclamou Malafaia.
Informações Notícias da TV
Em maio de 2017, antes mesmo de Vinícius Júnior estrear como profissional, o Flamengoacertou a venda do atacante para o Real Madrid. O problema é que o garoto era tão novo, mas tão novo, que precisou esperar mais 14 meses até seu 18º aniversário para poder protagonizar uma transferência internacional e se mudar para o novo clube.
Na época, o negócio gerou uma estranheza enorme. Mas, seis anos depois, com a crescente obsessão dos clubes europeus por jogadores cada vez mais jovens, esse tipo de transação virou algo comum e bem aceito na cabeça dos torcedores.
Por isso, o “Blog do Rafael Reis” mostra abaixo quem são os integrantes da nova geração do futebol brasileiro que, apesar de ainda continuarem atuando por aqui, já estão negociados com times estrangeiros.
Continua após a publicidade
ENDRICK
Atacante, 17 anos
Vai do Palmeiras para o Real Madrid (ESP)
Tratado como a maior revelação da base do Palmeiras em muito tempo, fechou o acordo de transferência para o Real quando tinha ainda 16 anos. Mesmo com talento acima da média, ainda não conseguiu se firmar como titular na equipe alviverde, o que tem preocupado seus futuros patrões. Sua mudança para Espanha está marcada para julho do próximo ano.
VITOR ROQUE
Atacante, 18 anos
Vai do Athletico-PR para o Barcelona (ESP)
Um dos principais candidatos a vestir a camisa 9 da seleção na próxima Copa, o atacante já atingiu a maioridade e, legalmente falando, poderia estar no Barcelona. Só que seu negócio só será completado quando o clube catalão abrir uma brecha na folha salarial para poder inscrevê-lo. Por isso, não se sabe se ele ficará no Athletico até o fim do ano ou meio de 2024.Continua após a publicidade
LUCAS PERRI
Goleiro, 25 anos
Vai do Botafogo para o Lyon (FRA)
Novidade da seleção, o goleiro do líder da Série A ainda não teve sua venda anunciada. No entanto, de acordo com a coluna “Mercado da Bola“, Perri será enviado assim que a temporada brasileira acabar para o Lyon, time que também pertence ao dono do Botafogo, John Textor.
PEDRO
Atacante, 17 anos
Vai do Corinthians para o Zenit São Petersburgo (RUS)
Mais um integrante do pacotão de jovens jogadores formados no Corinthians que foram negociados com o Zenit nos últimos anos, o ponta poderá se transferir para a Rússia no começo de fevereiro, assim que completar 18 anos, porque a janela de transferências de lá ainda estará aberta.Continua após a publicidade
ADRYELSON
Zagueiro, 25 anos
Vai do Botafogo para o Lyon (FRA)
Trata-se exatamente o mesmo caso de Perri. Assim como o goleiro, Adryelson teve propostas da Europa na última janela de transferências. E a forma encontrada por Textor para mantê-los no Brasil até o fim do ano sem prejudicar um possível lucro botafoguense foi a negociação futura com outro clube de sua propriedade.
Informações UOL
Finasterida e minoxidil funcionam bem, mas não fazem crescer de volta o seu cabelo
A queda de cabelo é uma preocupação comum que leva muita gente a buscar as mais diversas soluções. No entanto, o mercado de produtos de beleza está cheio de tratamentos duvidosos que prometem resultados incríveis para os calvos, mas que geralmente não cumprem o que garantem.
No caso da alopecia androgenética, aquele tipo que herdamos de nossos pais e avós, existem, porém, opções eficazes, como o minoxidil, disponível como loção para aplicação direta no couro cabeludo, e a finasterida, que é tomada por via oral.
Mas aqui vale um alerta: eles não são os únicos, não vão fazer o seu cabelo crescer todinho de volta e precisam de acompanhamento médico, que vai avaliar o seu quadro detalhadamente e ver qual é de fato a melhor opção de tratamento para sua calvície.
“Hoje a gente tem um uma gama de tratamento que a gente não tinha alguns anos atrás que evita a progressão da doença“, destaca Violeta Tortelly, Dermatologista do Departamento de Cabelos e Unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Por isso, se você está procurando por uma “cura” da calvície, sinto lhe informar, mas ela não existe.
(Esta reportagem faz parte de uma série do g1 sobre calvície que explica mitos comuns sobre a condição; além de mostrar quais medicamentos funcionam para tratar o quadro; e como são feitos os transplantes capilares.)
