Imagem: Forças de Defesa de Isra
As mortes de inocentes devem ser lamentadas e condenadas, sejam de israelenses ou de palestinos. As guerras são sempre tristes, porque vidas humanas são perdidas e famílias destroçadas. Compreender a realidade é o único caminho para a solução do conflito. Para isso, a informação desempenha um papel fundamental.
Até quinta-feira, as operações provocadas pelos mais recentes atos terroristas do Hamas haviam resultado na morte de 51 soldados israelenses. Além deles, mil e quatrocentos inocentes foram assassinados e outros duzentos sequestrados. Seus nomes e fotos continuam sendo publicados pelos jornais israelenses e mundo afora.
Do outro lado, em nenhum momento o Hamas divulga quantos de seus combatentes foram mortos nos confrontos. Se comporta como se eles não existissem. De fato, o que ocorre na Faixa de Gaza é uma guerra entre um exército e um grupo terrorista fortemente armado, que usa sua população como escudo e que se orgulha de ter disparado contra alvos civis em Israel, em um único dia, mais de 5 mil mísseis. Nessa guerra, o Hamas não é vítima. É agressor. O Hamas não representa as legítimas aspirações do povo palestino. Financiado pelo Irã e por outras ditaduras, o grupo terrorista despejou milhões de dólares em armas sofisticadas, com o objetivo de destruir a única democracia do Oriente Médio. Um cálculo simples permite afirmar que, se essa fortuna tivesse sido investida em educação, saúde e infraestrutura, os problemas humanitários da Faixa de Gaza já estariam resolvidos há décadas. Mas a paz não interessa ao Hamas, que usa a mentira para enganar e para camuflar seus objetivos antidemocráticos.
A desinformação, definitivamente, passou a ser uma arma poderosa. Pode ser definida como “a utilização das técnicas de comunicação para induzir a erro ou dar uma falsa imagem da realidade, mediante a supressão ou ocultação de informações, minimização da sua importância ou modificação do seu sentido”. Nisso, o Hamas, que se esconde sobre o falso manto da resistência e da vitimização, é extremamente eficiente.
Não apenas nesse caso, mas em outros tantos usos indevidos de dados e de palavras. Uma delas é ?genocídio?. Basta olhar para os números do crescimento da população palestina nas últimas décadas para compreender que não existe nada sequer parecido com um extermínio em massa naquela região. Insisto: não se trata aqui de minimizar, justificar ou relativizar as mortes de inocentes. Ao contrário. Por respeito à memória dos que se foram, a dor alheia não pode ser pretexto para mentir. O uso inadequado da palavra genocídio nada mais é do que uma tentativa de comparar o extermínio de seis milhões de judeus pelos nazistas com as tristes consequências de um conflito armado que não foi iniciado por Israel.
Hoje, o campo de batalha ultrapassou as fronteiras do Oriente Médio. As redes sociais criaram um espaço no qual qualquer pessoa pode, além de opinar sobre a guerra, participar dela. Enquanto isso, a desinformação segue fazendo vítimas. Dar o mesmo peso de credibilidade para as informações vindas de um país democrático e para as mentiras de um grupo terrorista pode ser qualquer coisa, menos equilíbrio e isenção. As maiores democracias do mundo já se deram conta da ameaça representada pelo Hamas e por seus aliados. Enquanto isso, no Brasil, o oportunismo político tenta equiparar o terrorismo à reação de uma democracia, que luta pelo seu direito a existir. Me inspiro em um pensamento do escritor e teólogo norte-americano James Freeman Clarke para afirmar: quem comete esse erro, com certeza, está mais preocupado com a próxima eleição do que com a próxima geração.
*Claudio Lottenberg é Presidente da Confederação Israelita do Brasil
Informações UOL