A Casa Branca afirmou que a paciência dos Estados Unidos com a Venezuela está se esgotando, depois de o regime de Nicolás Maduro ocultar detalhes das eleições presidenciais. John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, deu a declaração nesta quarta-feira, 31.
“A nossa paciência e da comunidade internacional está se esgotando”, disse Kirby. “Está acabando a paciência para que as autoridades eleitorais venezuelanas confessem e divulgem todos os dados detalhados sobre esta eleição. Para que todos possam ver os resultados.”
No domingo 28, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou a reeleição de Nicolás Maduro com 80% das urnas apuradas. O ditador tem influência direta no CNE. O resultado divulgado pelo órgão deixou Edmundo González Urrutia, candidato da oposição, em segundo lugar.
Kirby destacou que o CNE deixou de anunciar os resultados por seção eleitoral. Para ele, a falta de detalhes sobre o pleito constitui uma “violação grave dos princípios eleitorais”. O porta-voz norte-americano lembrou que observadores internacionais analisaram a eleição.
“O Centro Carter, um observador internacional, divulgou, nesta manhã, um relatório afirmando que as eleições presidenciais de 2024 na Venezuela não atendeu aos padrões internacionais da integridade“, afirmou Kirby. “E não pode ser considerada democrática.”
Apesar da falta de dados precisos divulgados pelo órgão eleitoral, a oposição, liderada por Maria Corina Machado, apresentou um relatório com mais de 80% dos votos das urnas. A apuração paralela mostra González Urrutia como vencedor.
De acordo com o relatório, Edmundo González obteve 67% dos votos, o que soma pouco mais de 7 milhões de votos, enquanto Maduro conseguiu 30%, com 3,2 milhões de votos.
Desde que o CNE divulgou os resultados, que atribuíram a vitória a Maduro com 51,2% dos votos contra 44,2% de González, muitos líderes regionais manifestaram preocupação com as irregularidades do processo.
Os cidadãos venezuelanos também foram às ruas para defender seu voto e repudiar a ditadura chavista. Os protestos resultaram em mais de 177 detenções arbitrárias, 11 desaparecidos e pelo menos 16 mortes nas últimas 48 horas, conforme informações de Maria Corina.
Informações Revista Oeste