A Organização Mundial da Saúde conduziu uma investigação sobre as origens da pandemia e concluiu em um relatório que o risco de um acidente era “extremamente baixo”. O relatório disse que não houve “nenhum relato de doença respiratória compatível com Covid-19 durante as semanas / meses anteriores a dezembro de 2019, e nenhuma evidência sorológica de infecção em trabalhadores por meio de triagem de sorologia específica para SARS-CoV-2”.
O ecologista de doenças Peter Daszak, que trabalhou na equipe da OMS, disse ao correspondente médico-chefe da CNN, Dr. Sanjay Gupta, em fevereiro, que “ainda não há evidências de que isso tenha vindo de um laboratório”. Ele observou que os pesquisadores foram testados e não foram encontradas evidências de anticorpos de Covid-19, e disse que o laboratório estava “muito bem administrado”.
“Não é um descarte completo dessa hipótese”, disse Daszak. “É uma conclusão extremamente improvável e existem hipóteses muito mais prováveis por aí.”
Mas a investigação da OMS foi amplamente criticada pelos EUA, Reino Unido e outros governos por seu acesso limitado a “dados e amostras originais e completos”.
Membros do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, que há muito tempo investigam as origens da pandemia, receberam um dossiê confidencial sobre o assunto na semana passada, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.
A fonte se recusou a dizer se o relatório de inteligência mencionando os pesquisadores hospitalizados foi discutido.
Funcionários da inteligência atuais e antigos dizem que a ideia de que o vírus foi acidentalmente liberado do laboratório de Wuhan é razoável, embora alertem que não há uma avaliação confiável sobre essa possibilidade.
Nos últimos dias do governo Trump, o ex-secretário de Estado Mike Pompeo se inclinou para a possibilidade de o vírus vazar do Instituto de Virologia de Wuhan, ou WIV. Apesar de a inteligência ser inconclusiva, Pompeo divulgou um informativo que dizia que os EUA tinham evidências de que os pesquisadores da WIV adoeceram no outono de 2019 com sintomas semelhantes aos da Covid-19 e que o laboratório, onde o coronavírus foi estudado em morcegos, tinha uma história da pesquisa militar.
Um dos desafios para concluir qualquer estudo é o acesso ao próprio laboratório. A China atrasou o acesso a investigadores internacionais por meses após o surto inicial, garantindo que o laboratório tivesse sido profundamente limpo antes que qualquer análise forense pudesse ser feita.
Os investigadores também não foram autorizados a visualizar registros de dados originais, que os cientistas dizem que seriam essenciais para a compreensão das origens do vírus.
Um caminho para encontrar uma resposta seria executar o sequenciamento genético nas amostras originais nas quais a equipe do laboratório de Wuhan estava trabalhando. Mas “os chineses nunca permitirão isso”, disse uma fonte próxima da equipe de inteligência.
“Minha convicção pessoal é que nunca saberemos a resposta para isso”, disse a fonte. “E a resposta não será descoberta pela CIA, porque isso sugeriria que os chineses também estão investigando”, mas não estão, segundo a fonte.
“Se a resposta existe, ela não será encontrada pelo serviço de inteligência tradicional”, acrescentou.
Informações: CNN Brasil