A sexta-feira (6/12) se inicia com esperança renovada para a retificação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE), após mais de 20 anos de negociação. Presidentes, incluindo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reúnem-se nesta manhã no Uruguai para uma cúpula de líderes do bloco latino-americano.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chegou ao Uruguai e disse que o documento está “à vista”, enquanto o presidente da França, Emmanuel Macron, chamou o atual texto de “inaceitável” e falou pela “soberania agrícola”.
A França faz a maior oposição ao acordo, porque passa por um momento político delicado e decide se vai ceder à pressão do agronegócio de se fechar ao Mercosul, com o tema reaquecido após falas do diretor do Carrefour e de um deputado do país contra a importação de carne de nações latino-americanas.
Outro obstáculo é o presidente da Argentina, Javier Milei, que durante a campanha ameaçou romper com o bloco e assumirá a presidência do Mercosul no próximo ano.
No entanto, o Brasil e demais países aliados ao tema, como Alemanha e Espanha, mantêm o otimismo. Lula reiterou que os franceses “não apitam mais nada”. “A Ursula von der Leyen tem procuração para fazer o acordo, e eu pretendo assinar esse acordo neste ano ainda. Tirar isso da minha pauta”, completou.
O Itamaraty compartilha do otimismo e destaca também a importância política do texto. “Já disse também que isso tem um significado além do comercial, porque tem uma importância política também muito considerável, neste momento de conflitos, antagonismos recorrentes, protecionismo, ameaças unilaterais e assim por diante”, comentou o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Mauricio Lyrio.
O Mercosul teve origem em 1991, formado originalmente por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A Venezuela tinha sido incorporada, mas foi suspensa, e a Bolívia está em processo de adesão.
O bloco coopera de forma econômica e também viabiliza os “benefícios práticos”, como trânsito livre de cidadãos e alinhamento de normas para comércio.
Informações Metrópoles