Isolacionismo é o novo cala boca, que, em nome de um controle social, esmaga a liberdade em nome de um falso bem-estar coletivo – que jamais chega
O isolacionismo é uma seita materialista, o que é a tradução exata de uma ideologia. Ideologia é uma apreensão de ideias fixas que moldam uma realidade fictícia e falseada, sem complexidades. A ideologia isolacionista é uma seita sem deus, sem um principio de transcendência; uma ideologia que confina a cabeça de seu sectário em uma ideia única, obsessiva e errada: a de que trancar pessoas por tempo indeterminado salva vidas. Não interessa aos fanáticos dizer que pessoas trancadas em casa significa menos empregos, menos trabalho, menos comida, menos saúde mental, mais agressões domésticas, menos educação, mais miséria, mais fome e, sobretudo, mais mortes causadas pela soma de todos estes problemas. O sectário fanático vai continuar zurrando como uma besta que quem não se isola é assassino genocida. Para os sectários isolacionistas, o inimigo a ser combatido é o sujeito que tem uma visão holística da realidade. O isolacionista é filho direto do cientificismo e espelha seu autoritarismo: um médico pode receitar oito horas de sono, uma alimentação saudável, não fumar, não beber. Recomendar, não obrigar. O isolacionista te obriga a se isolar. Como um médico que te obrigasse a não beber e não fumar e não comer gordura porque sua saúde prejudicada poderia prejudicar o sistema de saúde e arcar com custos para o Estado e o dinheiro do contribuinte. Como um médico ensandecido que te proibisse de usufruir a vida em nome do coletivo, o isolacionista te proíbe de viver em nome de uma sobrevivência asséptica, sem cor, sem gente, sem vida, sem nada.
O isolacionismo é filho direito do globalismo. Um princípio moral de saúde pública que, em nome de um controle social, esmaga sua liberdade em nome de um falso bem-estar coletivo. Bem-estar que jamais chega. Pior: o isolacionismo nega o próprio bem estar. Aposta no desespero eterno. Com medo e desespero, sem entender que a vida tem um contingente de risco, aposta no pavor permanente do medo da morte. Qualquer palavra em contrário é considerada insensível. E para os ouvidos ultrassensíveis do politicamente correto, que escamoteia verdades em nome de uma fragilidade do ofendido profissional, o isolacionismo é o novo cala boca da liberdade de expressão. Não por acaso, as redes sociais, uma boa parte de políticos e a grande mídia tentam escolher a dedo todos os especialistas que endossam o isolacionismo. Pensamento dissonante e holístico é massacrado e censurado. Angela Merkel escolheu especialistas isolacionistas para referendar suas práticas que não deram certo. O governante isolacionista aposta na anticiência: em vez de pesquisas, as provas cabais sem estudo. Quando pesquisas reais mostram que 85% de confinados em Nova York foram contaminados ou que os países que mais se isolaram no mundo, como Argentina, Bélgica, Inglaterra, foram os piores em números de infectados e mortos, eles se calam. E calam quem tenta alertar para a verdade. Quando comprovam que 70% de mortos na Suécia, país que não se isolou ano passado, se encontravam em asilos, confinados, os isolacionistas silenciam.
O isolacionista infunde falsa pesquisa com desespero. Os vírus estão todos do lado de fora, berram. Não vivam. Não saiam. Sobrevivam quietos debaixo da ordem dos tiranos. O isolacionismo é um bálsamo para tiranos e maus gestores. Um péssimo gestor arruína a vida de uma pessoa, impedindo-a de trabalhar, e depois a faz agradecê-lo por ter falsamente salvado sua vida. Maus gestores isolacionistas são reeleitos por espectadores com cérebro massacrado pela tese mentirosa, repetida mil vezes, do isolacionismo. É um mal que ataca, sobretudo, a arte, a forma lúdica de se pensar. Espetáculos, shows, teatros, cinemas desaparecem sob o império do medo covarde da seita. É proibida e vista como imoral qualquer tipo de diversão, sobretudo a que o faça pensar. Relações humanas são paralisadas. O toque vira um pecado mortal. Uma nova cepa, uma nova pessoa gripada, uma nova mutação, a ameaça de uma nova mutação, tudo faz com que o tirano isolacionista mate todo tipo de liberdade possível, tanto mais a liberdade de construção lógica de pensamento, por meio do encontro com outras pessoas, de encontro com a arte, de encontro com algo fora da caverna isolacionista.
Toda epidemia tem um fim. E este fim se dá exatamente pelo contato expandido. Toda quarentena racional isola grupos de risco: idosos, pessoas doentes. Não o mundo. Mas nada disso ressoa no ouvido de um isolacionista. O único ponto de vista do sectário é fugir do vírus da morte. E gerar a morte em vida dos isolados. Agora, neste momento, após um ano de medidas fracassadas, um governador retoma o mesmo isolacionismo boçal e fanático que não poupou vidas, que disseminou a covardia e o medo, impediu a vida e travou boa parte da economia do país. E que piorou drasticamente a vida dos mais pobres, que precisam trabalhar, que precisam crescer para fugir da miséria. Oshospitais que deveriam ser melhorados, não foram. Qualquer palavra que se diga sobre a questão de empregos e vidas e economias e trabalhos dizimados é vista como insensível e insensata. A sensatez única do tirano isolacionista é gerar o medo em conjunto com a ruína. Se convencer a maior parte da população, se sagrará vencedor em cima de um entulho infinito de cadáveres, mortos de fome, miséria e desemprego. E outros tantos cadáveres vivos, zumbis hipnotizados pelo tirano isolacionista. Se o povo não reagir diante da tirania — e reagir vigorosamente —, é isto que seremos: um cemitério de zumbis isolacionistas presos nas covas de sua ignorância.
Vivemos no mais autoritário período da história. A política do isolacionismo, em nome de um pretenso humanismo sanitário, proíbe pessoas de se encontrarem, se expressarem, se tocarem, pensarem. Alguém que queira trabalhar, andar, se libertar, é visto como um assassino. A política do isolacionismo atua como lavagem cerebral que faz um lockdown na psique coletiva. Toda liberdade de ir e vir e de pensar livremente vira um gesto homicida. O indivíduo é esmagado pelo desespero imposto por autoridades que clamam por um bem comum que jamais chega. A maioria das pessoas deixa-se controlar e troca liberdade por segurança. No caso do lockdown imposto, trocam liberdade por desespero de uma medida que tira liberdade, não gera segurança e piora a situação. Deixar-se controlar agora é deixar-se anular e massacrar. Trabalho essencial é o trabalho de existir livremente; é o trabalho de enfrentar a tirania de quem quer decidir por você o que é a sua essência.
Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv sugerem que, para caçar animais de menor porte, foi necessário que os seres humanos desenvolvessem habilidades mais complexas
Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, elaboraram uma nova teoria para explicar a evolução fisiológica, comportamental e cultural da espécie humana desde sua primeira aparição, cerca de 2 milhões de anos, até a Revolução Agrícola, por volta de 10 mil a.C. Evidenciado pelo aumento do volume cerebral de 650 centímetros cúbicos (cc) para 1500 cc, esse fenômeno tem como ponto central a extinção de animais de grande porte e, como motor, a própria humanidade.
