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Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, é um dos delatados por Vinícius Gritzbach, assassinado em novembro no Aeroporto de Guarulhos

Rogerinho, ao lado de Gusttavo Lima | Foto: Reprodução/Redes sociais
Rogerinho, ao lado de Gusttavo Lima | Foto: Reprodução/Redes sociais

Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, está foragido e é alvo de uma operação da Polícia Federal realizada em São Paulo. A ação desta terça-feira, 17, investiga uma suposta ligação de policiais civis com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Rogerinho também atua como segurança do cantor sertanejo Gusttavo Lima.

Ele foi mencionado na delação de Vinícius Gritzbach, empresário assassinado em novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A operação da PF, conduzida com o Ministério Público de São Paulo, já resultou na prisão de sete pessoas, incluindo um delegado e três policiais civis.

De acordo com a delação, Rogerinho teria ficado com um relógio de Gritzbach. Apesar de seu salário na Polícia Civil ser de pouco mais de R$ 7 mil, o policial é sócio de uma clínica de estética, de uma empresa de segurança privada e de uma construtora em São Paulo.

Na manhã desta terça-feira, a Polícia Federalrealizou buscas nos endereços ligados a Rogerinho, mas ele não foi encontrado. As investigações mostram que o esquema criminoso envolvia manipulação e vazamento de informações policiais, venda de proteção a criminosos e corrupção para facilitar um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao PCC.

Além do segurança de Gusttavo Lima: operação mirou outros policiais

A ação conta com a colaboração da Polícia Federal e de promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, com apoio da Corregedoria da Polícia Civil. A Justiça determinou a prisão temporária dos investigados, além de buscas e apreensões em seus endereços. Também impôs outras medidas cautelares, como o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens.

Essa operação resulta do cruzamento de várias investigações sobre o PCC, incluindo o assassinato de Gritzbach. Entre os presos está o delegado Fabio Baena, acusado de extorsão por Gritzbach. Na época, Baena liderava uma investigação em que o delator era suspeito de ordenar a morte de dois integrantes do PCC.

Ex-funcionário de uma das maiores construtoras de São Paulo, Antonio Vinicius Lopes Gritzbach também foi acusado de mandar matar dois integrantes do PCC | Foto: Reprodução/Twitter/X
Ex-funcionário de uma das maiores construtoras de São Paulo, Antonio Vinicius Lopes Gritzbach também foi acusado de mandar matar dois integrantes do PCC | Foto: Reprodução/Twitter/X

A Operação Tacitus

Outros policiais detidos são Eduardo Monteiro, Marcelo Ruggeri e Marcelo Marques de Souza, conhecido como Marcelo Bombom. Além deles, Ademir Pereira Andrade, Ahmed Hassan e Robinson Granger de Moura, conhecido como Molly, foram presos, todos suspeitos de envolvimento com o PCC.

O advogado Daniel Bialski, que representa Baena e Monteiro, afirmou que considera a prisão de seus clientes abusiva, mas só se manifestará depois de ter acesso à decisão judicial que determinou a detenção. As investigações revelaram que o PCC, com apoio dessa organização criminosa, movimentou mais de R$ 100 milhões desde 2018.

Atuação do PCC é discreta

A operação envolve cerca de 130 policiais federais e promotores, com apoio da corregedoria. Estão sendo cumpridos oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão em São Paulo, Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba.

Os investigados, conforme suas condutas, enfrentarão acusações de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais.

As penas para esses crimes podem somar até 30 anos de reclusão. A operação foi batizada de Tacitus, termo em latim que significa silencioso ou não dito, em referência à forma de atuação discreta da organização criminosa.

Informações Revista Oeste

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