Foto: Reprodução/Poder 360.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) afirmou nesta segunda-feira, 6, que irá apresentar o requerimento de convocação do ministro da Educação, Camilo Santana, para prestar esclarecimentos sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na Câmara dos Deputados e no Senado.
A bancada cobra um posicionamento sobre “questões de cunho ideológico e sem critério científico ou acadêmico” encontradas na prova de domingo, 5.
“É inacreditável o governo federal se utilizar de desinformação em prova aplicada para quase 4 milhões de alunos brasileiros que disputam uma vaga nas universidades do Brasil”, disse a FPA em nota.
“Negacionismo científico contra um setor que, além de trazer a segurança alimentar ao Brasil e ao mundo, é massificação de mentiras. O setor agropecuário representa toda a diversidade da agriculta: pequenos, médios e grandes. Somos um só e não aceitaremos a divisão para estimular conflitos agrários”, acrescentou.
Além do requerimento de convocação de Camilo Santana, a Frente também quer informações sobre a banca organizadora do exame e as referências bibliográficas utilizadas. Os parlamentares ainda defendem a anulação das questões 70, 71 e 89 do Enem, que tratam de temas referentes a desmatamento, populações indígenas e agronegócio.
Créditos: O Antagonista.
O presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Manuel Palácios, justificou neste domingo (5.nov.2023) a presença de temas como racismo, ditadura militar, violência de gênero e conflitos na Palestina na prova da 1ª etapa do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
Ele negou “qualquer intervenção da administração” na elaboração das questões e disse que elas “são feitas com inteira liberdade”. “Com relação à confecção das provas, elas são elaboradas por professores das nossas universidades, das nossas escolas de educação básica. Professores especialistas de cada área”, declarou em entrevista a jornalistas.
Poder 360
Os portões ficarão abertos das 12h às 13h; quase 4 milhões de candidatos fizeram inscrição para as provas
O Exame Nacional do Ensino Médio 2023 (Enem) começa, neste domingo, 5, em todo o Brasil. Os portões serão abertos às 12 horas e fechados às 13 horas. As provas terão início às 13h30. Neste primeiro dia, os quase 4 milhões de candidatos inscritos farão testes de linguagens (40 de português e cinco de inglês ou espanhol), ciências humanas e redação.
Os candidatos terão até as 19 horas para terminar a prova, sendo, ao todo, cinco horas e meia para a conclusão.
O local de exame consta no cartão de confirmação de inscrição dos participantes. Ele pode ser acessado através do site do participante, no portal gov.com. Embora não seja obrigatório levar o cartão, a orientação é de que o candidato tenha todos os dados em mãos, para facilitar a localização do prédio e da sala onde fará a prova.
A recomendação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é de que o candidato programe-se para sair de casa com antecedência, considerando chegar às 12 horas, tão logo os portões abram. Assim, o estudante ganha margem de tempo caso haja algum contratempo no caminho.
Quem for de transporte público, deve lembrar-se de que no domingo a frota de ônibus e trens, geralmente, é reduzida em todas as cidades. O Inep orienta, também, que os alunos confiram, antes de sair de casa, se estão com todas as documentações e material necessários.
O candidato deverá levar um documento oficial de identificação, como o RG ou a Carteira Nacional de Habilitação. Documentos digitais também são válidos, como o e-título.
A prova deverá ser feita com caneta esferográfica com tinta preta. Ela precisa ter estrutura transparente. É orientado levar, ao menos, duas canetas para ter uma de reserva no caso de falha na tinta.
É necessário levar o cartão de confirmação de inscrição.
Serão longas horas de exame, portanto, o candidato deverá levar um lanche. Recomenda-se incluir alimentos que deem energia, como chocolates 70%, castanhas e barras de cereal.
O candidato não deve esquecer de levar água, também em garrafa transparente. As embalagens não devem ter rótulos e os lanches poderão ser vistoriados pelo fiscal da sala.
Outra recomendação é com relação ao vestuário, para que o candidato vá com uma roupa confortável e calçados que não apertem.