Nos últimos anos, cada vez mais evidências têm sugerido que a espécie humana foi um fator significativo para o desaparecimento desses animais, aponta o estudo publicado em fevereiro no Quaternary Journal. Quando os seres humanos surgiram na África, há 2,6 milhões de anos, o peso médio de mamíferos terrestres era cerca de 500 kg. Pouco antes do surgimento da agricultura, esse número caiu e chegou a dezenas de quilogramas.saiba mais
Com a diminuição da disponibilidade de presas grandes, os humanos tiveram que desenvolver habilidades cognitivas mais complexas para caçar animais de menor porte. “Nós relacionamos o aumento do volume do cérebro humano com a necessidade de se tornar um caçador mais esperto”, declara, em nota, o especialista Miki Ben-Dor, do Departamento de Arqueologia da universidade israelense.
Os pesquisadores afirmam que, diante de presas menores e mais velozes, os humanos foram forçados a apresentar astúcia e ousadia. Esse processo evolutivo exigiu o aumento do volume do cérebro e, posteriormente, resultou no desenvolvimento de uma linguagem que possibilitava a troca de informações sobre locais onde os animais poderiam ser encontrados. O objetivo principal dessas transformações era apenas um: conservar energia corporal.
“A necessidade de caçar uma dúzia de gazelas em vez de um elefante gerou uma pressão prolongada nas funções cerebrais humanas, que estavam usando muito mais energia para pensar e se movimentar”, explica Ben-Dor. “Caçar animais pequenos, que estão constantemente ameaçados por predadores e são muito mais rápidos para fugir, requer uma fisiologia adaptada para persegui-los, assim como ferramentas mais sofisticadas”, complementa. Houve também a elevação da atividade cognitiva, uma vez que era preciso tomar decisões rápidas e conhecer o comportamento dos animais — informações que demandavam uma maor capacidade de memorização.
A adaptação humana, avalia Ben-Dor, foi bem-sucedida. “No fim da Idade da Pedra, com animais ainda menores, os homens gastavam mais energia do que ganhavam ao caçar. Foi nesse momento que houve a Revolução Agrícola, envolvendo a domesticação de animais e plantas”, afirma o especialista. “Conforme se mudaram para assentamentos permanentes e se tornaram fazendeiros, o tamanho do cérebro diminuiu para o volume atual de 1300-1400 cc. Isso porque, com plantas e animais domesticados que não voavam, não havia mais necessidade de utilizar habilidades cognitivas excepcionais para a tarefa de caça”.saiba mais
De acordo Ran Barkai, que também assina o estudo, enquanto o cérebro de chimpanzés, por exemplo, permaneceu estável por 7 milhões de anos, o de humanos triplicou e alcançou seu maior tamanho há 300 mil anos. “Seres humanos criaram esse problema para eles. Ao focar em animais maiores, eles causaram extinções e acabaram com a própria subsistência”, explica. “Mas, enquanto outras espécies, como os neandertais, desapareceram junto com presas grandes, o Homo sapiensdecidiu começar do início novamente, dessa vez se apoiando na agricultura”, conclui.
Revista Galileu
Agência Brasil|Cientistas encontraram um planeta que orbita uma estrela relativamente próxima ao nosso sistema solar e que pode oferecer uma grande oportunidade para estudar a atmosfera de um planeta rochoso e semelhante à Terra, o tipo de pesquisa que poderia auxiliar na busca por vida extraterrestre.
Os pesquisadores afirmaram na quinta-feira que o planeta, chamado Gliese 486 b e classificado como uma “Super-Terra” não é em si um candidato promissor como um refúgio para a vida. Imagina-se que ele seja inóspito –quente e seco como Vênus, com possíveis rios de lava fluindo em sua superfície.
Mas a proximidade com a Terra e as características físicas o tornam um bom candidato para um estudo de atmosfera com os telescópios espaciais e terrestres de nova geração, começando com o Telescópio Espacial James Webb, que a Nasa deve lançar em outubro. Esses devem fornecer aos cientistas dados para decifrar as atmosferas de outros exoplanetas –planetas que ficam além do nosso sistema solar– incluindo os que podem abrigar vida.
“Nós dizemos que o Gliese 486 b irá se tornar instantaneamente a Pedra de Rosetta da exoplanetologia –pelo menos para os planetas semelhantes à Terra”, disse o astrofísico e co-autor do estudo José Caballero, do Centro de Astrobiologia da Espanha, em referência à antiga placa de pedra que ajudou pesquisadores a decifrar os hieróglifos egípcios.
Cientistas descobriram mais de 4.300 exoplanetas. Alguns deles são gigantes de gás, similares a Júpiter. Outros são menores, rochosos, planetas mais parecidos com a Terra, o tipo que é considerado um potencial mantenedor da vida, mas os instrumentos científicos disponíveis atualmente nos dizem pouco sobre suas atmosferas.
“O exoplaneta precisa ter as configurações físicas e orbitais corretas para que seja elegível para investigação atmosférica”, disse o cientista planetário Trifon Trifonov, do Instituto Max Planck para Astronomia, na Alemanha, principal autor da pesquisa publicada na revista Science.
BBC News| O ano era 1642, e Abel Tasman estava em uma missão. O experiente marinheiro holandês, que ostentava um bigode extravagante, cavanhaque espesso e uma inclinação a fazer justiça com as próprias mãos — mais tarde, ele tentaria enforcar alguns de seus tripulantes em um desvario de embriaguez — estava confiante da existência de um vasto continente no hemisfério sul e determinado a encontrá-lo.
Na época, esta parte do globo ainda era um tanto desconhecida para os europeus, mas eles tinham uma crença inabalável de que deveria haver uma enorme massa de terra ali — preventivamente chamada de Terra Australis — para contrabalançar seu próprio continente ao norte. A hipótese datava dos tempos da Roma Antiga, mas só agora seria testada.
E assim, em 14 de agosto, Tasman zarpou da base de sua companhia em Jacarta, na Indonésia, com duas embarcações pequenas e rumou para o oeste, depois para o sul, em seguida para o leste, terminando na Ilha Sul da Nova Zelândia.
Mas seu primeiro encontro com o povo maori local não foi nada bom: no segundo dia, vários remaram em uma canoa e colidiram com um pequeno barco que transmitia mensagens entre as embarcações holandesas. Quatro europeus morreram.
Na sequência, os europeus dispararam um canhão contra 11 canoas — não se sabe o que aconteceu com seus alvos.
E esse foi o fim de sua missão — Tasman chamou o local fatídico de Moordenaers Bay (“Baía dos Assassinos”), com pouco senso de ironia, e voltou para casa várias semanas depois, sem sequer ter posto os pés na nova terra.
Embora acreditasse ter realmente descoberto o grande continente do sul, evidentemente, estava longe de ser a utopia comercial que ele havia vislumbrado. E ele não voltou mais.
(Naquela época, a Austrália já era conhecida, mas os europeus achavam que não era o lendário continente que procuravam. Mais tarde, quando mudaram de ideia, recebeu o nome de Terra Australis).
Mal sabia Tasman que ele estava certo o tempo todo. Estava faltando um continente.
Em 2017, um grupo de geólogos ganhou as manchetes dos jornais ao anunciar a descoberta da Zelândia — Te Riu-a-Māui, na língua maori. Um vasto continente de 4,9 milhões de quilômetros quadrados, cerca de seis vezes o tamanho de Madagascar.
Embora as enciclopédias, mapas e mecanismos de busca do mundo estivessem convencidos quanto à existência de apenas sete continentes, a equipe informou com segurança ao mundo que isso estava errado.
No fim das contas, são oito continentes — e o último a ser incluído na lista quebra todos os recordes, como o menor, o mais fino e o mais jovem do mundo.
