O Congresso do Peru aprovou na terça-feira 20 a antecipação das eleições gerais de 2026 para 2024, na tentativa de atenuar a crise política iniciada depois da tentativa de golpe do ex-presidente Pedro Castillo, em 7 de dezembro. Ele acabou destituído pelo Congresso e preso.
Na sessão de terça, a proposta de antecipar as eleições teve 93 votos a favor, 30 contra e uma abstenção. A reforma precisava do apoio de 87 legisladores. A atual governante, Dina Boluarte, precisará entregar o mandato ao ganhador do novo pleito em julho de 2024. Dina, vice-presidente que assumiu no lugar de Castillo, já havia concordado com a antecipação e disse estar disposta a entregar o cargo na nova data.
Políticos e analistas não têm certeza de que a proposta aprovada vá acalmar os ânimos porque serão 16 meses até as novas eleições. De acordo com pesquisas de opinião divulgadas na terça, 83% da população é favorável ao adiantamento do pleito.
Desde a deposição e prisão do ex-presidente, milhares de peruanos foram às ruas para protestar. Eles querem a renúncia de Dina, a libertação de Castillo e novas eleições. Até agora, 21 pessoas morreram nos protestos ou 5 em decorrência deles e uma comissão da Organização dos Estados Americanos (OEA) está investigando as circunstâncias das mortes. Mais de 650 ficaram feridos.
As visitas à cidadela inca de Machu Picchu estão suspensas desde 14 de dezembro, para garantir a segurança dos turistas por causa dos protestos. Algumas manifestações permaneceram na terça-feira no sul do país. Na Plaza de Armas da cidade de Cusco, no sudeste, antes da aprovação do adiantamento pelo Congresso, centenas de pessoas, a maioria mulheres em coloridos trajes típicos, marchavam com um caixão de papelão com a imagem da presidente e pediam a antecipação do pleito.
Informações Revista Oeste