O aplicativo oficial de inscrição no Enem deverá ser apresentado ao fiscal. Não serão válidas as apresentações por capturas de tela. Depois da entrada na sala de aula, o uso do celular será proibido. O Enem 2023 encerra no dia 12 de novembro.
Informações Revista Oeste
Foto: Reprodução/Instagram.
O documento de referência para a Conferência Nacional de Educação 2024 (Conae), publicado pela Presidência da República e pelo Ministério da Educação (MEC), tem como objetivo abordar várias questões educacionais. Entre elas, destaca-se a intenção de reduzir a influência do agronegócio nas salas de aula. Além disso, propõe o fim das escolas cívico-militares no país.
O documento também abordou a questão do ensino domiciliar, propondo restrições a essa prática, alegando preocupações com seu caráter “ultraconservador”. Ao mesmo tempo, o texto enfatiza a importância da “liberdade de cátedra” e do “livre pensamento nas instituições educacionais”, defendendo a capacidade dos professores de expressar suas próprias ideologias políticas em sala de aula. Portanto, a Conae busca abordar essas questões com o objetivo de moldar o cenário educacional de acordo com suas perspectivas e diretrizes.
A Conae 2024 vai contribuir na construção do novo PNE 2024-2034. A apresentação do documento destaca que “a próxima década na educação deve ser pavimentada no exercício, em todas as instituições, espaços e processos, do respeito, da tolerância, da promoção e da valorização das diversidades (étnico-racial, religiosa, cultural, geracional, territorial, físico-individual, de deficiência, de altas habilidades ou superdotação, de gênero, de orientação sexual, de nacionalidade, de opção política, entre outras)”.
“Na mesma linha, se faz urgente a contraposição efetiva do Estado, nas suas diversas esferas federativas, às políticas e propostas ultraconservadoras, garantindo a desmilitarização das escolas, o freio ao avanço de processos e tentativas de descriminalização da educação domiciliar (homeschooling); às intervenções do movimento Escola Sem Partido e dos diversos grupos que desejam promover o agronegócio por meio da educação“, informa o documento publicado.
A agropecuária brasileira é reconhecida como uma das mais tecnológicas, produtivas e sustentáveis do mundo. Emprega 19 milhões de pessoas, representa mais de 25% do PIB e contribui decisivamente para o superávit da balança comercial. Mesmo assim, com frequência o setor é apresentado de maneira caricatural aos estudantes brasileiros, ao ser retratado de maneira enviesada em livros escolares.
O dinamismo socioeconômico e ambiental do agronegócio é por vezes distorcido nos materiais didáticos distribuídos a alunos dos ensinos Fundamental e Médio. Isto faz com que este importante pilar do desenvolvimento do País seja recorrentemente associado à devastação ambiental, exploração de mão de obra e conflitos sociais, entre outros problemas. Esta é a conclusão de um estudo recente, elaborado pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA/USP), que analisou o conteúdo referente ao agro em 94 livros didáticos utilizados em escolas públicas e privadas do País.
A gronegócio nas salas de aula. Foto: Centro Universitário Campo Real
E preocupante o conteúdo equivocado e deseducativo de grande parte do material pedagógico citado na pesquisa, encomendada pela Associação De Olho No Material Escolar. As menções negativas ao agro superam as positivas em 60%. De 345 citações ao setor, 303 são de cunho opinativo, a maioria pautada por questões político-ideológicas, sem base científica.
Diante deste quadro, cabe uma pergunta: qual o dever de uma boa educação? Se o objetivo for ensinar às crianças e jovens o Brasil real, nele agiganta-se o agronegócio como atividade contemporânea do desenvolvimento, que exige cada vez mais conhecimento técnico e científico na lavoura, na indústria ou e nos serviços.
Faz-se ainda mais necessária uma educação do agronegócio nas salas de aula sem viés ideológico, sobretudo para jovens que, futuramente, vão compor a força de trabalho do agro, seja no campo ou na cidade. É fundamental, na formação escolar, o acesso ao conhecimento da realidade da produção agrícola brasileira. Ao longo de quase 40 anos de carreira no agro, tenho a percepção de um entusiasmo crescente da juventude por este segmento.
