O diagnóstico foi realizado durante o evento anual que o Banco Mundial e o FMI estão realizando na cidade de Marrakech, no Marrocos
Representantes do Banco Mundial afirmaram nesta quarta-feira, 11, que o alto endividamento público do Brasil tem um impacto negativo sobre o crescimento de sua economia.
A avaliação ocorreu durante uma entrevista coletiva em Marrakech, no Marrocos, onde o Banco Mundial realiza sua reunião anual com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Contudo, o economista-chefe da instituição, Indermit Gill, disse que o Brasil não faz parte do grupo de países pressionados pelo aumento da dívida pública sobre o Orçamento.
A pressão que ocorre nesses países é efeito do aperto monetário promovido pelos Bancos Centrais para enfrentar a inflação global. Nesses ciclos, os Bancos Centrais elevam as taxas de juros.
Uma alta dívida pública reduz o efeito de investimento privado na economia e desacelera o crescimento.
Segundo Gill, o Brasil está sob o efeito do chamado “crowding out”. O termo econômico define o cenário em que o efeito da elevação dos gastos públicos para estimular a economia é anulado pela redução dos investimentos privados.
“Se olharmos para o Brasil, por exemplo, e para alguns desses outros países, eles não estão pressionados pela dívida, mas, devido a esse efeito de “crowding out” da dívida pública sobre o investimento privado, o crescimento do Brasil tem desacelerado constantemente”, disse o economista-chefe.
Na avaliação do presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, a adoção de uma postura cautelosa em termos de estabilidade macroeconômica é o melhor caminho para minimizar os impactos do “crowding out”.
O Banco Mundial salienta que o fenômeno acontece não somente no Brasil, mas, sim, em escala global. “Estamos vendo isso no mundo todo”, afirmou Gill.
Informações Revista Oeste