Nesta sexta-feira (27), o papa Francisco declarou que a família é fundada sobre “a união conjugal entre um homem e uma mulher”. O sumo pontífice disse ainda que “todo verdadeiro casamento, mesmo o não sacramental, é um presente de Deus”.
As afirmações foram feitas pelo líder da Igreja Católica durante uma audiência na Sala Clementina, no Vaticano, por ocasião da inauguração do Ano Judiciário do Tribunal da Rota Romana.
– Na Igreja e no mundo há uma forte necessidade de redescobrir o significado e o valor da união conjugal entre um homem e uma mulher, na qual a família é fundada – falou.
A fala ocorreu enquanto Francisco recebeu auditores, prelados, funcionários, advogados e colaboradores do Tribunal, incluindo o presidente, monsenhor Alejandro Arellano. O papa destacou que “a ignorância prática, tanto pessoal quanto coletiva, sobre o casamento” não é “certamente um aspecto secundário da crise que afeta tantas famílias”.
Segundo o pontífice, “o matrimônio, segundo a Revelação cristã, não é uma cerimônia nem um evento social, nem uma formalidade e nem mesmo um ideal abstrato: é uma realidade com a sua consistência precisa, não uma mera forma de gratificação afetiva que se pode constituir de qualquer maneira e modificar-se de acordo com a sensibilidade de cada um”.
Ele também disse que “não devemos idealizar o casamento, como se ele só existisse onde não houvesse problemas” e que devemos redescobrir a realidade permanente do casamento como um vínculo.
– Esta palavra é às vezes vista com suspeita, como se fosse uma imposição externa, um fardo, um “vínculo” que se opõe à autenticidade e à liberdade do amor. Se, pelo contrário, o vínculo é entendido precisamente como um vínculo de amor, então ele se revela como o núcleo do casamento, como um dom divino que é a fonte da verdadeira liberdade e o guardião da vida conjugal – acrescentou.
Para o papa, o casamento é “um bem de valor extraordinário para todos”, o que “nos leva a reconhecer que todo verdadeiro casamento, mesmo o não sacramental, é um presente de Deus para os cônjuges”.
O pontífice também se referiu aos “casamentos em crise” que a Igreja “acompanha com amor e esperança” e ressaltou que “um recurso fundamental para enfrentar e superar as crises é renovar a consciência do dom recebido no sacramento do matrimônio, um dom irrevogável, uma fonte de graça com a qual podemos sempre contar”.
*EFE