Pautas importantes incluídas no documento
O documento expressa preocupação com o período após o impeachment de Dilma Rousseff em 2016, que é referido como um “impeachment” quatro vezes no documento. Durante esse período, o Brasil testemunhou um aumento nas políticas que são descritas como conservadoras em relação à segurança pública. Isso inclui a construção de novas prisões e uma abordagem mais rigorosa da polícia, que, de acordo com o texto, foi investigada em uma análise significativa das questões relacionadas aos direitos humanos e um declínio drástico nas taxas de homicídios no Brasil.
Outro tema abordado no documento é a implementação da educação em tempo integral nas escolas. O texto argumenta que o Estado deve educar as crianças não apenas em questões tradicionais, como matemática e português, mas também em questões relacionadas aos direitos humanos. Isso é visto como uma maneira de promover a valorização da diversidade sexual, incluindo a homossexualidade, e a ideologia de gênero nas salas de aula.
Além disso, o documento apresenta uma aparente contradição ao defensor da liberdade dos professores para expressar suas próprias ideologias políticas em sala de aula, ao mesmo tempo em que propõe proibir escolas privadas confessionais de ensinar sua religião de forma doutrinária. Em outras palavras, o documento sugere que um professor pode compartilhar suas políticas abordadas, como o socialismo, com os alunos, mas escolas católicas, por exemplo, seriam impedidas de ensinar o cristianismo com uma abordagem doutrinária.
A Conferência Nacional de Educação, convocada pelo Decreto-Lei nº 11.697/23, será realizada de 28 a 30 de janeiro de 2024, em Brasília (DF), com o tema “Plano Nacional de Educação 2024-2034: Política de Estado para garantia da educação como direito humano com justiça social e desenvolvimento socioambiental sustentável”.
O MEC é responsável por promover a Conae, que será precedida de conferências estaduais, distritais e municipais. A articulação e coordenação das conferências são de responsabilidade do Fórum Nacional de Educação (FNE). A Conae 2024 pretende contribuir para a elaboração do novo PNE 2024-2034, de modo que debaterá a avaliação, os problemas e as necessidades educacionais do Plano vigente.
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O ministro da Educação (MEC), Camilo Santana, anunciou, nesta terça-feira (31), em Brasília, durante a divulgação dos resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2022, que enviará ao Congresso Nacional um projeto de lei (PL) para criação de uma agência reguladora do ensino superior público e privado, no Brasil. O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que a medida tem a concordância do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Nós precisamos ter uma agência reguladora robusta para acompanhar e supervisionar, de forma mais efetiva e melhor, os nossos cursos de nível superior no país. Portanto, o presidente [Lula] está convencido disso e nós vamos encaminhar. Estamos finalizando a proposta [do PL]”, anunciou o ministro da Educação, Camilo Santana.
A previsão do ministro é que o texto seja enviado ao legislativo federal ainda em novembro, porém, Camilo Santana não prevê a aprovação do PL pelos parlamentares, em 2023, devido ao curto espaço de tempo.
O ministro do MEC defendeu a criação desta agência regulatória para ter uma estrutura mais ágil e mais eficiente de avaliação e supervisão dos cursos e de entidades educacionais de ensino superior, justificada pelo crescimento das matrículas na educação privada que, segundo o ministro, representam entre 80% e 85% do total de matrículas em cursos superiores, no país.
O ministro avaliou que apesar do empenho atual das equipes do Ministério da Educação (MEC), ainda é preciso um reforço no trabalho de supervisão das graduações. “Posso dizer que há um esforço enorme do MEC, mas acho que não é suficiente hoje. O MEC não tem perna suficiente para fazer essa supervisão da forma necessária para garantir a qualidade dos cursos.”
