A inflação anual na Argentina supera os 110%. Com o real valorizado frente ao peso, a procura de brasileiros pelo país vizinho aumentou nos últimos meses. Veja quanto custa viajar atualmente para Buenos Aires.
Uma viagem de quatro dias para duas pessoas sai entre R$ 6.000 e R$ 8.000. A cotação foi feita em três agências de turismo e inclui passagens de São Paulo a Buenos Aires e hospedagem em hotel 3 estrelas no feriado de 12 a 15 de outubro ou de 2 a 5 de novembro. A procura por pacotes no país vizinho aumentou em 30% entre maio e julho deste ano comparado ao mesmo período do ano passado, dizem agências de viagens ouvidas pelo UOL.
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Viajar no feriado cerca de 40% mais caro. Você vai pagar R$ 2.000 a mais para viajar entre 12 e 15 de outubro, comparado ao fim de semana seguinte. “Isso acontece porque se trata de um multiferiado com Dia do Professor, Dia da Criança, Dia de Nossa Senhora Aparecida e ainda a reta final da semana do saco cheio, que é de recesso escolar no Brasil, então os preços de passagens aéreas estão altíssimos”, explica Diana Carvalho, especialista em turismo e CEO da Mundo4e.
Dá para gastar pouco e comer super bem. No La Cabrera, uma das parrillas mais famosas de Buenos Aires, um almoço completo — incluindo vinho e sobremesa — sai por cerca de R$ 75. “Um almoço completo para quatro pessoas, incluindo dois bifes de chorizo, dois assados de tira (costela), salada, tortilla (pães), os diversos acompanhamentos, duas garrafas de vinho, água e a sobremesa para compartilhar, sai por U$S 60, aproximadamente R$ 300”, diz Adriana Molha, fundadora da agência Brasileiros na Argentina.
Turista vai gastar cerca de R$ 100 por pessoa ao dia para comer e se locomover. A estimativa é da agência Brasileiros na Argentina. Os gastos, porém, podem variar de acordo com o perfil de turistas e a programação do dia.
Passagem aérea internacional é o que mais pesa no bolso. Um pacote turístico para Salvador para duas pessoas no mesmo feriado de outubro, por exemplo, custa R$ 3.360, de acordo com a CVC. Na mesma agência, a viagem para Buenos Aires no mesmo padrão de voo e hospedagem sai por R$ 7.700.
Hospedagem em Buenos Aires custa o mesmo que em São Paulo. O gasto médio para hospedagem nas mesmas datas em Airbnb são semelhantes em São Paulo e em Buenos Aires: no mínimo R$ 500 para duas pessoas para três dias em bairros centrais, como Pinheiros (em São Paulo) e Recoleta (em Buenos Aires). Em média, o preço de uma boa refeição por pessoa também tem custo semelhante nas duas cidades, de R$ 50 por pessoa.
Fique atento ao custo dos serviços, que mudam a todo momento. A inflação na Argentina está entre 6% a 7% ao mês (maior que a taxa anual da inflaão brasileira). Por isso, não é possível fazer cotações muito antecipadas. As agências de turismo trabalham com tarifas mês a mês, fazendo cálculos considerando a inflação — foi desta forma que conseguiram estimar os valores das viagens para o UOL.Continua após a publicidade
Para muitas pessoas, Buenos Aires é um destino bate-volta, onde elas vão para aproveitar uns dias para passear pelas lojas e curtir a gastronomia local. É também o destino que as pessoas escolhem para sair do país pela primeira vez. E agora, com o real valorizado em relação ao peso argentino, é possível sentar em um restaurante e saborear uma maravilhosa parrillada (carne assada) com um excelente vinho gastando menos
Adriana Molha, fundadora da Brasileiros na Argentina
Dólar dita o consumo na Argentina. O país abriga várias taxas de câmbio, oficiais e ilegais, cada uma com sua própria finalidade. Com as incertezas associadas às eleições presidenciais de outubro, o câmbio paralelo disparou no país. A procura do dólar oficial, também chamado de dólar poupança, fez o câmbio disparar ainda mais. Assim, surgiu o chamado “dólar blue”. Esse dólar segue um câmbio paralelo na Argentina, a um valor inferior ao oficial, e dita os preços de consumo do país.
O melhor é levar dinheiro em real ou dólar para trocar em território argentino. Os turistas normalmente trocam o dinheiro por pesos, considerando o câmbio paralelo.
Fique atento ao dólar Blue, o câmbio paralelo, muito usado no comércio. A cotação é anunciada nos jornais e noticiários, junto ao dólar oficial. O dólar blue é listado também em plataformas de conversão de moedas. Apesar de ser mais vantajoso, é preciso ficar alerta para o risco de notas falsas em circulação.
Caso precise usar o cartão, a cotação é pelo dólar tarjeta e há taxas. Ele é também chamado de dólar MEP. A cotação que fica próxima à cotação do dólar blue, mas que é aplicado apenas quando se utiliza cartão de crédito ou débito. No cartão, existe a cobrança de IOF de 5,38%. Esse valor cai para 1,1% quando utiliza-se cartão de débito de contas digitais internacionais. Além disso, no cartão há a taxa de spread (taxa de juro que é aplicada pelos bancos nos contratos de crédito e que pode ser entendido como a margem de lucro do banco), que no caso da Argentina, é um spread duplo: de peso para dólar e de dólar para real, o que acaba aumentando o valor.Continua após a publicidade
Há tensão em meio a onda de saques, mas área turística não está sendo afetada.Segundo agências internacionais, pelo menos 200 pessoas já foram presas. Além dos ataques violentos contra o comércio, o país enfrenta uma inflação descontrolada, que passa de 110% nos últimos 12 meses, um aumento da pobreza e está em clima de campanha, com eleições presidenciais marcadas para 22 de outubro.
Táxis, ubers e meios de transporte estão funcionando normalmente e os saques têm acontecido mais nas periferias. “Os saques não estão acontecendo nos bairros turísticos, apenas nos bairros mais afastados. Os turistas não estão percebendo esses movimentos porque os saques não chegam até a região mais central”, afirma Adriana Molha, da Brasileiros na Argentina.
CVC Turismo
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Brasileiros na Argentina
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Informações UOL