A questão é que 94% dele está submerso, com apenas um punhado de ilhas, como a Nova Zelândia, emergindo de suas profundezas oceânicas. Ele ficou escondido à vista de todos o tempo todo.
“Este é um exemplo de como algo muito óbvio pode demorar um pouco para ser descoberto”, diz Andy Tulloch, geólogo do instituto de pesquisa da coroa neozelandesa GNS Science, que fez parte da equipe que descobriu a Zelândia.
Mas isso é apenas o começo. Quatro anos depois, o continente segue cercado de mistério, seus segredos estão cuidadosamente guardados a 2 km embaixo d’água. Como foi formado? Quem costumava morar lá? E há quanto tempo está submerso?
Na verdade, a Zelândia sempre foi difícil de estudar.
Mais de um século depois que Tasman descobriu a Nova Zelândia em 1642, o cartógrafo britânico James Cook foi enviado em uma viagem científica ao hemisfério sul.
Suas instruções oficiais eram observar a passagem de Vênus entre a Terra e o Sol, a fim de calcular a que distância o Sol está.
Mas ele também carregava consigo um envelope lacrado, que foi instruído a abrir quando tivesse concluído a primeira tarefa. Dentro do envelope, havia uma missão ultrassecreta para descobrir o continente do sul — pelo qual ele provavelmente passou direto, antes de chegar à Nova Zelândia.
As primeiras pistas reais da existência da Zelândia foram reunidas pelo naturalista escocês Sir James Hector, que participou de uma viagem para pesquisar uma série de ilhas na costa sul da Nova Zelândia em 1895.
Depois de estudar sua geologia, ele concluiu que a Nova Zelândia é “o resquício de uma cadeia de montanhas que formava a crista de uma grande área continental que se estendia ao sul e a leste, e que agora está submersa …”.
Apesar dessa descoberta inicial, o reconhecimento de uma possível Zelândia permaneceu obscuro, e muito pouco aconteceu até a década de 1960.
“As coisas acontecem muito lentamente neste campo”, diz Nick Mortimer, geólogo do GNS Science que liderou o estudo de 2017.
Então, na década de 1960, os geólogos finalmente chegaram a um consenso sobre a definição do que é um continente — de modo geral, uma área geológica com uma grande elevação, grande variedade de rochas e uma crosta espessa. Também tem que ser grande.
“Não pode ser simplesmente um pedacinho”, diz Mortimer.
Isso deu aos geólogos algo com que trabalhar — se eles pudessem coletar evidências, poderiam provar que o oitavo continente era real.
Ainda assim, a missão não andou — descobrir um continente é complicado e caro, e Mortimer aponta que não havia urgência.
Então, em 1995, o geofísico americano Bruce Luyendyk descreveu novamente a região como um continente e sugeriu chamá-lo de Zelândia. A partir daí, Tulloch descreve sua descoberta como uma curva exponencial.
Por volta da mesma época, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar entrou em vigor e, finalmente, forneceu uma motivação séria.
O tratado afirma que os países podem estender seus territórios legais além de sua Zona Econômica Exclusiva, até 370 km de seus litorais, para reivindicar sua “plataforma continental estendida” — com todas as riquezas minerais e petróleo que ela abrange.
Se a Nova Zelândia pudesse provar que fazia parte de um continente maior, poderia aumentar seu território em seis vezes. De repente, surgiu uma abundância de fundos para viagens de levantamento da área, e as evidências se acumularam gradualmente.
A cada amostra de rocha coletada, o caso da Zelândia se fortalecia.
A evidência final veio de dados de satélite, que podem ser usados para rastrear pequenas variações na gravidade da Terra em diferentes partes da crosta para mapear o fundo do mar. Com esta tecnologia, a Zelândia é claramente visível como uma massa disforme quase tão grande quanto a Austrália.
Quando o continente foi finalmente revelado ao mundo, foi desvendado um dos territórios marítimos mais significativos do planeta.
“É bem legal”, diz Mortimer. “Se você pensar sobre isso, cada continente do planeta tem diferentes países, [mas] existem apenas três territórios na Zelândia.”
Além da Nova Zelândia, o continente abrange a ilha da Nova Caledônia — território francês famoso por suas lagoas deslumbrantes — e os minúsculos territórios australianos da Ilha de Lord Howe e da Pirâmide de Ball.
Esta última foi descrita por um explorador do século 18 como aparentando ser “não maior do que um barco”.
As imagens de satélite podem ser usadas para visualizar o continente da Zelândia, que aparece como um triângulo azul claro de cabeça para baixo a leste da Austrália
A Zelândia era originalmente parte do antigo supercontinente de Gondwana, que foi formado há cerca de 550 milhões de anos e basicamente agrupava todas as terras do hemisfério sul.
Ele ficava num canto na parte leste, onde fazia fronteira com vários outros, incluindo metade da Antártida Ocidental e todo o leste da Austrália.
Então, há cerca de 105 milhões de anos, “devido a um processo que ainda não entendemos completamente, a Zelândia começou a se afastar”, diz Tulloch.
A crosta continental tem geralmente cerca de 40 km de profundidade —significativamente mais espessa que a crosta oceânica, que tende a ter aproximadamente 10 km.
À medida que foi tensionada, a Zelândia acabou sendo tão esticada que sua crosta agora se estende apenas 20 km para baixo. Por fim, o continente fino como uma lâmina afundou — embora não exatamente ao nível da crosta oceânica normal — e desapareceu embaixo d’água.
Apesar de ser fino e submerso, os geólogos sabem que a Zelândia é um continente por causa dos tipos de rochas encontradas lá.
A crosta continental costuma ser composta de rochas ígneas, metamórficas e sedimentares — como granito, xisto e calcário, enquanto o fundo do oceano é geralmente feito apenas de rochas ígneas, como o basalto.
Mas ainda existem muitas incógnitas. As origens incomuns do oitavo continente o tornam particularmente intrigante para os geólogos.
Por exemplo, ainda não está claro como a Zelândia conseguiu ficar junta sendo tão fina e não se desintegrou em minúsculos microcontinentes.
Outro mistério é exatamente quando a Zelândia acabou submersa — e se alguma vez, de fato, consistiu de terra firme.
Quando o supercontinente de Gondwana se separou, fragmentos se espalharam por todo o globo — muitas de suas plantas antigas ainda vivem na floresta australiana de Dorrigo
As partes que estão atualmente acima do nível do mar são cristas que se formaram quando as placas tectônicas do Pacífico e da Austrália se encontraram.
Tulloch diz que não há consenso em relação a se o continente esteve sempre submerso, exceto por algumas pequenas ilhas, ou se alguma vez foi composto apenas por terra firme.
Isso também levanta a questão sobre quem vivia lá.
Com seu clima ameno e 101 milhões de quilômetros quadrados, Gondwana era o lar de uma vasta variedade de flora e fauna, incluindo os primeiros animais quadrúpedes terrestres e, mais tarde, dos maiores que já existiram — os titanossauros.
Será então que as rochas da Zelândia podem estar cravejadas com seus restos mortais preservados?
Animais terrestres fossilizados são raros no hemisfério sul, mas os restos mortais de vários foram encontrados na Nova Zelândia na década de 1990, incluindo a costela de um dinossauro gigante de cauda e pescoço longos (saurópode), de um dinossauro herbívoro bicudo (hipsilofodonte) e de um dinossauro “blindado” (anquilossauro).
