Em entrevista ao Jornal da Oeste nesta terça-feira, 1°, a brasileira Ilana Baratz relatou os momentos de tensão vividos no ataque do Irã a Israel. Ela, que mora em Ramat Gan, próximo à área-alvo dos iranianos, a cidade de Tel-Aviv, também criticou a forma como a mídia brasileira reporta os acontecimentos no país.
“A gente quer paz, tranquilidade e os nossos reféns de volta; 101 reféns estão a quase 365 dias em Gaza, nas mãos de terroristas do Hamas”, afirmou Ilana. “Estamos rodeados de terroristas, do Hamas, do Hezbollah, do Irã, Houthis… É isso que é difícil dos brasileiros entenderem, porque a mídia não passa. Inclusive, o presidente [endossa] e os outros vão atrás dele.”
No início da noite (horário local), em Israel, o Irã lançou cerca de 200 mísseis balísticos contra o país judeu. A maior parte deles atingiu Tel-Aviv, que registrou uma série de explosões.
Além do Iron Dome — a famosa proteção contra mísseis —, o país conta com diversos bunkers — locais de proteção da população contra possíveis explosões. Ilana contou a Oeste como foi a reação dos israelenses, depois dos avisos da ameaça.
“Às 11h, a primeira sirene envida pelo Irã tocou. Eu estava na rua, mas corri para um local seguro”, contou Ilana. “Por volta das 14h30, o porta-voz do Exército confirmou que um ataque viria. Entre 18h e 19h, a gente recebeu uma mensagem no celular para ir a uma área protegida, e para lá fomos.”
De acordo com ela, logo depois, foi possível ouvir explosões de dentro do bunker. “Foram horas muito tristes, pesadas, sofridas”, afirmou.
As instalações que protegem os cidadãos israelenses são vastos. Em geral, os bunkers são estruturas fortificadas, para garantir a segurança daqueles que estão em seu interior, e podem ser subterrâneos ou não. A lei israelense exige que esta construção esteja presente em todos os prédios ou casas mais recentes.
“Infelizmente, os bunkers são uma instalação comum em Israel”, afirmou Ilana. “São como os bancos de praças no Brasil. Eu tenho o do meu prédio, em que eu desço as escadas e vou me proteger.”
A brasileira contou que existem os bunkerspúblicos, para quem está na rua durante os ataques, e também os privados. Neste último modelo, “a pessoa fecha a porta e está dentro de casa, em um local seguro”.
Apesar do cenário de guerra, Ilana projeta um rápido retorno à normalidade. “Amanhã, a gente começa o nosso ano novo judaico, 5785 anos”, disse Ilana. “Os israelenses, quando acontece alguma coisa, logo voltam à rotina. Porque um dos objetivos dos terroristas é colocar medo. Para podermos nos reerguer e vencer, temos que continuar nossa rotina.”
Informações Revista Oeste