Nathan Valle Soubihe Junior, cardiologista clínico do Hcor, explica que ao longo da história, muitos tratamentos foram propostos contra a calvície.
“Remédios, loções e até poções foram e, provavelmente, ainda vêm sendo recomendadas”, diz.
Hoje em dia, embora não sejam uma solução completa para recuperar o cabelo perdido, alguns medicamentos são melhores do que nada e ajudam a evitar que a queda piore.Especialmente nos homens, a finasterida e o minoxidil têm mostrado resultados muito positivos.
No caso do minoxidil, ele foi desenvolvido na década de 70, como um medicamento para baixar a pressão arterial.
Isso porque ele age dilatando diretamente as artérias, o que resulta na redução da pressão sanguínea dentro dos vasos.
Logo após o início do uso, porém, médicos começaram a ouvir de seus pacientes relatos que estavam crescendo pelos no corpo, uma situação desconfortável, especialmente para as mulheres. Esse efeito colateral levou então a pesquisas sobre seu potencial para tratar a perda de cabelo e a calvície.
Tratamentos para calvície não crescem cabelo — Foto: Barbara Miranda/Arte g1
Hoje em dia, os especialistas também sabem que além de mexer com a circulação ao redor dos folículos capilares, entregando mais oxigênio e nutrientes aos fios, o minoxidil atua também prolongando a fase de crescimento do ciclo do cabelo, chamada tecnicamente de anágena.
No entanto, o mecanismo exato pelo qual ele proporciona esses benefícios ainda não é totalmente conhecido.
Há vários anos, a utilização de minoxidil para uso tópico sobre o couro cabeludo e/ou regiões com quedas de cabelo, como falhas na barba, parece estar consagrado e ter resultados comprovados sem efeitos colaterais significativos.
— Soubihe Junior, cardiologista clínico do Hcor.
Já finasterida surgiu em 1992 como um tratamento para a hiperplasia prostática benigna, uma doença que causa o aumento da próstata. Mas só foi mais tarde, em 1997, que ela foi aprovada nos Estados Unidos para tratar a perda de cabelo masculina a uma dose de 1 mg.
Isso porque médicos também passaram a ouvir relatados do mesmo efeito colateral: uma melhora notável na aparência do cabelo de seus pacientes. Mas por causa de um mecanismo diferente.
A finasterida age inibindo uma série de enzimas chamadas 5-alfa-redutase, impedindo o corpo de converter a testosterona em DHT, um hormônio que leva ao crescimento da próstata e à calvície.
“Inibindo essa conversão, conseguimos então diminuir a influência do hormônio sobre o fio de cabelo e, consequentemente, retardar a queda”, diz Carolina Milanez, médica dermatologista do Hospital Heliópolis.
Ou seja, assim como o minoxidil, o medicamento NÃO vai fazer crescer de volta aquele cabelo que você já perdeu. Ele funciona mais como um botão de pausa.
Hoje em dia, os especialistas também sabem que além de mexer com a circulação ao redor dos folículos capilares, entregando mais oxigênio e nutrientes aos fios, o minoxidil atua também prolongando a fase de crescimento do ciclo do cabelo, chamada tecnicamente de anágena. — Foto: Freepik
⚠️ A finasterida e o minoxidil são os tratamentos mais comuns para a calvície masculina, mas apenas o minoxidil é recomendado para o tratamento da calvície feminina.
Isso ocorre devido à precaução necessária com a finasterida em mulheres grávidas ou aquelas que planejam engravidar, uma vez que a finasterida é capaz de inibir a conversão da testosterona em DHT, o que pode resultar em anomalias na genitália externa de fetos do sexo masculino.
“Nas mulheres os resultados não são tão consistentes, além disso essas drogas não são seguras na gestação”, diz o dermatologista Paulo Müller Ramos, especialista no tratamento de doenças dos cabelos e em transplante capilar.
De acordo com a dermatologista Rita Fernanda Cortez De Almeida, o minoxidil não está relacionado à impotência sexual, ao contrário da finasterida, que é um inibidor da 5-alfa-redutase e pode ter esse efeito colateral.
É importante ressaltar aqui, porém, que apenas uma pequena porcentagem de pacientes experimenta esses efeitos, com cerca de 2% dos homens relatando redução da libido e até mesmo impotência sexual como resultado do uso da finasterida.