De acordo com o ministro, a medida faz parte de uma série de ações em estudo pelo governo federal para melhorar a qualidade do ensino superior brasileiro, como o melhor acompanhamento dos estágios supervisionados, criação de grupo de trabalho sobre novos cursos de licenciaturas, abertura de consulta pública sobre mudanças no ensino à distância (EaD), melhores condições de financiamento pelo Programa de Financiamento Estudantil (Fies) aos professores interessados em cursos de licenciatura, entre outras.
Informações Bahia.ba
A Secretaria da Educação do Estado (SEC) divulgou, no Diário oficial deste sábado (14), o edital nº 12/2023, de abertura de inscrições para curso de gestão escolar com certificação em unidades escolares da rede estadual de ensino, voltado para professores e coordenadores pedagógicos do quadro efetivo do magistério público do Estado da Bahia.
O curso tem por objetivo contribuir no desenvolvimento das competências básicas para o exercício efetivo das funções de diretor e de vice-diretor, para atuação nas unidades escolares da rede estadual de ensino.
Serão oferecidas 13 mil vagas e as inscrições poderão ser feitas, de 1º de novembro de 2023 a 26 de janeiro de 2024, no Portal da Educação (www.educacao.ba.gov.br).
O país viu dobrar a taxa de analfabetismo entre as crianças de 7 a 9 anos nos últimos anos. É o que aponta o relatório Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
No período de 2019 a 2022, o percentual de crianças de 7 anos que não sabem ler nem escrever saltou de 20% para 40%. De 8 anos, mais que dobrou (de 8,5% para 20,8%). Por fim, o mesmo para as de 9 anos: de 4,4% para 9,5%.
O bordão pandêmico “saúde agora, a economia a gente vê depois” também cabia a várias outras áreas essenciais. Para a educação, ao que tudo indica, o “depois” chegou.
Isso porque o recorte vai do último ano pré-pandêmico até o primeiro ano de um relativo “velho normal”. Santiago Varella, especialista do Unicef em políticas sociais, associa diretamente o retrocesso na alfabetização ao fechamento das escolas durante a pandemia.
“Essas crianças estavam no processo mais sensível, talvez, da vida educacional, que é a alfabetização”, pondera. “É preciso um esforço concentrado para que esse passivo da pandemia não se prolongue.”
O relatório apresenta relativos avanços. Desde 2016, cresce o percentual de crianças de 4 a 12 anos (completos) e de adolescentes de 12 a 18 anos (idem) com acesso à escola na idade correta: em 2022, eles somavam 93,8%.
Entre os demais, 2,9% estavam em situação de “privação extrema” e 3,4% de “privação intermediária”. Esses critérios se definem, respectivamente, quando “não há acesso” aos direitos e quando “há barreiras” para exercê-los.
No entanto, o relatório aponta que os bons números “podem ser resultado da aprovação automática na pandemia”. O Unicef alerta que isso exige “abordagens mais cautelosas e contextualizadas ao interpretar dados educacionais em tempos de crise”.
Em resumo: números aparentemente bons podem ter sido fruto de exceções, em determinado contexto (a pandemia, no caso). E ter sido resultado até de decisões políticas ruins (como a aprovação automática).
Como o nome do relatório diz, o Unicef mede a pobreza em suas várias dimensões, não apenas por aspectos de renda. Leva-se em conta o acesso das crianças e dos adolescentes a seis direitos básicos:
“A gente parte do princípio de que os direitos das crianças são prioritários e todos são igualmente importantes”, explica Varella. O relatório leva em consideração dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No quadro geral, o Brasil conseguiu diminuir a proporção de crianças e adolescentes que passam por alguma privação. Em 2016, ela era de 66,1%. No último ano antes da pandemia (2019), de 62,9%. Em 2022, continuou caindo, apresentando 60,3%.
Isso representa 31,9 milhões de crianças e adolescentes, de um total de 52,8 milhões no país. Apesar da bem-vinda redução, é “uma tendência de queda que a gente acha muito lenta ainda”, avisa Varella. Uma “despiora”, por assim dizer.
Revista Oeste, com informações da Agência Brasil.
