Os servidores públicos do Estado da Bahia entraram no sexto ano seguido sem reajuste salarial, o que elevou as perdas da categoria a 31,04% pelo IPCA-IBGE, índice oficial usado nas atualizações salariais dos trabalhadores. Isso é resultado de parcelamento do reajuste nos anos de 2013 e 2014 e de reajuste zero a partir de 2015.
O levantamento foi feito pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O estudo mostra que de 1º de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2019 o IPCA-IBGE teve uma variação de 56,31%, enquanto os salários foram reajustados em apenas 19,28%.
“As perdas acumuladas já se aproximam de 1/3 de nossos vencimentos, o que compromete a sobrevivência dos servidores, em especial daqueles trabalhadores que ganham menos”, reclama o diretor de Organização do Sindsefaz, Cláudio Meirelles. Para ele, o prejuízo é maior ainda porque a partir de 2019 todos os funcionários do Estado passaram a pagar 14% para o Funprev (era 12%) e muitos tiveram reajustes no Planserv acima da inflação.
Para Meirelles, caso seja aprovada a PEC 159, que promoverá mudanças na Previdência dos servidores, esse prejuízo vai aumentar para pelo menos três segmentos do funcionalismo: os que forem impactados pela alíquota de 15% ao Funprev, os aposentados que ganham mais de 3 salários mínimos (que passarão a pagar Previdência) e os que passarem a receber abono-permanência, que sofrerá redução de 100% para 60%.
“Lamentavelmente o governo elegeu o servidor público como alvo e usa de argumentos falaciosos para legitimar suas propostas perante a sociedade, tentando jogar a população contra o funcionalismo”, reclama Claudio Meirelles.
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