O pássaro-elefante tinha 3m de altura — e fragmentos da casca dos seus ovos estão espalhados pelas praias até hoje
Em 2006, o osso da pata de um carnívoro gigante, possivelmente uma espécie de alossauro, foi descoberto nas Ilhas Chatham, a cerca de 800 km a leste da Ilha Sul. Essencialmente, todos os fósseis datam de depois que o continente da Zelândia se separou de Gondwana.
No entanto, isso não significa necessariamente que havia dinossauros perambulando pela maior parte da Zelândia — essas ilhas podem ter sido santuários, enquanto o resto estava submerso, como agora.
“Há um longo debate sobre isso, se é possível ter animais terrestres sem terra contínua — e se, sem isso, eles teriam sido extintos”, diz Sutherland.
A trama se complica ainda mais com um dos mais estranhos e amados habitantes da Nova Zelândia, o kiwi — um pássaro atarracado e incapaz de voar com uma espécie de bigode e penas semelhantes a cabelos.
Curiosamente, acredita-se que seu parente mais próximo não seja o moa, que faz parte do mesmo grupo de aves — as ratites — e viveu na mesma ilha até sua extinção há 500 anos, mas sim o ainda mais colossal pássaro-elefante, que espreitava as florestas de Madagascar até 800 anos atrás.
A descoberta levou os cientistas a acreditar que ambas as aves evoluíram de um ancestral comum que vivia em Gondwana.
Demorou 130 milhões de anos para ele se separar totalmente, mas quando isso aconteceu, deixou para trás fragmentos que já foram espalhados por todo o globo, formando a América do Sul, África, Madagascar, Antártida, Austrália, Península Arábica, o Subcontinente Indiano e Zelândia.
Isso sugere, por sua vez, que pelo menos parte da agora submersa Zelândia permaneceu acima do nível do mar o tempo todo.
Exceto por volta de 25 milhões de anos atrás, acredita-se que todo o continente — possivelmente até mesmo toda a Nova Zelândia — estivesse debaixo d’água.
“Pensava-se que todas as plantas e animais haviam colonizado depois”, diz Sutherland.
Mas então o que aconteceu?
O parente mais próximo do enigmático pássaro kiwi vem de Madagascar
Embora não seja possível coletar fósseis diretamente do fundo do mar da Zelândia, os cientistas estão prospectando suas profundezas com perfurações.
“Na verdade, os fósseis mais úteis e distintivos são aqueles que se formam em mares muito rasos”, diz Sutherland.
“Porque eles deixam um registro — existem zilhões e zilhões de fósseis minúsculos, bem minúsculos, que são bastante distintivos.”
Em 2017, uma equipe realizou os levantamentos mais extensos da região feitos até agora e perfurou mais de 1.250 m no fundo do mar em seis locais diferentes
Os núcleos que coletaram continham pólen de plantas terrestres, assim como esporos e conchas de organismos que viviam em mares rasos e quentes.
“Se você tem água, 10 metros de profundidade ou algo assim, então há uma boa chance de que houvesse terra ao redor também”, diz Sutherland, explicando que o pólen e os esporos também indicam a possibilidade de que Zelândia não estivesse tão submersa quanto se pensava.
Outro mistério remanescente diz respeito à forma da Zelândia.
“Se você olhar um mapa geológico da Nova Zelândia, há duas coisas que realmente se destacam”, diz Sutherland. Uma delas é a Falha Alpina, no limite da placa que percorre a Ilha Sul — e é tão significativa que pode ser vista do espaço.
A segunda é que a geologia da Nova Zelândia — assim como a do continente mais amplo — é estranhamente curvada. Ambos são divididos em dois por uma linha horizontal, que é onde as placas tectônicas do Pacífico e da Austrália se encontram.
A faixa vermelha de rochas — o Batólito Mediano — deveria percorrer a Zelândia em uma linha diagonal, mas em vez disso foi distorcida
Neste ponto exato, parece que alguém pegou a metade inferior e retorceu, de modo que não apenas as faixas de rocha anteriormente contínuas não estão mais alinhadas, mas estão praticamente em ângulos retos.
Uma explicação fácil para isso é que as placas tectônicas se moveram e de alguma maneira deformaram seu formato. Mas exatamente como ou quando isso aconteceu ainda está totalmente em aberto.
“Há várias interpretações, mas isso é uma grande incógnita”, diz Tulloch.
Sutherland explica que é improvável que o continente revele todos os seus segredos num futuro próximo.
“É muito difícil fazer descobertas quando tudo está a 2 km debaixo d’água, e as camadas que você precisa analisar também estão a 500m abaixo do leito oceânico”, diz ele.
“É realmente desafiador sair e explorar um continente como esse. Então, é preciso muito tempo, dinheiro e esforço para embarcar e pesquisar as regiões.”
No mínimo, o oitavo continente do mundo certamente nos mostra que — quase 400 anos após a busca de Tasman — ainda há muito a ser descoberto.
Com 5 mil anos, local de produção de bebida ficava em cidade que abrigou vastos cemitérios e templos no Egito; cerveja era usada em rituais
Durante escavações recentes na antiga necrópole de Abidos, no Egito, conhecida por seus vastos cemitérios e templos, uma equipe de arqueólogos descobriu umacervejaria de 5 mil anos, considerada a mais antiga do mundo. Segundo Mostafa Waziry, secretário geral do Ministério de Antiguidades do Egito, a produção de cerveja acontecia em grande escala no local.
Foram encontradas oito grandes áreas de produção de bebida, cada uma com 20 metros de comprimento por 2,5 metros de largura. As 40 bacias de cerâmicas descobertas enfileiradas tinham capacidade para armazenar 22.400 litros de cerveja.
Os arqueológos acreditam que a bebida foi criada não muito longe dali, na antiga Mesopotâmia (atual Iraque), e rapidamente adotada pelos egípcios. As primeiras cervejas provavelmente eram feitas com pão de cevada.
“A cervejaria possivelmete foi construída em Abidos com o propósito de fornecer a bebida para rituais dos faraós que aconteciam durante os serviços funerários”, disse o arqueólogo americano Matthew Adams, da Universidade de Nova York, que participou das escavações.
Abidos, que fica em uma região desértica a 540 quilômetros do Cairo, foi um dos centros religiosos e de uma das necrópoles mais importantes do antigo Egito, onde foi realizado o sepultamento de dezenas de múmias. O local guarda os templos dos faraós Seti I e Ramessés II, e o de Osíris, um dos deuses mais venerados da Antiguidade. De acordo com os arqueológos, a bebida provavelmente era utilizada em rituais e sacríficios às divindades.
O Egito tem investido mais fortemente em escavações arqueológicas desde o início da pandemia do coronavírus, com o objetivo de atrair visitantes. O turismo respondia por 12% do PIB do país antes da crise da Covid-19. A atividade costumava gerar em média 30 bilhões de dólares por ano e empregava cerca de 10% da força de trabalho. A expectativa é que as descobertas arqueológicas possam voltar a atrair turistas com o avanço da vacinação do mundo e a volta das viagens.
Informações Revista Exame
Novas hipóteses sobre o final desta espécie humana mostram que seu desaparecimento está relacionado à maior interconexão dos grupos de ‘sapiens’
A paulatina aproximação entre os Homo sapiens, os humanos atuais, e os neandertais, do ponto de vista intelectual, mas também genético, foi um dos processos científicos mais desafiantes das últimas décadas. A espécie humana mais próxima, que habitou a Europa e a Ásia durante pelo menos 300.000 anos, deixou de ser um espelho longínquo para se transformar em um reflexo cada vez mais próximo da humanidade moderna. Essa mudança se traduziu em um imparável interesse pelos neandertais, que protagonizam constantes publicações científicas, livros de divulgação e exposições.
