Governo da Ucrânia e grupos rebeldes apoiados pela Rússia trocam acusações
Nesta quinta-feira (17), a região leste da Ucrânia sofreu o pior bombardeio em anos. As explosões atingiram a área esportiva de uma creche por volta das 9 horas da manhã (pelo horário local). No entanto, nenhuma criança morreu porque, no momento da explosão, elas estavam no refeitório, tomando café da manhã.
– A explosão ocorreu por volta das 9h da manhã. Eu estava na lavanderia. A onda de choque me jogou em direção à porta. Eu não sentia mais o lado direito da minha cabeça – contou Natalia Slessareva, de 54 anos, que trabalha na creche Stanitsa Luganska.
O governo da Ucrânia e grupos rebeldes separatistas apoiados pela Rússia trocam acusações sobre a autoria do bombardeio, que continuou ocorrendo na região até esta sexta-feira (18). Dois grupos, porém, anunciaram hoje que farão uma retirada do país, rumo à Rússia.
Por meio das redes sociais, o chefe da autoproclamada República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, disse que o governo russo já havia concordado em abrigar os rebeldes que deixassem a Ucrânia. Pouco tempo depois, outro grupo separatista, o que domina a cidade ucraniana de Luhansk, disse que também está fazendo planos de retirada.
De acordo com a agência de notícias russa Interfax, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que não tinha conhecimento da situação e tampouco soube responder se os movimentos dos grupos rebeldes estavam sendo coordenados com a Rússia.
Acredita-se que milhões de civis vivam nas duas regiões controladas pelos rebeldes no leste da Ucrânia. A maioria é falante de russo e muitos já receberam a cidadania russa. Países ocidentais disseram acreditar que o bombardeio é parte de um pretexto do governo russo para justificar a invasão.
Os Estados Unidos disseram que a Rússia, embora tenha dito que começou a retirar tropas de perto da Ucrânia nesta semana, está fazendo o oposto: aumentou a força que ameaça seu vizinho para entre 169.000 e 190.000 soldados, dos 100.000 no final de janeiro.
– Esta é a mobilização militar mais significativa na Europa desde a Segunda Guerra Mundial – disse o embaixador dos EUA, Michael Carpenter, em uma reunião na Organização para Segurança e Cooperação na Europa, com sede em Viena.
O presidente americano, Joe Biden, considera que a situação revela uma nova escalada e se reúne nesta sexta com líderes do Reino Unido, do Canadá, da França, da Alemanha, da Itália, da Polônia e da Romênia, além da União Europeia e da Otan.
Informações Pleno News