Ter dinheiro para analisar o mercado e contratar os melhores e mais caros jogadores é sonho de praticamente dez entre dez clubes de futebol no mundo. Mas no Bahia, a relação entre o valor investido e o rendimento apresentado em campo surtiu pouco efeito nos últimos anos.
Considerando o período desde 2018, quando iniciou o mandato do atual presidente Guilherme Bellintani, jogadores que chegaram ao Esquadrão com pompas e figuram na lista dos mais caros comprados pelo clube deixaram a desejar e ou foram embora pelas portas do fundo ou perderam espaço no elenco.
O caso mais recente foi o do atacante Clayson. No início do ano passado, o tricolor fez investimento de R$ 4 milhões por 40% dos direitos econômicos do jogador, a terceira maior aquisição da história do clube. Clayson chegou ao Bahia referenciado pelas 11 assistências que havia dado pelo Corinthians, em 2019, e pelo título brasileiro com o alvinegro dois anos antes.
Em campo, a expectativa foi frustrada. As boas atuações foram raras, Clayson perdeu espaço no time titular e deixou de ser opção até no banco de reservas na reta final do Brasileirão. O atacante fez somente três gols em 42 jogos. Fora dos planos, ele estava treinando separado do elenco principal e ontem foi emprestado ao Cuiabá até dezembro. O contrato com o Bahia vai até o fim de 2022.
Antes de Clayson, outros dois jogadores contratados a “peso de ouro” (ou petróleo), também foram embora sem deixar saudade. O primeiro deles foi Fernandão. Idolatrado por causa da boa passagem no Esquadrão em 2013, o centroavante voltou ao clube em 2019 arrastando uma multidão ao aeroporto.
Após seis anos entre o futebol da Turquia e Arábia Saudita, a expectativa entre os tricolores era ter em Fernandão o goleador para dividir o trabalho com Gilberto. Para isso, o clube investiu cerca de R$ 4,5 milhões entre dinheiro e o abatimento de uma dívida que o Al Wehda tinha com a equipe baiana pelo empréstimo do meia Régis – o que coloca Fernandão como a segunda compra mais cara na história do Bahia.
Mais uma vez o esperado não aconteceu. No um ano e meio em que ficou no clube, Fernandão não passou nem perto do rendimento que teve em 2013. Ele balançou as redes 16 vezes em 61 jogos e chamou mais atenção pelos problemas físicos. Em setembro do ano passado as partes chegaram a um acordo e rescindiram o contrato – o atacante foi para o Goiás, onde terminou o Brasileirão, e agora está sem clube.
Diferentemente de Fernandão e Clayson, o zagueiro Wanderson não gerou grande expectativa ao chegar ao Bahia. Pouco conhecido por aqui apesar de ser baiano, o defensor foi comprado junto ao Athletico-PR por R$ 1,7 milhão em 2019. Disputou apenas 15 jogos antes de ser emprestado ao Fortaleza, no ano passado.
Por falar em defesa, é de lá que vem o maior investimento da história do Bahia. Também em 2019, o zagueiro Juninho teve 50% dos direitos econômicos adquiridos pelo Esquadrão. O defensor vivia grande fase no próprio Bahia, onde estava emprestado, e o clube decidiu pagar R$ 5,7 milhões ao Palmeiras para ficar com ele em definitivo e assinar até o fim de 2022.
Após efetuar a compra, o Bahia viu o rendimento de Juninho cair de forma drástica. No ano passado o zagueiro abusou das falhas e perdeu a posição de titular durante a temporada. Juninho segue no elenco de Dado Cavalcanti, mas continua perdendo cada vez mais espaço no clube após as chegadas de Luiz Otávio e Germán Conti para reforçar o sistema defensivo.
Paraguaio na área
Nesta quarta-feira (31) o Bahia oficializou mais uma contratação milionária. O atacante paraguaio Oscar Ruiz, de 29 anos, chega do Cerro Porteño para reforçar um setor carente no time. Apesar da diretoria não confirmar os valores, o Esquadrão investiu cerca de 400 mil dólares (R$ 2,3 milhões) para ter o jogador em definitivo.
Ruiz se tornou a quinta maior compra direta da história do Bahia e assinou contrato até o fim de 2023. Ele desembarca hoje em Salvador, onde passará por exames e será incorporado ao elenco na Cidade Tricolor.
Informações Correio