O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valoresbrasileira (B3), fechou hoje em queda de 0,85%, aos 102.855,70 pontos. Na semana, a baixa foi ainda maior: 4,34%.
A Bolsa caiu diante de cenário negativo nos mercados internacionais depois de sinalizações duras de bancos centrais pelo mundo nesta semana, em especial o Federal Reserve e o BCE (Banco Central Europeu), enquanto localmente mantinham-se as indefinições de pautas como a PEC da Transição e a Lei das Estatais no Congresso.
O dólar comercial encerrou hoje cotado a R$ 5,294, em queda de 0,41%. Durante a semana, a moeda estrangeira teve crescimento de 0,92%. O mercado repercutiu o adiamento da votação da PEC, inicialmente prevista para a quinta-feira, mas remarcada para a próxima terça-feira (20).
“A resistência que a pauta enfrenta na Câmara aumenta as chances de desidratação do projeto, já que o futuro governo pretende aprová-la ainda este ano e o Congresso entra em recesso na semana que vem”, avaliou a Levante Investimentos em nota.
A PEC da Transição, da forma como saiu do Senado, permite a expansão do teto de gastos em R$ 145 bilhões para pagamento do Bolsa Família e o desbloqueio de dotações provisionadas que seriam canceladas até o fim de 2022.
A possibilidade de as alterações na Lei das Estatais que viabilizariam a indicação do petista Aloizio Mercadante à presidência do BNDES serem votadas apenas no ano que vem também oferecia algum alívio ao sentimento de investidores, disse à Reuters Gustavo Sung, analista-chefe da Suno Research.
O analista disse ainda que falas recentes do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o Brasil não está em um momento em que uma expansão fiscal ajudaria a economia, colaboraram para a descompressão de riscos fiscais nos últimos dias.
No entanto, ao contrário de alguns participantes do mercado, Sung enxerga os entraves para a aprovação da PEC da Transição como fonte de incerteza, e não de alívio.
“Se a gente já tivesse definido (os termos finais da PEC), talvez a maior certeza poderia fazer o mercado se ajustar, em vez de ter picos de volatilidade”, disse o especialista.
Já no exterior, o dólar tinha pouca alteração contra uma cesta de pares fortes, conforme investidores tentavam avaliar os efeitos dos ciclos de aperto monetário dos principais bancos centrais do mundo.
Informações UOL
Como fica o sonho da instabilidade???