O despertador toca, e ao iniciar um novo dia, você percebe que sua garganta está inflamada. Essa condição pode ser um sintoma de resfriado, imunidade baixa ou resultado das variações climáticas. Ao procurar o medicamento anti-inflamatório habitual para aliviar o desconforto, você descobre que está vencido. Surge a dúvida: será que ingerir remédios vencidos faz mal?
Entre a ciência e os conselhos tradicionais transmitidos por nossos avós, é crucial esclarecer o que é mito e o que é verdade sobre esse assunto, uma vez que isso impacta diretamente em nossa saúde e bem-estar. Explore mais detalhes nos próximos tópicos.
Assim como ao fazer compras no supermercado, ao adquirir medicamentos na farmácia, é essencial observar a data de validade do produto. O fabricante é responsável por fornecer essa informação, indicando o mês e o ano de fabricação e expiração, bem como o número do lote do medicamento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) supervisiona esse controle.
Com base em testes específicos para verificar a estabilidade dos elementos ativos presentes na fórmula, o fabricante estabelece uma data-limite para o consumo, indicando a partir de quando o produto começa a perder sua eficácia.
A divulgação do prazo de validade não visa apenas a segurança do consumidor; também protege a indústria farmacêutica contra reclamações relacionadas à perda de potência ou eficácia do medicamento, devido à sua vida útil expirada. É fundamental lembrar que, mesmo com testes confiáveis realizados em laboratórios, o armazenamento, manuseio, transporte e a integridade da embalagem podem afetar a eficácia do medicamento. Portanto, é crucial seguir as recomendações do fabricante.
Embora seja comum armazenar certos tipos de medicamentos em casa, como analgésicos e xaropes, não é aconselhável guardar sobras de medicamentos que foram utilizados no tratamento de uma doença específica, pois, após serem abertos, sua validade é reduzida. Além disso, é necessário ter critério e cuidado ao armazená-los.
Ao ingerir uma aspirina vencida por alguns dias, provavelmente, você não sentirá nada além de um atraso no tempo para que ela faça efeito. Estima-se que, após a expiração do prazo de validade, o medicamento tenha 90% ou menos de eficácia. Contudo, esse dado não se aplica a medicamentos de uso contínuo, como aqueles prescritos para o controle de doenças crônicas, incluindo diabetes e hipertensão, nem a antibióticos.
No caso dos antibióticos, é especialmente perigoso, pois tomar um medicamento vencido pode agravar a infecção. Além de não eliminar a bactéria, o medicamento alterado pode torná-la mais resistente, evoluindo para uma superbactéria. Essa situação também pode ocorrer quando o paciente ingere uma dose insuficiente do antibiótico ou não segue o tratamento conforme indicado.
Dado o caráter imprevisível dos efeitos, é sempre mais seguro evitar riscos, adquirindo um medicamento novo ou, se necessário, procurando atendimento de emergência para uma nova consulta médica.
Embora a resposta à pergunta mais importante – não tomar medicamentos vencidos – já tenha sido abordada, é relevante destacar algumas informações contraditórias sobre o tema e por que não devemos levá-las a sério.
Se alguém sugerir que não há problema em consumir medicamentos vencidos, pois a expiração é uma estratégia das indústrias farmacêuticas, esse conselho deve ser ignorado. É importante lembrar que existe a Anvisa, vinculada ao Ministério da Saúde, que regula as práticas dessas empresas, e a vida útil dos medicamentos é estabelecida após análises laboratoriais.
Sim, é possível. Pode causar desconforto ou não provocar reações. A imprevisibilidade dessa prática a torna desaconselhável. Portanto, é preferível adquirir um novo medicamento ou consultar um médico novamente. Sua saúde agradecerá.
O mesmo princípio se aplica a vitaminas ou suplementos. Se estiverem vencidos, não devem ser consumidos; devem ser descartados.
Após a leitura deste artigo, você pode perceber a necessidade de organizar a caixa de medicamentos. No entanto, surge a dúvida sobre como descartar os medicamentos vencidos corretamente.
As substâncias químicas presentes nos medicamentos podem representar riscos ambientais ao entrar em contato com o solo ou corpos d’água. Portanto, evite jogar no lixo comum.
A Anvisa estabeleceu diversos pontos de coleta, como farmácias, para o descarte adequado de medicamentos vencidos ou não utilizados. Esses estabelecimentos seguem o processo de logística reversa, dando o destino adequado aos produtos.
Se a farmácia mais próxima não for um ponto credenciado, outra opção é buscar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), onde fornecerão informações sobre o descarte correto.
Para os medicamentos armazenados em casa, lembre-se da importância de cuidar do armazenamento, mantendo-os fora do alcance de crianças e animais, protegidos da exposição solar, umidade e calor. Banheiros e cozinhas não são locais apropriados para armazenar esses produtos.
Agora, quando questionado sobre se medicamentos vencidos fazem mal, você terá todos os argumentos para desmitificar o comportamento e enfatizar os riscos da automedicação. A avaliação de um médico sempre é a opção mais segura para quem precisa de cuidados de saúde. Em caso de dúvida, busque ajuda profissional.
Com informações de Golden Cross