Como disse o ensaísta israelense Yuval Noah Harari, “pelo mero fato de ter existido, os neandertais desafiam alguns dos nossos mais apreciados ideais e percepções, nos obrigam a questionar a crença de que o Homo sapiens se ergue como o ápice da criação e o que significa ser humano. E esses assuntos são agora mais urgentes do que nunca”. O autor de Sapiens escreveu estas palavras na crítica no The New York Times do livro Kindred. Neanderthal life, love, death and art (Familiares. A vida, o amor, a morte e a arte dos neandertais), da pesquisadora e arqueóloga britânica Rebecca Wragg Sykes, um sucesso de vendas no mundo anglo-saxão (ainda sem tradução ao português).
Wragg Sykes tenta resumir em seu livro todos os conhecimentos acumulados sobre os neandertais nas últimas três décadas, um processo que acelerou após, dez anos atrás, uma equipe do Instituto Max Planck de Leipzig dirigida por Svante Pääbosequenciar seu genoma e descobrir que os humanos atuais têm uma pequena proporção de genes neandertais, o que demonstra que ocorreu hibridação entre as duas espécies. É mais filosófico o livro recente La vida contada por un sapiens a un neandertal (A vida contada por um sapiens a um neandertal), em que o escritor Juan José Millás e o paleoantropólogo Juan Luis Arsuaga, codiretor da Fundação Atapuerca, falam do divino, mas principalmente do humano. Também foi editado El sapiens asesino y el ocaso de los neandertales (O sapiens assassino e o ocaso dos neandertais), do paleontólogo Bienvenido Martínez-Navarro, que se centra no que se mantém como o grande mistério sobre os neandertais: Por que desapareceram?
“Eles nos fascinam pela mesma razão pela que nos fascinam os romances de ficção científica: porque são outra versão de nós”, diz Juan Luis Arsuaga em conversa telefônica. “Tudo indica que têm o mesmo nível intelectual que nós e, entretanto, não são iguais.
Podemos dizer que têm a mesma mente, mas não a mesma mentalidade. Representam outra maneira de ser humano e isso é algo que temos muita dificuldade de imaginar”. Em uma entrevista por videochamada, Wragg Sykes fala o mesmo: “Os neandertais mudaram a percepção de nós mesmos. Na cultura ocidental sempre tentamos nos separar do resto da natureza, demonstrar que somos melhores do que os animais. Os neandertais nos obrigam a repensar isso”.
Kindred perpassa três décadas de descobertas sobre os neandertais, que também coincidem com uma revolução na arqueologia e na genética. A aplicação da química e de sofisticadas técnicas de datação permitiram saber que os neandertais tinham pensamento simbólico ―ainda que não necessariamente artístico―, que dominavam as plantas e a paisagem que os cercava, que eram conscientes do material lítico que utilizavam para diferentes instrumentos, que utilizavam cores, principalmente vermelho e ocre, que enterravam seus mortos e cuidavam dos idosos. Tanto pela presença do gene FOXP2, associado à linguagem, como pelo tipo de animais que caçavam ―abatê-los precisava da cooperação do grupo―, os cientistas consideram que utilizavam alguma forma de comunicação.Exposição sobre neandertais no museu de Moesgaard. Michael Johansen
“Durante a última década, numerosas descobertas mudaram nosso paradigma sobre as capacidades dos neandertais”, diz a pesquisadora dinamarquesa Trine Kellberg Nielsen, professora da universidade de Aarhus e curadora de uma exposição sobre neandertais no museu de Moesgård, especializado em antropologia e pré-história, que estará até o final do ano (o museu está atualmente fechado pela covid-19). “Muitas das coisas que antes atribuíamos somente a nossa própria espécie, como uma cultura visual e um comportamento social, se estendem agora aos neandertais.”
As novas descobertas se acumulam quase a cada mês, até a cada semana. Somente nos últimos sete dias surgiu um estudo, baseado em sedimentos da caverna de Salt ―a Espanha é um dos campos mais férteis no estudo dessa espécie pela quantidade de jazidas―, sobre a presença de microrganismos benéficos na microbiota intestinal dos neandertais e na sexta-feira foi publicada outra pesquisa que pode permitir entender no futuro como seu cérebro evoluiu e influenciou em seu comportamento.
Mas, como disse o escritor britânico John Lanchester em um texto na London Review of Books sobre Kindred, o grande mistério permanece: “Não são uma versão fracassada de nós e a trajetória deles até nós não é teológica. E, entretanto… o fato é que nós estamos aqui e eles, não, e ainda que não exista um propósito na evolução, a questão de por que e como aconteceu isso continua sendo apaixonante”. A data é a única coisa que se sabe: há 40.000 anos, quando os sapiens começaram a avançar pela Europa, os neandertais desaparecem do registro fóssil.
Alguns pesquisadores afirmam que ainda permaneceram alguns milênios no sul da península ibérica, em duas cavernas em Gibraltar, mas são datações ainda polêmicas. Em seu livro, Bienvenido Martínez-Navarro aposta em uma explicação baseada principalmente na luta pelos recursos. “Competíamos pelos mesmos recursos no mesmo território” diz, sem descartar de modo nenhum a violência. Mas não é a hipótese mais difundida entre os especialistas. Arsuaga, por sua vez, acha que a chegada do Homo sapiens em circunstâncias extremas ―o começo de uma glaciação― foi determinante. “Em um momento crítico, a espécie que teve menos problemas é a que prevaleceu”.
Rebecca Wragg Sykes adianta em Kindreduma hipótese nova, baseada em estudos genéticos e químicos das ferramentas que as duas espécies utilizaram. “Sabemos pela genética que não havia muita diferença no número de indivíduos, mas também que os grupos de Homo sapiens estavam muito mais interconectados. Se consideramos que se encontravam em um momento em que as condições climáticas estavam se deteriorando rapidamente, quando se conta com uma rede de contatos é mais fácil se mover a outros lugares e pode ser que os neandertais não tivessem isso. Sabemos pela arqueologia que não havia grandes diferenças entre o que comiam e sabemos que os Homo sapiens desse período já tinham armas para caçar à distância, lanças, flechas, sistemas para lançar dardos, e os neandertais não”. Seu final foi uma mistura de desvantagens tecnológicas, mudança climática e sociabilidade. Mas, uma vez que os humanos não africanos têm entre 1% e 4% de genes neandertais, nunca houve na história tanto material genético da espécie extinta circulando pelo planeta. Wragg Sykes afirma: “Eles nos demonstram que na Terra existiu mais de uma forma de ser humano”.
Informações El Pais Brasil
Era 28 de agosto de 1789 e na Assembleia Constituinte da França era colocada a pergunta mais revolucionária da época: quanto poder deve ter o rei?
A isso se resumia o dilema fundamental que a Revolução Francesa enfrentou: dar continuidade à monarquia decadente ou acabar com ela.
Poucos poderiam então prever que a questão levaria ao fim, alguns anos depois, dos onipotentes reis da França. E que Luís 16 e sua esposa Maria Antonieta terminariam seus dias executados na guilhotina, diante do desafiador povo parisiense que aplaudia com gritos de “Viva a República!”
A cena, antes dessa pergunta central, era simplesmente impensável.