Além disso, a disfunção sexual associada à finasterida, embora considerada rara, inclui perda de desejo sexual, disfunção erétil e ejaculatória, e ainda há controvérsias sobre a persistência desses sintomas após a interrupção do medicamento, uma vez que não existem estudos conclusivos sobre o assunto até o momento.
Essa é uma controvérsia recente. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Sociedade Brasileira de Tricologia (SBTri) têm opiniões divergentes sobre seu uso. A SBD defende uma “prescrição criteriosa” de baixas dosagens de minoxidil oral para pacientes selecionados com alopecia, enquanto a SBTri contraindica totalmente o uso oral do minoxidil para a calvície.
Já a Anvisa declara que o minoxidil oral não está registrado no Brasil e não é recomendado para uso.
Uma das razões dessa controvérsia é o fato que o minoxidil oral possui maior eficácia clínica e facilidade de uso em relação a sua forma tópica, que muitas das vezes tem baixa adesão de uso pelos pacientes.
Mas aqui vale lembrar que o minoxidil foi originalmente desenvolvido como um medicamento para reduzir a pressão arterial. Claro, ele funciona estimulando o crescimento capilar, aumentando a espessura dos fios e prolongando a fase de crescimento. No entanto, o uso oral do minoxidil tem gerado preocupações devido aos potenciais riscos cardíacos.
O minoxidil oral possui maior eficácia clínica e facilidade de uso em relação a sua forma tópica, que muitas das vezes tem baixa adesão de uso pelos pacientes. — Foto: Pexels
Nathan Valle Soubihe Junior, cardiologista clínico do Hcor, avalia a situação e destaca os efeitos colaterais potenciais da droga, como taquicardia e pericardite.
Por isso, a SBD enfatiza a importância de uma avaliação criteriosa por parte de um médico dermatologista antes de iniciar o tratamento com minoxidil oral, levando em consideração as condições clínicas do paciente e a possibilidade de interações medicamentosas.
“Temos atendido com certa frequência pacientes (principalmente mulheres) que vêm encaminhadas de outros colegas solicitando avaliação cardiológica quanto à ‘liberação’ do uso de minoxidil por via oral, no tratamento da calvície”, diz Soubihe Junior.
“Sendo assim, procuramos nos deter à avaliação de risco de sua utilização mediante as condições clínicas cardiológicas do paciente que veio nos consultar”, acrescenta.
Em resumo, diante dos possíveis riscos associados ao uso do minoxidil oral, a recomendação é que os pacientes busquem orientação médica adequada com um profissional especializado, evitando a automedicação e garantindo um tratamento seguro e eficaz para a calvície.
“Antes da “liberação”, é importante a realização de uma história clínica detalhada na tentativa de identificar situações clínicas claramente antagônicas à utilização do fármaco, além da realização de exames complementares”, acrescenta o médico.
Foto: Reprodução/Remessa Online.
Uma universidade na Irlanda oferecerá a primeira qualificação do país para quem deseja se tornar influenciador nas redes sociais. Conforme noticiado pela BBC, o curso, que terá o título de “Bacharelado em Criação de Conteúdo e Redes Sociais” e será ministrado na Southeast Technical University, em Carlow, abrirá inscrições em novembro e começará a ser ministrado em setembro de 2024.
O curso terá duração de quatro anos, como um bacharelado tradicional, e a graduação incluirá diversos temas, como habilidades empresariais, edição de vídeo e áudio, estudos culturais críticos e redação criativa. Em declarações à rádio irlandesa RTÉ, Eleanor O’Leary, professora de mídia e comunicações na universidade, falou sobre o interesse crescente pela área, tanto por parte de potenciais estudantes como de empregadores.
O’Leary afirmou que os formandos do curso estarão preparados para trabalhar por conta própria como influenciadores freelancer ou criando conteúdo para uma empresa ou organização. A BBC detalha que, desde 2019, o valor do setor duplicou a nível global e que hoje está entre 14 bilhões e 16 bilhões de euros (entre R$ 85 bilhões e 98 bilhões) em todo o mundo.
Além disso, O’Leary afirmou que esta “é uma área que possui um conjunto específico de competências”. Em consonância com isto, afirmou: “baseia-se nos meios de comunicação existentes, nas relações públicas e nas competências de marketing , mas é também uma área nova em si”, explicou.
O’Leary também comentou que, embora às vezes as pessoas possam se tornar influenciadores quase por acidente, o curso teria como objetivo educar os alunos sobre como manter uma audiência e como trabalhar com empresas para monetizá-la.