Em 1988, a jovem Simone Almeida dos Santos iniciava o magistério, cheia de sonhos, coragem e determinação. A relação com a educação surgiu no ambiente familiar. Uma tia a levava com frequência para a escola onde trabalhava. Vivenciar a rotina escolar, naquela época, alimentou em Simone a vontade de ser professora.
Neste 15 de outubro, data marcada pelo Dia do Professor, a professora, hoje aposentada, celebra os mais de 30 anos desde que aceitou a missão de lecionar.
“Ser professora sempre foi o meu desejo. Durante o magistério, descobri os desafios da profissão. Em uma palestra sobre o que é ser professor, eu realmente tive a certeza que estava no lugar certo. Muito nova, mas com vontade de ajudar o próximo de alguma forma”, conta.
Simone formou-se em 1990. Um ano depois, em 1991, fez o concurso do município e em outubro deste mesmo ano, entrava na Escola Municipal Arthur Vieira de Oliveira, no distrito de Maria Quitéria, zona rural de Feira de Santana, para a sua primeira aula.
Durante 32 anos, dedicou-se à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental. Ao todo, passou por cinco escolas da rede municipal. Cada conquista, cada passo na aprendizagem das crianças, reafirmaram o compromisso com o que tinha escolhido para a vida: educar.
“A educação me transformou. Sou funcionária pública. A minha função, quando estava exercendo, era servir ao público. O brilho no olhar das crianças quando eles conseguiam juntar as primeiras letras, quando formavam palavras e conseguiam ler, era uma conquista muito grande”.
Agora ficam as boas lembranças e a saudade do convívio. “A escola é uma segunda família, dividimos alegrias e tristezas. Muitas vezes passamos mais tempo na escola, do que na nossa própria casa. O vínculo que fica é muito forte, não acaba. Em todas as escolas por onde passei, eu sempre procurei fazer o meu melhor.”
Com a sensação de dever cumprido, Simone deixa uma mensagem aos docentes que continuam na caminhada.
“Para os que estão em sala de aula, eu desejo saúde, coragem e ânimo. Só a educação é capaz de tornar o sujeito consciente, reflexivo e autônomo em suas decisões. Para os que estão chegando, eu desejo que a mesma vontade de ingressar no concurso, seja de transformar a vida de cada aluno para melhor”.
Dados do Censo da Educação Superior 2022 foram divulgados nesta terça (10). Números revelam também que 1 a cada 5 jovens de 18 a 24 anos não concluiu o ensino médio nem vai à escola no Brasil.
Inep divulgou dados do Censo da Educação Superior — Foto: ASN
Em 2022, 72% dos alunos que foram aprovados no ensino superior privado optaram por estudar à distância, mostram dados do Censo da Educação Superior 2022, divulgados nesta terça-feira (10) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas EducacionaisAnísio Teixeira (Inep).
Nas licenciaturas (cursos de formação de professor), o índice foi ainda maior: 93,2%.
O crescimento da Educação à Distância (EAD), tendência presente nos últimos anos, gera preocupação de especialistas, por causa da regulação frágil do setor e da dificuldade de mensurar a qualidade dessas graduações.
Os mecanismos atuais de avaliação de cursos não levam em conta, por exemplo, o tipo de plataforma on-line usada pelas instituições de ensino e o tempo dedicado a aulas “síncronas”, em que os alunos podem interagir em tempo real com os professores. A tendência é que as faculdades gravem o material didático apenas uma vez e o vendam para um número cada vez maior de interessados.
“O papel do MEC é regular isso. É um sinal vermelho aceso para a gente tomar medidas importantes diante desse cenário”, afirmou Camilo Santana, ministro da Educação, durante o evento de divulgação dos dados.
Segundo ele, por decisão do governo federal, 16 cursos superiores não poderão ser feitos à distância: 4 já suspensos (enfermagem, direito, odontologia e psicologia) e outros 12 ainda em debate, por meio de consulta pública.
➡️Por que os alunos escolhem EAD? Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil, explica que a modalidade à distância “tem sido mais atrativa por trazer flexibilidade em termos de local e horário [para o aluno estudar], mas principalmente por ser oferecida com mensalidades muito, muito mais baratas”.
