O cônsul-geral de Israel em São Paulo, Rafael Erdreich, afirmou que não existe possibilidade de o país negociar a paz com o grupo extremista Hamas. O Consulado Geral de Israel e a Federação Israelita do Estado de São Paulo reuniram jornalistas nesta quarta (1º) para divulgar imagens do dia 7 de outubro.
O cônsul afirmou que, mesmo com o apoio dos Estados Unidos, Israel enfrenta dificuldades nos combates. De acordo com ele, o país procura pelos cerca de 40 mil combatentes do Hamas e “não quer o mal dos palestinos”.
Erdreich disse que é necessário investigar o conflito iniciado no mês passado — inclusive as falhas do serviço de inteligência de Israel, considerado um dos melhores do mundo.
Ele afirmou que o Hamas vem atuando como uma “organização terrorista, causando pânico em civis e usando escudos humanos”.E destacou que mísseis da organização foram lançados próximos a mesquitas, escolas e hotéis estrangeiros e que hospitais da região correm perigo.
O cientista político André Lajst, da Stand With Us, organização educacional ligada a Israel, que foi convidado pelo consulado para participar do evento, disse que o Hamas precisa ser entendido entendido “de uma forma mais complexa”. “O Hamas é contra qualquer acordo de paz, qualquer conferência de paz.”
Para Lajst, a “Faixa de Gaza precisa passar por um processo de ‘deshamasificacão'”.
Achamos que vamos vencer isso, não temos outra opção. Temos que vencer, não será fácil.”
Temos muitos consultores, inclusive os americanos que lutaram em outros lugares contra o Estado Islâmico e estava muito difícil para eles também.”
O Hamas foi construído em 1987 com um só um propósito, só um mandamento: Estado Palestino fundamental, muçulmano, teocrático do rio Jordão até o mar, sem judeus ou outros palestinos que não são fiéis a eles. Grande parte dos palestinos não gosta de Israel.”
Queremos que eles vão estudar, trabalhar, não só utilizar toda a ajuda internacional para (…) investir em túneis.”
Antes da entrevista, o adido de defesa de Israel, Semion Gamburg, apresentou um vídeo com cerca de 40 minutos com imagens que seriam do dia 7 de outubro — quando o grupo extremista Hamas atacou Israel.
A maior parte das imagens foram registradas por câmeras corporais de integrantes do Hamas. As gravações mostram assassinatos, sequestros, decapitações e corpos carbonizados.
O vídeo também mostra integrantes do Hamas se deslocando em carros em uma estrada. Os primeiros minutos exibem disparos contra pessoas no interior dos veículos. É possível escutar de uma das vítimas: “pare, pare de atirar.”
No kibutz Be’eri, no sul de Israel, é possível ver um veículo utilizado pelos combatentes para entrar no local. Os soldados atiram contra carros na comunidade e contra um cachorro que atravessa a rua.
As imagens mostram a entrada dos integrantes do Hamas na comunidade com armas em punho, abrindo as janelas para verificar a presença de moradores. É possível ver os disparos contra pessoas dentro de suas casas — também aparecem objetos pessoais que teriam sido abandonados pelos moradores para escapar dos ataques.
Em outro kibutz, em Netiv Ha’asana, um dos soldados rasga uma das janelas com uma arma branca para verificar a presença de moradores. Em uma das casas, um dos moradores abraça uma criança para protegê-la. Minutos depois, ele é alvejado pelos soldados.
Na sequência, duas crianças com as pernas sujas de sangue choram pela perda do pai, morto pelos integrantes do Hamas. “Quero minha mãe”, diz a criança. “Acho que vou morrer. Não posso acreditar”.
Uma das imagens mais impactantes mostra um homem no chão agredido com uma enxada. Na sequência, ouve-se a frase: “tire foto”. O vídeo mostra ainda o piso de uma das casas invadidas pelos soldados com um rastro de sangue.
Além dos vídeos, foram apresentadas fotos de corpos sujos de sangue e bebês mortos com identificação.
Informações UOL