O veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a emendas parlamentares no Orçamento de 2024 atingiu principalmente os ministérios comandados por políticos de partidos do centrão. Já as pastas comandadas pelo PT foram poupadas. Lula sancionou o Orçamento na segunda-feira 22.
Segundo levantamento da Folha de S.Paulo, os ministérios das Comunicações, do Turismo, do Esporte e da Integração e Desenvolvimento Regional tiveram as maiores perdas de emendas parlamentares, dispositivo com o qual deputados e senadores destinam verbas para seus redutos eleitorais.
Essas pastas são comandadas pelo União Brasil e pelo PP, cujos ministros foram indicados pelo grupo político do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Já os ministérios comandados pelo PT ou por aliados próximos, como Saúde, Mulheres, Igualdade Racial, Povos Indígenas e Meio Ambiente, não tiveram cortes ou sofreram redução menor de recursos.
Segundo a Folha, o veto reduziu quase pela metade o orçamento das emendas de comissão no Ministério do Esporte, comandado por André Fufuca (PP), e praticamente zerou essa verba para as Comunicações, de Juscelino Filho (União). No Turismo, de Celso Sabino (União), sobraram menos de 40%.
O corte atingiu outras pastas: a verba de emendas de comissão do Ministério das Cidades, de Jader Filho (MDB), caiu quase pela metade.
O Ministério do Desenvolvimento Social, que cuida do Bolsa Família, também perdeu recursos com os vetos, apesar de ser comandado pelo petista Wellington Dias. Outras pastas mais ligadas a Lula e ao PT, como Saúde, Mulheres, Igualdade Racial, Povos Indígenas, Educação e Meio Ambiente, tiveram perdas menores ou não foram atingidas.
O Ministério do Planejamento não respondeu sobre os critérios para selecionar os alvos dos vetos.
No Congresso, os líderes partidários já falam em derrubar o veto de Lula, que cortou R$ 5,6 bilhões em emendas. Depois do corte no Orçamento e das críticas dos parlamentares, Lula prometeu restabelecer as emendas, mas ainda não fixou data ou deu detalhes de como isso ocorrerá.
Informações Revista Oeste