A família da menina de 10 anos que foi estuprada e engravidou do próprio tio, no Espírito Santo, decidiu que ela terá um novo nome. Além da mudança de identidade, a criança irá mudar de endereço e não terá mais contato com a cidade de São Mateus, onde morava e onde ocorreram os abusos.
As medidas só foram possíveis graças a programas do Sistema Estadual de Proteção a Pessoas Ameaçada: o Provita (Programa de Apoio e Proteção às Testemunhas, Vítimas e Familiares de Vítimas da Violência) e o PPCAAM (Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte).
Segundo o site Universa, do Uol, a menina e a família entrarão no programa Provita. A iniciativa protege testemunhas e vítimas de crimes que estejam sendo coagidas ou gravemente ameaçadas por estarem colaborando com as autoridades a fim de encontrar e punir o agressor.
O Provita oferecerá a proteção durante dois anos, podendo renovar as medidas por mais dois anos. Neste período, a vítima e sua família terão o aluguel pago pelo governo. O programa também irá ajudar a vítima a se reinserir na sociedade novamente.
A mudança de endereço e de identidade acontece depois que a ativista Sara Winter divulgou, no domingo, o nome da criança e o hospital onde seria realizado o aborto, no Recife, em Pernambuco. A exposição desses dados levou grupos religiosos a protestarem em frente à unidade de saúde no momento em que ela era atendida.
Também pela divulgação desses dados sigilosos, Sara Winter teve o perfil excluído das redes sociais, por violar os termos e condições das plataformas. O Ministério Público do Espírito Santo quer que a militante antiaborto pague uma indenização de R$ 1,3 milhão por danos morais ao Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Mateus (ES).