“Como alguém que ‘descobre’, criando conteúdo em casa ou sozinho, é possível que você não entenda toda aquela parte da indústria onde há contratos, agências e empresas envolvidas”, justificou a professora.
Fonte: Exame.
Foto: Adriano Machado/Reuters.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu por volta das 16h deste domingo (1º) alta do hospital particular em Brasília onde fez duas cirurgias na última sexta-feira (29). Ele deve ficar em recuperação no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, pelo menos nas próximas três semanas. O primeiro procedimento, chamado de artroplastia, serviu para tratar uma artrose no quadril direito, enquanto o segundo, a blefaroplastia, teve o objetivo de remover excesso de pele nas pálpebras.
A expectativa inicial era que a internação durasse até a próxima terça-feira (3), mas o quadro evoluiu melhor do que o esperado pelos médicos. O presidente estava internado em um apartamento desde que saiu do centro cirúrgico. Ele não precisou passar por UTI, já que os procedimentos não tiveram complicações.
A artroplastia é uma intervenção que já estava recomendada pela equipe médica do presidente, mas Lula vinha adiando a operação desde o fim do ano passado. Em diversas ocasiões, ele reclamou das dores que sentia por causa da artrose no quadril direito.
O custo dos procedimentos não foi informado pela equipe médica, mas o R7 apurou que ambas as cirurgias foram pagas pelo plano de saúde de Lula.
Agora, a fisioterapia é decisiva para a recuperação do presidente. “A fisioterapia a gente tenta iniciar o mais rápido possível. Logo que [o paciente] acorda, retoma a consciência, ensinamos exercícios ativos e passivos no leito. Depois, conforme vai melhorando a dor, outros exercícios são ensinados, e vamos evoluindo [no quadro]. A ponto em que de três a quatro semanas é esperado que tenha boa cicatrização dos tecidos operados e que esteja andando com carga total e equilíbrio suficiente para ter independência nas atividades do dia a dia”, informou Giancarlo Cavalli Polesello, médico que chefiou a cirurgia.
Durante o período de recuperação de Lula, Geraldo Alckmin (PSB) não assume de forma interina a chefia do Executivo federal. A possibilidade chegou a ser discutida, mas foi descartada pelo vice e pela equipe do governo por terem considerado que, se for preciso, Alckmin pode tomar decisões emergenciais mesmo sem a substituição oficial.
Fonte: R7.
Localização geográfica da Bahia torna estado rota para tráfico de drogas — Foto: Humberto Filho
Porta de entrada para o Nordeste, divisa com estados do Norte, Centro Oeste e Sudeste, cortada por diversas rodovias estaduais e federais e dona da maior extensão litorânea do Brasil, a Bahia tem localização geográfica favorável para o tráfico de drogas e armas. E os criminosos se aproveitam disso.
A Bahia tem as estradas como principal via de entrada das drogas no estado, segundo o advogado especialista em ciências criminais, Luiz Henrique Requião. Isso porque o ente federativo é cortado pelas duas maiores rodovias do país, a BR-116 e a BR-101, e pela BR-324, que dá acesso ao interior do estado –incluindo Feira de Santana, que é o maior entroncamento do Norte-Nordeste.
“A questão geográfica influencia muito, nós temos uma extensão litorânea muito grande. Essa posição geográfica nos torna visíveis no sentido desse trânsito de drogas, fora que a Bahia é um estado grande, é um estado de uma população significativa, que também tem um consumo muito significativo. É um local de distribuição e de consumo significativo”, destacou Requião.
Neste mês de setembro, a Bahia registrou ao menos 68 mortes durante confrontos – 65 delas de suspeitos de envolvimentos com crimes, além do policial federal, e dois policiais militares. [Veja ao final da matéria a cronologia dos casos]
Em 2022, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou apreensão de drogas recorde –quase 10 toneladas somente nas rodovias baianas. Com relação à cocaína, a PRF indica um aumento de 148% (2.160 kg) no volume encontrado em comparação com o ano anterior (870 kg).
”Paredão’ de cocaína foi apreendido no extremo sul da Bahia — Foto: Divulgação/SSP
Os carregamentos de drogas –principalmente a cocaína– chegam na Bahia e de lá são redistribuídos para outros estados e para os continentes africano e europeu. Rodovias, portos estaduais e pacotes de entorpecentes transportados por mulas abastecem o estoque do crime organizado.
O secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Marcelo Werner, admitiu que a guerra entre as facções criminosas responsáveis pelos tráfico de drogas é a principal causa da violência no estado.
