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Na última sexta-feira, Lula fez uma visita à indústria de processamento de carne da JBS, onde expressou admiração pelos irmãos Joesley e Wesley Batista e condenou “a mentira, a maldade e a intriga”. As informações foram publicadas pelo colunista Guilherme Amado na Metrópoles.
Em um ponto de seu discurso, Lula declarou: “Eu, se pudesse, ia fazer um decreto, ‘é proibido mentir. Quem mentir, quem mentir vai ser preso’. Porque a gente não pode viver subordinado a mentira, a gente não pode viver subordinado a maldade, a gente não pode viver subordinado a intriga”.
Algumas pessoas na audiência pareciam desconfortáveis nesse momento, sem ter certeza do que Lula estava se referindo. Sete anos antes, Joesley, ao finalizar sua delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, afirmou ter feito pagamentos que totalizaram US$ 150 milhões em suborno “em favor” de Lula e Dilma Rousseff, por meio de depósitos em diferentes contas no exterior.
De acordo com o que Joesley relatou na época, as negociações do dinheiro de Lula e Dilma eram feitas com Guido Mantega. Joesley também mencionou que periodicamente levava um extrato das contas para o ministro. “Dizia ele que ia mostrar para o Lula ou ia mostrar pra Dilma. E fica com aquele papel”, relatou.
Em uma ocasião, o procurador da República Ivan Marx afirmou que o relato era “incompro00vável”, e que Joesley nunca havia fornecido provas dessa afirmação. A defesa do empresário reiterou na época que ele não havia mentido.
Marx destacou uma série de inconsistências na história sobre as contas de Lula e Dilma – a primeira delas é que tais contas sempre estiveram no nome do próprio Joesley, que era o único a operá-las.
Quando as revelações da delação de Joesley foram divulgadas, as defesas de Lula e Dilma se pronunciaram.
“Verifica-se nos próprios trechos vazados à imprensa que as afirmações de Joesley Batista em relação a Lula não decorrem de qualquer contato com o ex-presidente, mas sim de supostos diálogos com terceiros, que nem sequer foram comprovados”, afirmou a nota divulgada pelo então advogado Cristiano Zanin.
A assessoria de Dilma Rousseff afirmou que as declarações do empresário eram “improcedentes e inverídicas”. A nota declarava que Dilma rejeitava “delações sem provas ou indícios”.
Informações TBN