O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recentemente demonstrou sua insatisfação durante uma conversa com jornalistas no México. Ao ser questionado sobre a ausência de menção à crise na Venezuela em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), ele respondeu de forma direta. “Por que eu tenho que falar da Venezuela em todo lugar?”, indagou Lula. “Eu não falo nem da Janja em todo lugar. Eu falo o que me interessa falar. O discurso que eu queria fazer era aquele, e foi muito bom o discurso.”
Essa declaração trouxe à tona uma série de questões sobre a política externa do Brasil e a forma como Lula está lidando com os desafios diplomáticos. O petista destacou que “no momento certo a gente vai discutir” a situação na Venezuela e que tem “muito interesse que a Venezuela volte à normalidade democrática”. A relação próxima entre os países e a extensa fronteira que compartilham são pontos que justificam esse interesse.
A crise na Venezuela é uma questão de grande importância para a América Latina. A estabilização do país vizinho é vista como essencial para a paz e a segurança regional. “É um país que eu tenho boa relação, é um país que tem 1.600 km de fronteira com Brasil, é um país que eu desejo que esteja em paz, então tenho interesse”, enfatizou Lula. Ainda assim, ele frisou a necessidade de criar condições para um diálogo eficaz.
No cenário diplomático mais amplo, Lula destacou a intensa atividade diplomática do Brasil. Afirmou que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, tem mantido conversas com o chanceler venezuelano. “É preciso encontrar um jeito de a gente retomar uma convivência democrática”, observou o presidente.
Durante a abertura do Seminário Empresarial México-Brasil, Lula mencionou os desafios enfrentados em seu retorno à presidência. Ele afirmou ter sofrido “uma canalhice” durante investigações e prisão no âmbito da Operação Lava Jato. Sem fazer referência direta, Lula mencionou: “Todo mundo achava que o Lula ia voltar muito nervoso para governar o Brasil pelo que tinha acontecido comigo, pela canalhice que fizeram comigo em um determinado tempo.”
Lula destacou que seu terceiro mandato tem foco em “construir um futuro com base nas coisas boas que aconteceram no passado”, deixando de lado as adversidades. Entre as prioridades estão a aprovação do arcabouço fiscal e a reforma tributária, fundamentais para “reconstruir o país, que tinha sido semidestruído”.
Além das políticas de reconstrução doméstica, Lula também enfatizou a importância de atrair investimentos estrangeiros. Ele considera que reuniões como a realizada no México são cruciais para garantir a confiança internacional no Brasil. “Essa reunião com empresários é na perspectiva de convencer os empresários, o máximo que o presidente da República pode fazer é abrir o portão. Nosso papel é abrir para que vocês possam conversar”, afirmou.
Informações TBN