Plataforma afirmou para vítima que conteúdo “não violava política” do site
Pleno News- O Twitter se negou a remover imagens pornográficas de um adolescente que foi vítima de tráfico sexual, mesmo após denúncias do fato à plataforma sob a alegação de que “não encontrou violação” das políticas da companhia. A informação foi divulgada pelo jornal New York Post.
De acordo com a publicação, a vítima, que estava acompanhada da mãe, ingressou com um processo contra a plataforma no Distrito Norte da Califórnia. De acordo com o depoimento, obtido pelo NYP, o Twitter teria ganhado dinheiro ilegalmente com os elementos veiculados na plataforma.
O adolescente, identificado pelo jornal como John Doe, tinha entre 13 e 14 anos quando traficantes sexuais, se passando por uma colega de classe de 16 anos, começaram a conversar com ele no Snapchat. O garoto e os traficantes supostamente trocaram fotos sem roupa antes que a conversa se transformasse em chantagem.
De posse das imagens, os criminosos disseram que se o adolescente não compartilhasse mais fotos e vídeos sexuais, o material explícito que ele já havia enviado anteriormente seria compartilhado com seus “pais, treinador, pastor” e outras pessoas.
Doe, agindo sob coação, inicialmente obedeceu e enviou vídeos de si mesmo realizando atos sexuais e também foi instruído a incluir outra criança em seus vídeos, o que ele fez. Posteriormente, o garoto bloqueou os criminosos e eles pararam de assediá-lo, mas em algum momento de 2019, os vídeos apareceram no Twitter.
No mês seguinte, conforme a reportagem do NY Post, os vídeos foram denunciados ao Twitter pelo menos três vezes. Apesar disso, o Twitter respondeu a Doe e disse que não excluiria o material, que já havia acumulado mais de 167 mil visualizações e 2.223 retuítes.
– Agradecemos seu contato. Revisamos o conteúdo e não encontramos nenhuma violação de nossas políticas, portanto, nenhuma ação será tomada neste momento – dizia a resposta, de acordo com o processo.
Foi somente algum tempo depois, quando a mãe de Doe recebeu o suporte de um agente do Departamento de Segurança Interna, é que os vídeos foram removidos da plataforma. Procurado pelo New York Post, a rede social se recusou a comentar o caso.