Mas os franceses se envolveram em sua Revolução, processo que pôs fim ao poder absoluto da monarquia e da Igreja, questionado pela burguesia que emergia como uma nova força política.
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E assim começou uma transformação social e econômica que teve um profundo impacto na ordem política e cuja influência continua até hoje, não só na França, mas no mundo.
Daquele período turbulento surgiram, além de conceitos como “direitos humanos” e “nação”, os nomes das duas principais tendências políticas que dominaram o mundo desde então: a esquerda e a direita.
E a origem tem a ver com cadeiras.
Para explicar a origem do uso dessas palavras, é preciso voltar à sala da Assembleia Constituinte, em agosto de 1789, quando se votava o poder que deveria ter Luís 16.
A história que se conta é que o debate desencadeado na assembleia, composta tanto por adeptos da Coroa como por revolucionários interessados em derrubá-la, foi tão acalorado e apaixonado que os adversários acabaram estrategicamente localizados na sala segundo as suas afinidades.
Nas cadeiras localizadas à direita do presidente do grupo, sentaram os integrantes da ala mais conservadora. Eles eram os leais à Coroa, que queriam conter a revolução e defendiam que o rei conservasse o poder e o direito ao veto absoluto sobre todas as leis.
Eles eram a favor da instalação de uma monarquia constitucional na França, algo semelhante ao exemplo inglês. Ou seja, um rei poderoso com um Parlamento que dependia muito de sua figura.
Do outro lado, nas cadeiras da esquerda, começaram a se reunir revolucionários que tinham uma visão oposta ao que se sentavam à direita. Eles eram os mais progressistas na sala, os que clamavam por uma mudança radical de ordem.
Para eles, o rei só deveria ter direito a um veto suspensivo. Ou seja, se ele não concordasse com um projeto de lei, ele poderia suspender o processo por um certo tempo, mas não poderia interrompê-lo ou cancelá-lo definitivamente. Significava o fim do poder absoluto do monarca.
De acordo com os registros do Senado francês, a votação daquele dia foi vencida pelos membros da esquerda, com 673 votos, ante 325 votos da direita. Isso acabaria marcando o curso da Revolução Francesa.
Com o resultado, a monarquia começou a se enterrar na França. E, a partir daquele dia, os membros da assembleia continuaram a se localizar na sala por afinidades.
E a dicotomia não demorou muito para se infiltrar na linguagem política, o que acabou sendo muito prático para os editores das primeiras atas da Assembleia e dos primeiros jornais revolucionários.
Para Pierre Brechon, cientista político francês e professor emérito de ciência política na Universidade Sciences Po, um dos motivos pelos quais os termos permaneceram no jargão político tem a ver com sua simplicidade.
“O pensamento tem esse aspecto dicotômico e para entender, pelo menos num primeiro momento, precisamos de coisas simples. Poderíamos ter encontrado outros termos que poderiam ter se espalhado pelo mundo, mas o importante é que era preciso um vocabulário simples (…). E nas discussões políticas, direita e esquerda são simples referências “, diz à BBC Mundo.
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Para falar de política, precisamos de uma linguagem simples, diz o cientista político Pierre Brechon
Brechon aponta que essa dicotomia política na França não ficou só na discussão sobre os poderes que o rei deveria ter, mas evoluiu marcando alguns dos principais capítulos da história do país.
Após o colapso da monarquia, no século 19 o debate centrou-se em que tipo de república deveria ser estabelecida: se mais conservadora, com Estado vinculado à Igreja, como a direita preferia, ou se república laica, como a esquerda defendia.
No século 20, a divisão se manifestou economicamente, com a direita a favor do mercado liberal e esquerda pedindo um Estado regulado.
Durante boa parte do século 19, os termos esquerda e direita eram usados apenas por políticos.
Na verdade, demorou muitos anos para que essas noções deixassem a Assembleia Nacional Francesa e chegassem ao povo. Para que isso acontecesse, era preciso educação.
E aqui vale lembrar que, na Europa, países como a Alemanha e a França (esta última em plena revolução) foram os pioneiros na implantação de sistemas públicos de ensino no início do século 19. E, de acordo com o cientista político Brechon, uma coisa levou à outra.
A popularização dos termos esquerda e direita “estava ligada à progressiva politização dos indivíduos e à elevação do nível educacional das sociedades desenvolvidas”, explica ele à BBC Mundo.
Mas, embora os termos tenham nascido na França, a verdade é que eles se espalharam pelo mundo ocidental. Mas além dos nomes das tendências, foi expandida essa noção da política como oposição de forças, de preto e branco, em vez daquele espectro diverso que realmente é.
Embora o par de opostos mais universal seja o esquerda versus direita, sob a mesma lógica também existem progressistas versus reacionários, conservadores versus liberais ou democratas versus republicanos.
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A maioria dos franceses está politicamente no centro
Mais de dois séculos após a ascensão da esquerda e da direita, o espectro político é composto por uma série de tons de cinza em que, como geralmente fica claro nas pesquisas, a maioria das pessoas se encaixam.
Em uma de suas últimas pesquisas sobre identidade política, que Brechon conduziu durante as eleições presidenciais de 2017 na França (um país com mais de 80 partidos e movimentos políticos), os pesquisadores pediram aos participantes que se classificassem politicamente em uma escala de 0 a 10, com 0 representando a extrema esquerda e 10 representando a extrema direita. O resultado encontrado foi que “a média dos franceses se situa na posição 5”, ele diz, com menos pessoas nos extremos.
Isso, no entanto, não se aplica a todos os países. O espectro político varia de acordo com o país, sua história e seu contexto.
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Estados Unidos vivem um cenário de polarização política
Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos, país com tradição de dois partidos fortes que se alternaram no poder durante grande parte de sua história — o Democrata, que se identifica com uma tendência liberal, e o Republicano, mais conservador e à direita —, acabou de viver uma das eleições mais polarizadas da sua história.
Lilliana Mason, professora de governo e política da Universidade de Maryland e autora do livro Uncivil Agreement: How Politics Became Our Identity (Acordo ´incivil´: Como a política se tornou nossa identidade, em tradução livre), diz que nos EUA, o país em que vive e ensina, a política está sendo vivida como uma espécie de evento esportivo.
Segundo Mason, em seu país, a ideologia foi deixada de lado para dar lugar a outra categoria, a de vencedores e perdedores, o que marcou o ritmo dos discursos da última campanha eleitoral.
Para Mason, agora a política é dividida entre vencedores e perdedores
“Não se tratou de política, era sobre ‘seremos os vencedores ou vamos ser os perdedores’. O eleitorado está muito mais animado com qual time está ganhando, como se estivessem assistindo a um jogo.”
Para a especialista, essa polarização, embora agora mais evidente, está se formando há quatro décadas. O que existe é “basicamente um Partido Republicano que representa amplamente os interesses de grupos tradicionais de alto status, homens brancos, cristãos e, do outro lado, o Partido Democrata, que representa tudo o mais. E a principal discussão entre eles é sobre se a hierarquia social ainda existe e se deve ser sacudida.”
Assim, mais de 230 anos depois, a polarização acaba lembrando aquele cenário dicotômico, de polos opostos, como aquele em que estourou a Revolução Francesa. Questionamento que, ao colocar em discussão o poder absoluto de Luís 16, discutiu também a hierarquia social da época, dividindo a sala entre os que decidiram sentar-se à esquerda e os que se decidiram pelas cadeiras da direita.
