Foto: Divulgação/Saeb A Secretaria da Administração (Saeb) e a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), assinaram na segunda-feira (27),...
O microbioma intestinal, ou seja, os trilhões de bactérias que existem no intestino humano, ganham cada vez mais a atenção da ciência. É um ecossistema profundamente interligado com sua saúde mais ampla, conectando-se a várias partes do corpo.
Os micróbios intestinais degradam algumas partes dos alimentos que nosso corpo não consegue, permitindo-nos acesso a diferentes nutrientes.
Eles também são capazes de regular hormônios, neurotransmissores e outras biomoléculas importantes.
Alguns micróbios intestinais podem influenciar o funcionamento das células do sistema imunológico e levar a inflamações indesejadas.
Tudo isso pode ter um impacto no seu bem-estar, até porque o intestino tem uma linha direta com o cérebro através do nervo vago.
Um estudo recente parece sugerir que aquela falta de vontade de ir à academia é culpa dos micróbios do seu intestino. Feito em camundongos, descobriu que certas bactérias podem aumentar a liberação de dopamina durante a atividade física, o que impulsiona a motivação. O estudo foi feito na Faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia (EUA) e publicado na Nature:
Pesquisadores registraram as sequências do genoma, espécies bacterianas intestinais, metabólitos da corrente sanguínea e outros dados dos ratos geneticamente diversos.
Mediram a quantidade de corrida voluntária diária que os animais fizeram, bem como sua resistência.
Analisaram os dados buscando atributos que pudessem explicar o desempenho: as diferenças nas populações de bactérias intestinais pareciam ser muito mais importantes.
Observaram que dar aos camundongos antibióticos de amplo espectro para se livrar de suas bactérias intestinais reduzia o desempenho de corrida em cerca de metade.
Descobriram duas espécies bacterianas intimamente ligadas a um melhor desempenho: Eubacterium rectale e Coprococcus eutactus.
Houve evidências de que os camundongos com melhor desempenho experimentaram uma “brisa do corredor” mais intensa –medida por uma redução na sensibilidade à dor– sugerindo que esse fenômeno também é pelo menos parcialmente controlado por bactérias intestinais.
Os pesquisadores querem continuar os estudos e pontuam que ele pode oferecer maneiras baratas, seguras e baseadas em dieta de fazer as pessoas comuns correrem e otimizar o desempenho dos atletas de elite, além de render métodos mais fáceis para modificar a motivação e o humor em casos de vício e depressão.
Mas e a libido?
Um estudo publicado em 2021 comparou os micróbios intestinais entre 24 mulheres com transtorno do desejo sexual hipoativo (DSH) e 22 mulheres sem ele.
Quem tinha DSH apresentou níveis mais baixos de bactérias Ruminococcaceae, mas uma maior abundância de bactérias Bifidobacterium e Lactobacillus. Além disso, verificou-se que os níveis de Ruminococcaceae estavam intimamente associados com a pontuação do desejo sexual em todos os indivíduos.
Outro estudo de 2021 comparou os microbiomas intestinais de 30 homens com disfunção erétil e 30 sem: quem tinha a disfunção reduziu significativamente a diversidade de bactérias intestinais em comparação com os homens saudáveis.
Além disso, há evidências científicas de que as bactérias intestinais estão ligadas à depressão, e é bem conhecido que a depressão pode afetar o desejo sexual de uma pessoa.
Para manter a microbiota em dia. Evite, ao máximo, a exposição aos antibióticos, invista em hábitos de vida saudáveis, o que inclui atividade física, dieta equilibrada e rica em fibras, com redução de açúcar e gorduras, além de sono reparador. O estresse e a ansiedade também devem ser controlados por meio da adoção de práticas de relaxamento ou meditativas.
Prefira o consumo de alimentos naturais, reduzindo drasticamente o consumo de aditivos alimentares como conservantes, aromatizantes e corantes; adoçantes artificiais; doces concentrados como o de leite, cocada, marmelada; todo tipo de bebidas gaseificadas ou sucos com adição de açúcar ou adoçantes artificiais; leite e derivados, exceção feita aos fermentados como iogurtes e alguns tipos de queijo.
Em casos específicos, a suplementação pode ajudar, mas lembre: é preciso saber qual seria o melhor tipo, a dose e o tempo de uso para você. Neste caso, na busca de equilíbrio da sua microbiota, só o médico e o nutricionista podem guiá-lo.