“Por isso mesmo nós temos realizado ações cirúrgicas e pontuais, reforçando o policiamento, a inteligência e os meios para cada vez mais inibir ações como essa, a política do terror que eles querem implementar no nosso estado”, disse Werner durante coletiva de imprensa realizada após uma operação policial deixar sete mortos em dois bairros de Salvador.
Nos últimos cinco anos, as forças de segurança registraram aumento do número de drogas apreendidas no estado. Em todo o ano de 2022, só em ações das polícias militar e civil, foram apreendidas cerca de 231 toneladas de entorpecentes.
Grandes volumes de drogas também são apreendidos no Porto de Salvador — Foto: Divulgação/Polícia Federal
Responsável por fiscalizar portos, aeroportos e envios por encomenda postal, a Receita Federalencontrou 36 toneladas de entorpecentes.
“A Bahia é um importante hub aeroportuário e, além de ter um grande mercado interno por drogas, um consumo em larga escala, a Bahia também exporta. Dificilmente vai ser diferente, porque a demanda por esse tipo de comércio ilícito não tende a diminuir, ela só aumenta” analisou o cientista político Luiz Claudio Lourenço.
Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e a Polícia Federal têm agido em conjunto na Bahia — Foto: Divulgação/SSP-BA
Desde agosto, a SSP-BA e a Polícia Federal têm agido em conjunto. As duas forças de segurança assinaram um acordo para a formação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO).
O pacto formalizado é de dois anos e pode ser prorrogado por mais dois para a execução de ações de combate ao crime organizado responsável pelo tráfico de drogas.
Na primeira operação nas ruas, em 15 de setembro, o policial federal Lucas Caribé morreu após confronto com facções criminosas, no bairro de Valéria, em Salvador. Desde então, operações têm sido intensificadas na região.
A maioria das mortes ocorreram durante operações policiais nos bairros periféricos da capital baiana Veja, abaixo, a cronologia:
👉6 de setembro: sete homens mortos em uma operação policial em Porto Seguro, no extremo sul da Bahia;
👉6 de setembro: o último foragido suspeito de matar 10 pessoas em uma chacina em Mata de São João, Região Metropolitana de Salvador (RMS), foi morto em troca de tiros em Dias D’Ávila, também na RMS;
👉3 a 7 de setembro: 11 suspeitos de integrar facções criminosas foram mortos em troca de tiros com a polícia Militar nos bairros de Alto das Pombas e Calabar, que são vizinhos. Durante os dias de operações, mais de 15 moradores dos bairros foram feitos reféns por suspeitos;
👉10 de setembro: 2 pessoas foram mortas no Engenho Velho da Federação, bairro que fica próximo ao Alto das Pombas e Calabar;
👉15 de setembro: 4 suspeitos e um policial federal foram mortos no bairro de Valéria, durante uma operação da Polícia Civil em conjunto com a Polícia Federal;
👉16 a 21 de setembro: 10 suspeitos de envolvimento na ação que resultou na morte do policial federal foram mortos em Salvador e cidades da região metropolitana;
👉22 de setembro: 5 suspeitos de integrarem facções criminosas foram mortos em Águas Claras, bairro de Salvador, e 1 foi morto em Feira de Santana, cidade a 100 km da capital baiana;
👉23 de setembro: 5 suspeitos mortos após dois confrontos com policiais militares na cidade de Crisópolis, a cerca de 212 km de Salvador;
👉26 de setembro: 5 suspeitos mortos e dois feridos após troca de tiros com policiais militares em Acajutiba, a 185 km da capital baiana;
👉27 de setembro: dois homens morreram após confrontos com policiais civis na cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador;
👉27 de setembro: dois homens morreram em confronto com policiais na cidade de Cruz das Almas, no recôncavo da Bahia;
👉27 de setembro: dois policiais militares e dois homens morreram após dois confrontos no bairro do IAPI, em Salvador;
👉28 de setembro: dois homens morreram em confronto com policiais militares na cidade de Ibirataia, no sul da Bahia;
👉29 de setembro: dois homens morreram após confronto com policiais militares durante uma operação no bairro de Nova Brasília, em Salvador;
👉29 de setembro: um homem morreu após confronto durante uma operação integrada das forças de segurança, no bairro de Valéria, em Salvador;
👉29 de setembro: quatro homens mortos durante confronto com a polícia em Santo Amaro, no recôncavo baiano.
Informações G1