Informações BBC News Brasil
Segredos vão desde curiosidades até serviços de utilidade pública
Com os termos de privacidade em alta e as notícias recentes sobre acesso a dados, não é mais uma novidade que o Google conheça alguns segredos dos usuários. Mas você conhece os segredos do Google? O site de busca tem uma série de funções, referências e brincadeiras ocultas que poucas pessoas conhecem.
Veja nessa lista os 10 segredos mais legais do Google.
Google Maps no espaço
O Google Street View já é utilizado por muitas pessoas para acessar pontos turísticos e até museus de qualquer lugar da Terra. E fora dela. Pouca gente sabe, mas o Google Maps permite a exploração dos planetas do sistema solar e outros astros.
Para isso, é necessário, primeiro, ativar a visualização do globo e mudar a forma de exibição do mapa para a opção “satélite”, como no vídeo abaixo.
Fidget Spinner
O brinquedo que se popularizou há alguns anos nas cidades brasileiras, agora também pode ser acessado a qualquer momento no Google. Basta pesquisar pelo termo “fidget spinner” para que apareça, no topo da página, um deles rodando.
A velocidade pode ser aumentada, e o brinquedo pode ser substituído por uma roleta com números de 2 a 20. Uma ótima opção para sorteios rápidos.
Cara ou coroa
Opção perfeita para os indecisos. Se o usuário pesquisar o termo “cara ou coroa” no Google, automaticamente uma moeda será lançada e irá parar, aleatoriamente, com uma das faces para cima. Parece que o dinheiro físico tem, de fato, cada vez menos utilidades exclusivas.
Askew
Se você pesquisar o termo “askew”, ou seja, torto em inglês, toda a página com os resultados da pesquisa fica torta. A brincadeira, pelo menos, ilustra bem o significado da palavra.
Do a Barrel Roll
Este é um dos segredos mais antigos e conhecidos do Google, mas nunca foi removido pela plataforma, justamente por ser um dos mais inusitados. O usuário que pesquisar no Google o termo “do a barrel roll” (faça um barril rolar), será surpreendido com a tela inteira dando um giro de 360º bem na sua frente.
Nível de bolha
Quem nunca precisou saber se algo estava nivelado e não tinha a ferramenta adequada por perto? Quem utilizar o celular para pesquisar “nível de bolha” no Google terá, imediatamente, um nível à sua disposição para usar onde quiser.
Friends
Ao pesquisar pela série Friends, seguida do nome de um dos protagonistas Monica, Phoebe, Rachel, Chandler, Joey ou Ross, abaixo das fotos do personagem, aparecerá um objeto relacionado ao mesmo.
O exemplo abaixo mostra a pesquisa por “Friends Phoebe”, que mostra um violão embaixo das fotos. Ao ser clicado, a música Smelly Cat, na voz de Phoebe, é tocada, e um gato passeia pela tela, fazendo referência direta às cenas icônicas da personagem.
Dr. Who no Google Maps
O Google fez outra homenagem aos amantes de séries, dessa vez no Maps. Ao encontrar uma cabine azul, como as presentes na série Dr. Who, o usuário pode clicar em avançar na direção dela e ter uma visão panorâmica da máquina do tempo TARDIS, exibida na série.
Super Mario Bros
Assim como no caso da série Friends, o segredo dessa pesquisa também não é tão explícito. Ao pesquisar “Super Mario Bros” no Google e clicar no tijolo ao lado do nome do game, é possível coletar moedas como o clássico encanador, com direito a efeito sonoro.
Exercício de Respiração
Bateu aquela ansiedade ou nervosismo e você precisa se acalmar? Ao pesquisar “exercício de respiração” no Google, imediatamente será exibida uma bola crescente e decrescente, representando os movimentos de inspiração e expiração. A animação se repete quantas vezes forem necessárias.
Informações Pleno News
Eles começaram ao nascer do dia. O homem mais forte da guarda do rei — com os músculos tensionados, roçando nas cordas ásperas — arrastou o pesado navio de madeira até a margem do rio.
Com o sol nascente dissipando lentamente a névoa fria da manhã, eles ergueram o barco pela planície até o pé da colina.
A multidão na encosta observava em silêncio enquanto eles se aproximavam do topo, e seguiam dali para o cemitério reservado para os descendentes reais do deus nórdico Odin.
Quando o navio foi introduzido na vala preparada para esse fim, eles depositaram os objetos que também seriam enterrados na câmara mortuária.
Logo, um monte de terra se ergueu acima dele. E lá permaneceu o navio, ancorado nas terras de East Anglia — até que, 13 séculos depois, na véspera da Segunda Guerra Mundial, um homem chamado Basil Brown o encontrou.
A incrível descoberta chamada de “Tutancâmon britânico”, é tema do filme A Escavação, o novo longa da Netflix que é uma adaptação do romance homônimo de John Preston.
Seus protagonistas, Ralph Fiennes e Carey Mulligan, interpretam respectivamente o arqueólogo autodidata Brown e Edith Pretty, viúva que o contratou para escavar a misteriosa topografia de sua propriedade em Sutton Hoo, com vista para o rio Deben, em Suffolk, no Reino Unido.
Pretty, interessada no espiritismo, teve um pressentimento em relação àqueles montes de terra. Ela acreditava que eram de origem Viking.
Certa vez, um hóspede viu uma figura fantasmagórica entre eles e havia antigas lendas locais sobre tesouros enterrados.
Brown era um nativo de Suffolk que abandonou a escola aos 12 anos. Ele havia sido trabalhador agrícola e corretor de seguros, mas também aprendera vários idiomas, astronomia e arqueologia por conta própria.
Isso o levou a ser contratado como arqueólogo pelo Museu de Ipswich, que por sua vez recomendou que Pretty o contratasse.
Ele começou a escavação dos montes de terra menores em junho de 1938 e encontrou evidências de que haviam sido atacados por ladrões de túmulos. Mas também achou um disco de bronze que sugeria que podiam ser anteriores à Era Viking.
Quando começou a escavar o monte maior, no verão de 1939, quando começava a se formar a tempestade da guerra, ele encontrou fragmentos de ferro que identificou como rebites de um barco.
E foi então que ele descobriu uma embarcação impressionante de 27,4 metros, grande o suficiente para acomodar até 20 remadores de cada lado.
A madeira havia se dissolvido no solo junto com os restos mortais, mas estava claro: era um navio fantasma com mais de mil anos.
Outros túmulos de embarcações foram descobertos, mas nenhuma deste tamanho.
Antes desta, a maior havia sido um barco Viking de 23,8 metros, encontrado na Noruega em 1880.
Devido a descobertas anteriores em outros lugares, Brown sabia que poderia haver artefatos homenageando os mortos, e em 14 de junho ele encontrou o que acreditava ser a câmara mortuária: uma estrutura de madeira semelhante a uma cabana, agora desintegrada, que havia sido construída no centro do navio.
Mas os responsáveis pelo British Museum e pela Universidade de Cambridge, ambos no Reino Unido, já haviam se inteirado de sua grande descoberta e, poucos dias depois, se intrometeram.
Antes que pudesse explorar mais, Brown foi colocado de lado e relegado a tarefas básicas.
Os profissionais não podiam permitir que um homem local, um mero amador, se dedicasse a essa tarefa. Por que haveriam de deixar? O sujeito nem tinha diploma!
Eles levaram então uma equipe de arqueólogos e foi um deles, Peggy Piggott, que, em 21 de julho, apenas dois dias após sua chegada, encontrou a primeira peça de ouro.
