Além de ser o principal fornecedor global de carne de frango, o agronegócio do Brasil fatura milhões de dólares com exportações de genética de aves. No primeiro bimestre de 2023, a receita dos embarques do setor ficou em US$ 40 milhões, conforme a estimativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa). Assim, o crescimento é de 60% sobre igual intervalo do ano anterior.
As exportações de genética de aves consistem no envio de ovos fecundados e filhotes com um dia para outros países. De acordo com Luizinho Caron, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a condição sanitária é uma das chaves para o sucesso.
“Um dos mais importantes fatores do sucesso nacional é a nossa condição sanitária, de não termos sido afetados pela gripe aviária”, explicou Caron, em entrevista concedida a Oeste. “Em virtude dos focos em países europeus e na América do Norte, as empresas de genética estão investindo mais em plantéis no Brasil. Além disso, as empresas que produzem ovos férteis e as casas de genética no país estão crescendo.”
Segundo o pesquisador da Embrapa, por motivos sanitários, é mais seguro importar ovos e filhotes recém-nascidos. “O risco de transmitir doenças com essa carga é menor”, comentou. Caron também afirma que outra vantagem do Brasil é que o país está livre da doença de newcastle, causadora de mortes de aves e barreiras internacionais.
Ricardo Santin, presidente da Abpa, destaca a importância do crescimento das exportações de genética de aves do Brasil. A expansão reforça a posição do país “como fornecedor internacional para este segmento de alto valor agregado”, afirmou.
Com a alta do faturamento, também houve o crescimento da quantidade enviada. Os embarques do primeiro bimestre de 2022 somaram 2,4 mil toneladas. Para o mesmo intervalo em 2023, foram 4,6 mil toneladas — quase duas vezes mais.
Informações Revista Oeste