A rede social ‘X’, anteriormente conhecida como Twitter, realizou uma atualização importante no aplicativo durante a madrugada desta quarta-feira (18). Essa mudança permitiu que o aplicativo contornasse o bloqueio judicial, imposto pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A nova estratégia adotada por Elon Musk foi confirmada pela Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint).
Conforme comunicado pela Abrint, anteriormente, o aplicativo ‘X’ usava endereços IP específicos que foram bloqueados pelas autoridades. Entretanto, com a recente atualização, a plataforma passou a utilizar endereços IP vinculados ao serviço Cloudflare, o que complica o bloqueio, pois esses IPs mudam constantemente e são compartilhados por bancos, órgãos governamentais e grandes plataformas. O bloqueio ao ‘X’ sem afetar essas outras redes seria, portanto, inviável.
O aplicativo ‘X’ foi atualizado aproximadamente 15 horas antes do bloqueio ser aplicado, durante a noite. Esta atualização resultou em mudanças significativas na estrutura do aplicativo. Os usuários que tinham o aplicativo instalado em seus celulares receberam uma atualização automática, e o novo software começou a usar endereços de IP vinculados ao serviço Cloudflare.
A mudança para o Cloudflare torna o bloqueio do aplicativo muito mais complicado. Diferente do sistema anterior que usava IPs específicos e passíveis de bloqueio, o novo sistema faz uso de IPs dinâmicos que mudam constantemente. Muitos desses IPs são compartilhados com outros serviços legítimos, como bancos e grandes plataformas de internet, tornando impossível bloquear um IP sem afetar outros serviços.
Cloudflare é um proxy reverso em nuvem, utilizado por empresas para proteger e melhorar a performance de seus serviços online. No caso do ‘X’, a utilização do Cloudflare permitiu uma resistência mais eficiente contra os bloqueios, já que os IPs estão constantemente mudando e sendo compartilhados por diversos serviços, dificultando uma ação direta de bloqueio por parte dos provedores de internet.
Os provedores de internet estão em uma posição delicada. De acordo com a Abrint, os provedores não podem tomar ações por conta própria sem orientação oficial da Anatel, pois um bloqueio equivocado poderia afetar empresas legítimas. Dessa forma, estão aguardando uma análise técnica e instruções da Anatel para decidir quais medidas serão tomadas.
A principal dificuldade em bloquear o Cloudflare está no fato de que ele funciona como um proxyreverso, com IPs que mudam frequentemente. Bloquear o Cloudflare significaria bloquear não apenas o ‘X’, mas também uma série de outros serviços que dependem dessa infraestrutura, o que poderia afetar negativamente a internet como um todo.
Informações TBN