A cúpula das Forças Armadas recebeu mal as declarações do ex-presidente Lula (PT) sobre papel dos militares. Na segunda-feira (22), durante um evento em São Paulo, o candidato petista afirmou: ‘O Itamaraty será aquilo que o governo decidir que ele seja. Como as Forças Armadas serão, como todas as instituições do Estado, serão aquilo que o governo quiser que seja”.
Segundo membros do alto escalão das Forças ouvidos pelo jornal Folha de S. Paulo, a frase explicita uma ‘falta de compreensão do que é uma instituição de Estado e repete a visão do presidente Jair Bolsonaro (PL), que é objeto de condenação por críticos e mesmo nos meios militares’.
O atual mandatário, capitão reformado do Exército, sempre utiliza a relação para reforçar a ideia de comando sobre os fardados —que, de resto, é uma obviedade constitucional. O que não é natural é entender que as Forças estão aí para realizar desejos do governante, como Bolsonaro faz ao insinuar que elas irão chancelar ou não a lisura das urnas eletrônicas.
Em 2020, o então comandante do Exército, Edson Leal Pujol, chegou a afirmar que não deixaria a política entrar nos quartéis —seu antecessor, Eduardo Villas Bôas, dizia o mesmo, embora tenha sido um dos grandes protagonistas da politização dos militares sob Bolsonaro
*Bahia.ba