“E 80% do alunado brasileiro têm renda per capita de até 3 salários mínimos, ou seja, não têm condição de pagar mensalidades [dos cursos presenciais]. A cobertura do Prouni e do Fies é baixa, e o número de vagas no ensino público também”, complementa.
Veja mais dois pontos do Censo sobre o assunto:
➡️O número de novos alunos que escolheram fazer faculdade à distância cresceu 20% entre 2021 e 2022: saltou de 3,9 milhões para 4,7 milhões. Desde 2020, a EAD ultrapassou o ensino presencial no quesito “ingressantes”.
➡️A quantidade de cursos EAD no ensino superior triplicou em 4 anos: foi de 3.177 graduações em 2018 para 9.186 em 2022.
Os índices do Censo, referentes a professores, alunos e instituições de ensino, servem para embasar novas políticas públicas e desenhar um panorama da educação brasileira.
O Inep mostrou também que, de cada cinco brasileiros de 18 a 24 anos, um está fora da escola mesmo sem ter concluído o ensino médio.
A distribuição é a seguinte, nessa faixa etária:
O Censo da Educação Superior 2022 evidenciou que apenas 48,2% dos alunos brasileiros que concluíram o ensino médio em 2022 fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),prova que possibilita o acesso a universidades públicas (por meio do Sisu) e particulares (por bolsas, no Prouni, e por financiamento, no Fies).
Os estados com pior desempenho são Bahia, Roraima, Maranhão e Pará. A situação é mais favorável no Ceará, em Goiás e no Espírito Santo.
“Nos últimos anos, houve uma tentativa do governo federal de desconstruir o ensino superior no Brasil (…), com corte orçamentário nas universidades. Esse é o efeito. Estamos começando a reverter o número [de inscritos] no Enem, que estava em queda nos últimos anos”, diz o ministro da Educação.
A edição de 2023 recebeu 3,9 milhões de inscrições — um aumento de 13,1% em relação ao ano passado. O índice marca uma recuperação após a pandemia da Covid-19: o número de inscrições mais baixo da história foi registrado em 2021 (3,1 milhões).
Apesar da melhora, o Enem ainda está longe de se aproximar do gigante alcance que tinha no período de 2014 a 2016, quando atingia mais de 8 milhões de alunos.
Nem mesmo a graduação em medicina, tradicionalmente tão concorrida, consegue preencher 100% das vagas oferecidas nas instituições de ensino — tanto na rede pública quanto na privada, o índice de ocupação foi de cerca de 95% no último ano.
Em média, considerando os cursos de todas as áreas, aproximadamente 80% das vagas nas universidades privadas ficaram ociosas em 2022. Entre as públicas, o índice foi de 30%.
Os casos mais alarmantes foram registrados nas licenciaturas de química e física:
Informações G1
A Prefeitura de Feira de Santana, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SEDESO), abriu as pré-inscrições para os cursos técnicos profissionalizantes gratuitos, em parceria com o SENAC, SENAI, e SEST SENAT, por meio do Programa Qualifica Feira. Os interessados podem realizar inscrição no link: http://www.feiradesantana.ba.gov.br/servicos.asp?id=10&s=a&link=sedeso/qualificafeira/descricao.asp&idqual=5#link .
O programa tem como objetivo proporcionar qualificação e capacitação profissional a indivíduos em situação de vulnerabilidade social, inscritos no Cadastro Único. As inscrições estão abertas para os seguintes cursos:1.Unhas em Gel
2.Preparo de Salgados
3. Manutenção de Notebooks
4. NR10 – Segurança nas Instalações Elétricas
5. Formação de Operador de Empilhadeira
6. Capacitação em Agente de Portaria
Cronograma:
Documentação necessária para matrícula presencial:
Contatos para mais informações:E-mail: qualificafeira.sedeso@pmfs.ba.gov.br
Instagram: @qualificafsa
WhatsApp: (75) 9 8229-4319