Nos Estados Unidos, o ex-presidente poderia exercer sua livre opinião, porque, em um país democrático, ele teria garantias legais
Querem Bolsonaro preso. A grande mídia, parte do Judiciário, parte do sistema político corrupto, a esquerda inteira lotada em todas as instituições. Para isso, vão usar de qualquer artifício, de qualquer argumento, de qualquer desculpa. Pode ser o depoimento ostensivamente mentiroso do hacker, pode ser uma joia recebida de presente que vão dizer que foi contrabandeada, pode ser qualquer acusação requentada do passado de alguma omissão inventada sobre a pandemia. Querem Bolsonaro preso e provavelmente, mais cedo ou mais tarde, terão Bolsonaro preso. O ex presidente não se deu ou aparentemente não quer se dar conta de que todas as instituições estão tomadas por gente que o odeia e que confirmam aquilo que se chama ditadura, onde o império das leis é manipulado para que a lei seja um instrumento subjetivo do juiz que a usa para condenar seu adversário político. Este estado autoritário é corroborado por toda a grande mídia e pela omissão e covardia de todos que deveriam dizer ou fazer alguma coisa e não dizem e não fazem nada.
Bolsonaro deveria sair do país e dizer que há uma ditadura no Brasil. Simples assim. Em um país realmente democrático, como os Estados Unidos, nada lhe aconteceria, porque em um país realmente democrático, ele teria as garantias legais de exercer sua livre opinião. Vejam o caso de Allan dos Santos, por exemplo. Foragido da Justiça no Brasil, por haver cometido crime de opinião, ninguém lá lhe coloca a mão, porque a liberdade de expressão é ampla numa democracia real. Não há, num país realmente democrático, tipificações criminais como discurso de ódio ou fake news, uma vez que críticas contundentes ou opiniões mesmo enganosas são vistas como livre expressão não só permitida como incensada pelo princípio democrático, que prevê o livre e por vezes exacerbado conflito de ideias como base da democracia. No Brasil, não há mais isso. No Brasil, se você contesta a Justiça Eleitoral, por exemplo, pode estar sujeito à censura ou mesmo à prisão. Se Bolsonaro sai do país e se declara perseguido político e expõe de maneira clara o que acontece de autoritário no Judiciário do Brasil, os olhos do mundo vão se voltar para ele. Mas, até agora, por negação ou influência indevida, o ex-presidente se nega a enxergar o óbvio. Valdemar da Costa Neto parece ter colonizado a cabeça de Bolsonaro, fazendo-o crer que há uma simples disputa política no ambiente. Querendo usar o ex presidente como cabo eleitoral para ampliar a base partidária, Costa Neto parece ter convencido Bolsonaro a negar para si mesmo, e para todos, o óbvio: há uma ditadura no Brasil e ela precisa ser ceifada em sua raiz. E, se o maior líder político da direita da nação nega a realidade e inibe o discurso enfático a favor da liberdade e da democracia, qual a chance de pessoas perceberem esse óbvio?
Bolsonaro preso seria uma aposta perigosa. O povo está acuado, com medo de ir às ruas. Não há garantias da martirização do presidente. De dentro da cadeia, a grande mídia se encarregaria de destruir sua imagem, sem que houvesse um pio do ex-presidente. O povo está com medo, com certa razão. Pessoas são presas, censuradas e perseguidas diariamente pelo crime de pensar fora do pensamento permitido pelo Judiciário. Alexandre de Moraes já explicou a razão invertida e subvertida de tamanho arbítrio: segundo o ministro, o que ele chama de extrema direita tomou as redes sociais para lançar ataques às instituições, à mídia e à própria democracia no Brasil e no mundo. O que o ministro não parece entender é que as redes fomentaram o espaço para o cidadão livre se expressar. No caso do Brasil, uma maioria conservadora e não extremista começou a livremente criticar não só o que lhe parece ser injusto no Judiciário brasileiro como o que lhe parecia ser inverossímil ou manipulado na grande mídia. Nada mais democrático que contestar, duvidar e criticar em solo democrático. Mas o iluministro, em nome de sua versão peculiar da realidade, com apoio ostensivo dos demais juízes do Supremo, tem censurado, prendido, arrancado a renda e o trabalho de inúmeras pessoas que ele considera nocivas a seu conceito singularíssimo de democracia, implantando assim, em nome de uma falsa defesa da democracia, um regime opressor e persecutório no Brasil. Barroso já disse que derrotaram o bolsonarismo, a quem compara com golpistas e torturadores. Há a tentativa de demonização de toda a direita no Brasil como sendo fascista, autoritária. Há a imposição de um pensamento único a ser observado e há a censura explícita a temas como a lisura da Justiça Eleitoral ou a integridade das urnas. Tudo isso conforma uma clara ditadura do Judiciário não eleito que quer impor goela abaixo da população sua vontade expressa. E a vontade expressa desta ditadura, endossada pela grande mídia, é que Bolsonaro seja preso para assim calar a voz representativa de dezenas de milhões de brasileiros já acuados pelo medo. Com Bolsonaro preso, mais prisões, cassações indevidas de políticos, silenciamento de jornalistas, influenciadores, se multiplicarão e serão endossados pela imprensa.
Bolsonaro no exterior denunciando esta situação trágica no Brasil seria uma força política que elevaria a verdade à potencialidade de ser escutada. Não se pode silenciar diante do carrasco que tenta ceifar sua vida, quando há ainda oportunidade de se fazer escutar e salvar sua vida. Não é só a vida de Bolsonaro que está em jogo, é a vida de dezenas de milhões de brasileiros que querem fazer ecoar sua voz num país que até ontem se dizia democrático.
Informações Revista Oeste