Logo depois, encontrou outra. E, em pouco tempo, eles haviam descoberto um carregamento reluzente de mais de 250 objetos para os quais o termo “tesouro escondido” não seria suficiente para descrever.
Havia vasos para banquetes e chifres para beber. Joias elaboradas. Uma lira e um cetro, uma espada, pedras da Ásia, talheres de Bizâncio e moedas da França (que ajudaram a datar o tesouro).
Havia uma fivela de ouro gravada com serpentes e bestas entrelaçadas, uma peça tão extraordinária que o curador de antiguidades medievais do British Museum quase desmaiou ao vê-la.
Havia broches e cinturões de joias, um capacete maravilhoso ornamentado e uma máscara completa — o rosto assustador de algum herói antigo que parece espiar através dos séculos.
A descoberta de Brown literalmente reescreveu os livros de história.
A embarcação e seu conteúdo pertenciam à Idade Média, e a descoberta lançou luz sobre os quatro séculos entre a partida dos romanos e a chegada dos vikings, período sobre o qual se sabia muito pouco.
Os anglo-saxões que governaram os diferentes reinos da Inglaterra durante esse tempo foram considerados um povo rude e atrasado — quase primitivo —, mas havia objetos de grande beleza e acabamento primoroso.
Se tratava de uma sociedade que valorizava a perícia, o artesanato e a arte; e que negociava com a Europa e além.
E essas relíquias de uma civilização sofisticada e perdida apareceram justamente quando a nossa foi ameaçada de ser destruída pelos nazistas.
O líder dos arqueólogos fez um discurso aos visitantes do local e teve que gritar para ser ouvido em meio ao barulho de um Spitfire [avião de guerra].
Quando o escritor e jornalista John Preston descobriu que Piggott, sua tia, havia participado da escavação, ele pesquisou a história e logo percebeu que se tratava de um verdadeiro tesouro para um romancista. The Dig (“A escavação”, em tradução literal) foi publicado com grande sucesso em 2007.
O escritor Robert Harris classificou a obra como um “verdadeiro tesouro literário”, enquanto o autor Ian McEwan definiu o livro como “muito bom, absorvente, primorosamente original”.
A produtora Ellie Wood diz que quis fazer uma versão cinematográfica assim que leu o manuscrito do romance em 2006, antes mesmo de ele ser publicado.
“Era incrivelmente cinematográfico”, afirmou Wood à BBC Culture.
“À medida que o barco vai se revelando, o mesmo acontece com a vida interior das pessoas envolvidas, e isso que me pareceu tão poderoso e original. “
“Eu podia sentir as emoções profundas dos personagens, embora eles não fossem capazes de expressá-las. Todos esses sentimentos latentes eram mantidos sob controle devido à reserva britânica e à estrutura de classe social.”
Moira Buffini, cocriadora da série de TV Harlots, escreveu o roteiro.
“Ellie Wood me enviou o livro em 2011, eu li e imediatamente pensei: Tenho que escrever isso”, diz Buffini.
“Foi naquele instante. Você sabe que está diante de algo bom quando se sente assim em relação a um projeto. E isso não acontece com tanta frequência.”
“O livro me tocou profundamente. Eu me senti em carne viva quando terminei de ler. Acho que transmite a sensação de fragilidade de tudo, inclusive de nós mesmos.”
“Enquanto escrevia o roteiro, passei a pensar que o ato de abrir a terra — de cavar para desenterrar os mortos — abre de certa forma todos os que estão vivos.”
Ao longo dos anos, vários atores foram escalados para o filme, incluindo Cate Blanchett e, posteriormente, Nicole Kidman.
Ao que parece, Kidman precisou se retirar da produção devido a compromissos de trabalho, e Carey Mulligan a substituiu na última hora.
Wood diz que embora tenha demorado muito, sua determinação sempre foi a mesma.
“Acho que foi por causa da história de Basil Brown”, diz.
“Devido ao esnobismo intelectual e de classe, seu inestimável trabalho passou despercebido por muito tempo, e me parecia realmente importante que mais gente soubesse o que ele realizou.”
O nome de Brown não foi mencionado na exposição permanente dos tesouros de Sutton Hoo, no British Museum, em Londres, até relativamente pouco tempo atrás.
Mas embora sua contribuição crucial seja agora reconhecida, ainda há muitas questões que permanecem em aberto sobre o sepultamento do navio.
Era uma homenagem a quem? O principal candidato é Raedwald, um poderoso líder regional que morreu por volta de 624 e fazia parte de uma dinastia que afirmava ser descendente do deus nórdico Odin.
Ele foi o primeiro rei inglês a se converter ao cristianismo, embora ao mesmo tempo tivesse o cuidado de não aborrecer os deuses pagãos.
E qual era exatamente a natureza da embarcação? Era um navio de guerra?
Poderemos avaliar melhor quando o projeto de construção de uma réplica em tamanho real do barco se concretizar.
Isso vai nos dar uma ideia mais precisa, por exemplo, de como exatamente ele se comporta na água.
A companhia Sutton Hoo Ship pretende ter a embarcação construída e pronta para testes em três anos, e espera que o filme gere mais interesse em seu projeto.
O longa é discreto, mas poderosamente comovente, e apresenta atuações incríveis de Fiennes e Mulligan.
Durante uma entrevista coletiva recente sobre o filme, Fiennes explicou que leu o roteiro pela primeira vez em um voo e, quando terminou, “estava chorando”.
“Não sei muito bem por que, mas tem a ver com a integridade das pessoas que descobrem algo que de alguma forma representa sua nação.”
E as circunstâncias atuais fazem com que a representação de um mundo à beira do desastre ressoe de maneira que não era possível prever quando o projeto começou.
“Me pergunto se todos nós agora temos uma noção mais presente de nossa própria mortalidade, de nossa insignificância no grande esquema das coisas”, diz Buffini.
“Mas acho que há algo de muito esperançoso na ideia de que somos elos de uma cadeia humana ininterrupta.”
“Dei a Basil a seguinte fala: ‘Desde a primeira marca de mão na parede de uma caverna, somos parte de algo contínuo’.”
Informações Yahoo Brasil
Aimee Elizabeth é dona de uma fortuna de 5,3 milhões de dólares
Uma mulher de 50 anos diz que é a milionária mais pão-dura do mundo. Dona de uma fortuna de 5,3 milhões de dólares (cerca de R$ 28,6 milhões), Aimee Elizabeth se recusa a comprar produtos novos para sua casa e economiza até com comida, visto que chega ao ponto de se alimentar de ração de gato.
– Eu deixo o aquecedor de água desligado, ele precisa de 22 minutos para aquecer, então eu ligo ao acordar e coloco o timer para tomar banho em exatos 22 minutos, porque Deus me livre de desperdiçar um minuto com esse aquecedor – falou.
A americana apareceu no reality show Extreme Cheapskates, do canal TLC, sobre pessoas pão-duras.
Ao se recusar a comprar itens novos, por exemplo, Aimee disse que consegue economizar 200 mil dólares (R$ 1.070) por ano. Ela evitar comprar roupas novas e até esponjas de lavar louça.
– Uso a mesma esponja até ela cair aos pedaços e tenho apenas uma faca de cozinha.
Quando precisa viajar, ela prefere dirigir para não comprar passagem de avião.
– Vejo que as pessoas ficam irritadas quando eu chego a esses extremos. Mas não ligo. É economia de dinheiro. Se você não entende isso, não sei como explicar – afirmou.
Informações Pleno News