A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços, conhecida como Abecs, tomou uma decisão importante recentemente. Em reunião extraordinária realizada em 1º de outubro de 2024, a Abecs decidiu antecipar a proibição do uso de cartões de crédito para apostas e jogos online no Brasil. Essa medida, que seria aplicada apenas em janeiro de 2025, visa conter o superendividamento e outros impactos negativos relacionados ao setor.
O anúncio surpreendeu muitos, uma vez que era aguardado apenas como parte de um plano do Ministério da Fazenda para o próximo ano. A decisão busca abordar a crescente preocupação com a facilidade de endividamento oferecida pelos meios eletrônicos de pagamento no contexto das apostas online, um mercado que vem crescendo de forma acelerada em território nacional.
A antecipação da proibição é uma resposta direta às preocupações sobre o aumento das apostas online no Brasil. De acordo com a Abecs, o uso de cartões de crédito em apostas online tem impactos negativos significativos sobre o endividamento das pessoas. O acesso fácil ao crédito, muitas vezes sem o devido controle, pode levar ao excesso de dívidas, afetando também o consumo no varejo e os serviços.
Curiosamente, a Abecs identificou que o uso de cartões de crédito para apostas online é relativamente pequeno. Estimativas das principais bandeiras de cartão no Brasil indicam que essa forma de pagamento é “inexpressiva” dentro desse segmento. Apesar disso, o potencial de endividamento e os riscos associados justificaram a antecipação da medida.
Embora o uso de cartões de crédito seja pequeno, o Pix se destaca como um dos principais meios de transação para apostas online. Este método de pagamento instantâneo tem facilitado não só o acesso às apostas, mas também a utilização de linhas de crédito, como o cheque especial. Isso aumenta o risco de endividamento, destacando a necessidade de uma revisão mais ampla sobre as formas de pagamento nas plataformas de jogos.
A discussão sobre a proibição não termina aqui. A Abecs mencionou a necessidade de um debate mais amplo sobre o veto ao uso de outras linhas de financiamento para apostas. Com o crescimento dos jogos online, é fundamental garantir que os consumidores não fiquem presos em ciclos de dívida. Entre as opções consideradas, estão a restrição do uso de empréstimos e financiamentos para esses fins.
Essa decisão pode ter um impacto profundo no mercado de apostas online no Brasil. Ao limitar as formas de pagamento disponíveis, pode haver uma desaceleração no crescimento desse setor, ou uma adaptação das plataformas para novas formas de operar. O diálogo entre reguladores e empresas será crucial para moldar o futuro desse mercado em evolução.
Informações TBN