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Até mesmo os ex-presidentes que foram, de fato, destituídos do poder tiveram um ritmo menos intenso por parte da oposição no início de seus governos. No caso de Fernando Collor (1990-1992), foram apresentados dois pedidos neste tempo. Até seu impeachment, o ex-mandatário somava 29.
Já Dilma Rousseff (2011-2016) teve seu primeiro pedido de impeachment apresentado em 25 de janeiro de 2012, passando o seu ano inicial sem nenhuma contestação. Tal requerimento foi apresentado por um cidadão e, por isso, terminou arquivado. A Casa considerou que apenas deputados em exercício do mandato tem prerrogativa para fazer tal interpelação.
Na sua reeleição, o cenário foi diferente e a tensão escalonou. Em 2015, foram 34 requerimentos que tinham como escopo uma suposta má gestão administrativa e denúncias referentes à operação Lava-Jato.
Assim como Dilma, seus antecessores tiveram poucas contestações neste período que é tido como “lua de mel” dos políticos. Fernando Henrique Cardoso (1994-2002) somou 24 pedidos de impeachment em oito anos, apenas um em 1994.
Até mesmo Lula, em seus dois mandatos anteriores, teve um ritmo menos acelerado neste quesito. Em 2003, o presidente teve apenas um requerimento protocolado contra ele, motivado por uma proximidade com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).
O antecessor do petista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (2018-2022) se tornou, até hoje, o presidente que mais teve pedidos de impeachment protocolados em seus quatro anos de governo. No total, foram 158 requerimentos. Até fevereiro de 2019, no entanto, apenas sete haviam sido entregues à mesa diretora da Câmara dos Deputados.
O que motivou essas denúncias foram episódios polêmicos como quando Bolsonaro publicou em seu Twitter o seguinte questionamento: “O que é goldenshower?”, em referência à prática sexual de urinar no parceiro. Tal postagem gerou um pedido de impeachment, posteriormente arquivado, por veiculação de pornografia.
O Globo